Copa Conmebol 1998

Santos Campeão da Copa Conmebol de 1998

Recebido a bala em Rosário e com apenas 15 jogadores disponíveis no elenco, Santos conquista a Conmebol

Em 1998 o Santos tinha um bom time mas aos poucos foi perdendo seu elenco. Dos 25 jogadores inscritos na Conmebol, quatro foram negociados durante a competição (Ronaldo Marconato, Dutra, Fumagalli e Baez), três estavam contundidos (Argel, Jorginho e Lúcio) e dois suspensos (Jean e Viola). O resultado é que o Santos contava com apenas 16 jogadores em condições de jogo, sendo que três deles eram goleiros (Fernando Leão, o terceiro goleiro, não viajou com o time para Rosário).

Cheio de improvisações na escalação, com apenas três jogadores no banco e contra um caldeirão de 50 mil torcedores rivais, a tarefa do Peixe era complicada. Segurar um empate diante dos argentinos, inimigos declarados e eternos , seria (e foi) uma barra.

Em pé: Zetti, Anderson, Élder, Sandro, Claudiomiro e Marcos Bazílio. Agachados: Athirson, Eduardo Marques, Alessandro, Fernandes e Narciso.

A rivalidade começou fora de campo. Na chegada ao estádio até tiros foram ouvidos. “Foi a decisão internacional mais difícil que já disputei na minha carreira. Nunca havia sido recebido anes com pedras atiradas pelos torcedores argentinos e até mesmo tiros, disparados para o alto pela polícia.“, disse o goleiro Zetti. O goleiro contou que o grupo santista chegou a discutir se deveria ou não entrar em campo para disputar a final naquele clima de guerra e pressão. “Conversamos com o presidente da Confederação Sul-Americana, Nicolas Leoz, que nos garantiu que as pessoas estranhas seriam retiradas do campo, e só depois disso optamos por entrar para disputar o jogo”.

– Balas de borracha é o caralho! Não era para termos jogado! Fomos coagidos!“, bradou o técnico Émerson Leão ainda no gramado. A polícia argentina tem outra versão. Diz que os tiros eram de borracha e foram disparados contra os torcedores que tentavam se aproximar à força da delegação do Peixe. Leão definiu o ambiente de antes e durante a partida como uma “noite de terror”. “A decisão de levar 20 seguranças foi acertada. Pelo clima que encontramos foi uma conquista heróica.” O treinador garantiu que o jogo só foi disputado porque toda delegação foi ameaçada de morte. [pullquote]”Vieram os presidentes Nicola Leoz da Conmebol e o do Rosário Central. Disseram que seria difícil garantir segurança sem a realização da partida e que poderíamos morrer.”[/pullquote] Diante da situação Leão manteve uma conversa com os jogadores antes da partida começar, a reunião serviu como trabalho psicológico. “Pedi para jogarem com coragem e dignidade. Todos se uniram na base da amizade. Só assim conquistamos o título”, afirmou.

O técnico Leão passou por uma situação curiosa em Rosário. Suspenso por seis partidas internacionais pela Confederação Sul-Americana, o treinador pôde orientar a equipe do banco de reservas devido à falta de segurança no estádio. Leão só foi proibido de levantar para dar instruções, trabalho que ficou a cargo de Pedro Santilli, preparador de goleiros.

Antes de embarcar para a Argentina, Zetti havia dito que faria o “impossível” para confirmar a vantagem do Santos na competição sul-americana e cumpriu a promessa. Mesmo tendo passado recentemente por problemas particulares (seu pai morreu uma semana antes), Zetti comprovou a boa fase. Além de fechar o gol, comandou o jovem e inexperiente time santista como um autêntico líder e em nenhum momento foi dominado pela tensão.

Em campo o ambiente também não era dos melhores para os santistas. Enquanto o Rosário pressionava bastante (e parava nas mãos de Zetti ou no paredão Sandro e Claudiomiro) apenas Alessandro se encarregava de prender a bola no ataque fazendo o tempo passar. E o tempo passou. Empate de 0x0 que deu ao Santos um título internacional, que o Clube não conquistava desde 1969. Um título vencido na marra.

O título serviu para reforçar a política “pés no chão” retomada pela Diretoria após a saída do técnico Wanderley Luxemburgo no início de 1998. Mais do que o título, os dirigentes festejaram a confirmação do talento de vários jovens jogadores que começaram a se firmar na Vila Belmiro como Athirson, Marcos Bazílio, Eduardo Marques, Adiel, Fernandes e Baiano, todos entre 18 e 22 anos.

Elenco:
Clique aqui e conheça o elenco que conquistou a Copa Conmebol 1998.

Artilharia
04 gols – Viola (Santos) e Morales (LDU)

Artilheiros do Santos
04 gols – Viola
02 gols – Jorginho, Lúcio e Claudiomiro
01 gol – Narciso, Argel, Eduardo Marques e Adiel

Regulamento
A sétima edição da Copa foi disputada por 16 equipes em sistema de mata-mata.

Campanha:

# Data Ficha Técnica Local
Vídeo
1 15/07/1998 Santos 2 x 1 Once Caldas Vila Belmiro
N/D
2 21/07/1998 Once Caldas 2 x 1 Santos (penaltis 2×3) Palogrande
N/D
3 05/08/1998 LDU 2 x 2 Santos Casablanca
N/D
4 11/08/1998 Santos 3 x 0 LDU Vila Belmiro
N/D
5 09/09/1998 Santos 0 x 0 Sampaio Corrêa Vila Belmiro
N/D
6 23/09/1998 Sampaio Corrêa 1 x 5 Santos Castelão
N/D
7 07/10/1998 Santos 1 x 0 Rosário Central Vila Belmiro
8 21/10/1998 Rosário Central 0 x 0 Santos Gig. Arroyto

 

Classificação Final
Pos.
PG
J
V
E
D
GP
GC
SG
1 Santos (Bra)
15
8
4
3
1
14
6
8
2 Rosário Central (Arg)
14
8
4
2
2
9
5
4
3 Sampaio Corrêa (Bra)
11
6
3
2
1
6
6
0
4 Atlético-MG (Bra)
9
6
2
3
1
7
5
2
5 LDU (Equ)
7
4
2
1
1
8
7
1
6 Huracán Buceo (Uru)
4
4
1
1
2
6
6
0
7 Deportes Quindío (Col)
4
4
1
1
2
4
5
-1
8 Jorge Wilstermann (Bol)
2
4
0
2
2
2
5
-3
9 Once Caldas (Col)
3
2
1
0
1
3
3
0
10 Audax Italiano (Chi)
3
2
1
0
1
1
2
-1
11 Cerro Corá (Par)
2
2
0
2
0
2
2
0
12 Gimnasia La Plata (Arg)
2
2
0
2
0
1
1
0
13 Deportivo Italchacao (Ven)
1
2
0
1
1
3
4
-1
14 América-RN (Bra)
1
2
0
1
1
1
3
-2
15 River Plate (Uru)
1
2
0
1
1
1
4
-3
16 Melgar (Per)
0
2
0
0
2
2
6
-4

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