Santos 3 x 1 Corinthians
Data: 30/04/1995, domingo, 18h00.
Competição: Campeonato Paulista
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 18.719 pagantes
Renda: R$ 192.420,00
Árbitro: Dalmo Bozzano
Cartões amarelos: Carlinhos, Moura, Giovanni e Marcelo Fernandes (S); Viola, Célio Silva, André Santos e Daniel (C).
Cartão vermelho: Marcelo Fernandes (S)
Tempo técnico: Corinthians (26-1) e Santos (24-2).
Gols: Marcelo Passos (31-1), Marcelo Passos (45-2); Célio Silva (27-2) e Macedo (35-2).
SANTOS
Edinho; Ronaldo, Marcelo Fernandes, Cerezo (Marcelo Moura) e Silva; Gallo, Carlinhos, Giovanni (Ranielli) e Marcelo Passos; Jamelli e Macedo (Camanducaia).
Técnico: Joãozinho Rosa
CORINTHIANS
Ronaldo; Vitor (Tupãzinho), Célio Silva, André Santos e Silvinho (Daniel); Bernardo, Ezequiel, Marcelinho Souza e Elivélton; Viola e Marques.
Técnico: Eduardo Amorim
Pressão da torcida ajuda Santos a ganhar
O Santos venceu o Corinthians por 3 a 1, na Vila Belmiro, e é agora o vice-líder do Campeonato Paulista, com 35 pontos.
O Santos começou pressionando, empurrados por sua torcida. Aos 4min, depois de um escanteio cobrado por Marcelo Passos, o lateral-esquerdo Silvinho tirou a bola próximo ao gol.
Três minutos depois, novamente Marcelo Passos ergueu na área, para Gallo, que, de cabeça, passou para as tentativas, bloqueadas, de conclusão de Jamelli e Giovanni.
A nova resposta do Corinthians veio com Marques, que, em jogada pessoal, avançou na área pela direita, mas finalizou fraco para a defesa de Edinho.
Quando o Santos voltava à carga, aos 26min foi concedida a parada técnica para o técnico Eduardo Amorim, do Corinthians. Cinco minutos depois da volta para o jogo, o Santos marcou seu primeiro gol.
Pela esquerda Gallo lançou do meio-de-campo até o setor esquerdo da área do Corinthians, onde o lateral Ronaldo dominou a bola.
Depois, driblou Elivélton e tocou para Marcelo Passos, que completou para o canto esquerdo de Ronaldo.
O Corinthians se lançou ao ataque, mas, com um meio-de-campo mais defensivo que criativo, teve dificuldades para chegar próximo à meta santista.
No último minuto do tempo regulamentar, o Santos alcançou seu segundo gol.
Macedo arrancou pela esquerda e cruzou para Giovanni no meio da área. O meia santista dominou no peito, se desvencilhou de Célio Silva, Silvinho e André Santos e depois dividiu com Ronaldo e Célio Silva.
A bola acabou sobrando para Marcelo Passos chutar para o gol -Ronaldo ainda tocou na bola antes de ela entrar.
No segundo tempo, o Corinthians voltou tentando se aproximar do Santos no placar. Aos 2min, Tupãzinho, que acabava de entrar, trocou passes com Viola, que teve chance de chutar a gol, mas ficou na marcação.
Dois minutos depois, o Santos assustou o goleiro Ronaldo com um chute forte, depois de um rebote, do lateral santista Ronaldo.
Aos 13min, Célio Silva cobrou forte uma falta para a difícil defesa de Edinho no canto direito.
Passados 12 minutos, em um contra-ataque puxado por Jamelli, Giovanni passou para Marcelo Passos, que chutou para a defesa, com o pé direito, de Ronaldo.
Aos 27min, Célio Silva, em sua terceira cobrança de falta, chutou forte no canto esquerdo de Edinho.
O terceiro gol santista surgiu aos 35min do segundo, em jogada de Jamelli, que passou na área para Macedo, que, desequilibrado, tocou no canto esquerdo do goleiro do Corinthians.
Santos vence clássico e é vice-líder
A vitória do Santos por 3 a 1 sobre o Corinthians, no clássico disputado ontem, levou o time à vice-liderança do Paulista-95.
O time divide a posição com a Portuguesa, que, sábado, venceu o Juventus (1 a 0). Soma o mesmo número de pontos do rival (35).
Foi o primeiro clássico realizado pelos dois times na Vila Belmiro, em Santos, o que não acontecia desde julho de 1986 (Corinthians 2 a 0 pelo Campeonato Paulista de 86).
Foi, também, a primeira vitória do Santos em clássicos realizados em sua casa. Nos dois anteriores lá disputados, empatou com a Portuguesa e com o São Paulo, ambos em 1 a 1.
Marcelo Passos elogia a equipe
O meia Marcelo Passos, autor de dois gols do time santista, disse que o Santos “foi o dono do jogo”.
Para ele, o Santos sentiu menos os desfalques. “Os reservas que entraram no Santos tiveram uma atuação notável”, disse.
Repórter – O que determinou a vitória do Santos?
Marcelo Passos – Entramos determinados a apagar a má apresentação com o Guarani (derrota 1 a 2). O Santos foi o dono do jogo.
Repórter – O fato de jogar na Vila foi decisivo?
Marcelo Passos – Não acho. Nós vencemos a Portuguesa no Canindé. A vitória hoje (ontem) se deve a méritos dos jogadores.
Repórter – O Santos sentiu menos os desfalques?
Marcelo Passos – Pode ser. Os reservas do Santos tiveram uma atuação notável. Mas acho que a vitória foi uma conquista coletiva.
Repórter – Você volta a ser o artilheiro do time, ao lado de Giovanni, com 11 gols. A boa fase está de volta?
Marcelo Passos – Sem dúvida. Depois de apresentações ruins, estou novamente brigando pela artilharia.
Repórter – Por ter sido contra o Corinthians, a vitória teve um sabor especial?
Marcelo Passos – Vencer, jogando bem, e contra o Corinthians, é sempre emocionante. Hoje foi um jogo inesquecível.
Esquema recorde controla jogo de ‘alto risco’
A PM (Polícia Militar) montou um esquema de segurança especial com 360 policiais para tentar evitar violência na partida entre Corinthians e Santos, disputada ontem na Vila Belmiro.
Foi a maior operação policial no estádio. A quantidade normal de policiais é de 80 por jogo.
A partida era considerada de “alto risco” pela Polícia Militar porque o estádio da Vila Belmiro, com capacidade para 25 mil torcedores, é pequeno para acomodar as torcidas de dois times grandes.
No primeiro tempo não foi registrado nenhum confronto sério entre torcedores dentro do estádio. As arquibancadas da Vila Belmiro ficaram totalmente tomadas pelos torcedores.
Até as 18h30, apenas uma ocorrência havia sido registrada no 1º Distrito Policial de Santos. Um homem, que se identificou como funcionário do Corinthians, teria tentado entrar no vestiário reservado ao time corintiano. Ele foi acusado de trocar socos com um segurança do Santos.
Após o registro do boletim de ocorrência, o torcedor e o segurança foram liberados. A polícia não divulgou os nomes dos envolvidos.
O comandante da PM em Santos, major Oscar Pereira da Silva, disse que a Polícia Militar “a princípio” foi contrária à realização do clássico em Santos. Depois, quando o jogo foi confirmado pela Federação Paulista, a PM tentou limitar a venda a 18 mil ingressos.
Segundo o major, o Santos não concordou e colocou à venda 20 mil bilhetes. Por questão de segurança, havia nove anos que não era disputado um jogo entre Santos e Corinthians na Vila Belmiro.
PM bloqueia os corintianos
As torcidas organizadas do Corinthians só chegaram ao estádio da Vila Belmiro minutos antes da partida. Quando o jogo começou, mais de mil torcedores ainda estavam fora do estádio.
A razão foi a ação da polícia. Primeiro, foi montado um bloqueio na via Anchieta, para que todos os ônibus descessem em comboio. Por esse motivo, os ônibus das torcidas só chegaram a Santos às 16h50, uma hora e dez minutos antes do início marcado para o jogo.
Na entrada da cidade, houve um novo bloqueio. Cerca de cem policiais revistaram todos os ônibus. Segundo o comando do Batalhão da Polícia Militar em Santos, a revista demorou 40 minutos. Não foram encontradas bombas caseiras nem armas. A PM só apreendeu alguns mastros de bandeira. Com isso, a maioria dos torcedores corintianos só chegou ao estádio 12 minutos antes do jogo.
Mesmo a entrada não foi simples. As torcidas entraram uma a uma. A Gaviões da Fiel só se posicionou quando o Santos já havia entrado em campo.
Com a entrada da Gaviões, o espaço da torcida corintiana lotou. Aí, cerca de mil torcedores, segundo a PM, invadiram uma área vazia do estádio, que ficava entre as duas torcidas.
A torcida santista chegou a jogar algumas pedras, mas a PM controlou o incidente.
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