Santos 1 x 0 Corinthians
Data: 30/01/2002, quarta-feira, 21h40.
Competição: Torneio Rio SP
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 11.732 pagantes
Renda: 105.595,00
Árbitro: Edilson Pereira de Carvalho (SP)
Cartões amarelos: Paulo Almeida e Cléber(S); Deivid (C).
Gol: William (28-2)
SANTOS
Fábio Costa; Valdir (Michel), Cléber, Odvan e Léo; Paulo Almeida, Marcelo Silva, Wellington e Robert; Elano (Preto) e William (Douglas).
Técnico: Celso Roth
CORINTHIANS
Doni; Rogério, Batata, Scheidt e Edson; Fabrício, Vampeta (Fabinho), Renato (Luciano Ratinho) e Ricardinho; Gil e Deivid (Leandro).
Técnico: Carlos Alberto Parreira
Garotos do Santos apagam a reestréia de Vampeta
O Santos venceu o Corinthians por 1 a 0, na noite desta quarta-feira, na Vila Belmiro, e acabou estragando a “festa” do volante Vampeta, que voltava à equipe do Parque São Jorge.
Com uma equipe formada por vários garotos, o Santos começou a partida com muita vontade e nos primeiros minutos pressionou o Corinthians.
O goleiro Doni, que substituía Dida, na seleção, foi obrigado a fazer grandes defesas logo no começo da partida.
O Corinthians, comandado pelo volante Vampeta que reestreava na equipe, soube segurar a pressão do Santos e aos poucos foi se soltando no jogo.
A partida foi se equilibrando e o Corinthians perdeu algumas chances de abrir o placar, principalmente com os atacantes Gil e Deivid.
Mas, ainda no primeiro tempo, o Santos soube explorar os contra-ataques e voltou a assustar o goleiro Doni.
O técnico Celso Roth, que ainda não pode contar com o atacante Oséas, acreditou nos jovens jogadores que recentemente subiram para a equipe profissional e acabou conseguindo uma importante vitória.
Aos 27min, o atacante William fez um giro diante do experiente zagueiro Scheidt e marcou o único gol da partida.
Depois disso o volante Vampeta, que ainda não está no melhor de sua forma, foi substituído por Fabinho.
O Santos que não vencia o Corinthians há quatro partidas, chegou a seis pontos no Torneio Rio-São Paulo, já o Corinthians ficou com quatro.
Santos cogita estrear Oséas hoje contra o Corinthians (Em 30/01/2002)
Ainda em início de trabalho, técnicos não deverão escalar times ideais
Depois de protagonizarem um dos jogos mais esperados do Campeonato Brasileiro do ano passado, Corinthians e Santos fazem hoje, às 21h40, na Vila Belmiro, o primeiro clássico paulista do Torneio Rio-São Paulo.
As circunstâncias, no entanto, são bem diferentes em relação às do último encontro.
Se as desavenças entre o então técnico corintiano, Wanderley Luxemburgo, e o meia-atacante Marcelinho, que defendia o Santos, atraíram os holofotes naquela ocasião, as atenções na partida de hoje estarão mais centradas nos técnicos Carlos Alberto Parreira e Celso Roth.
Em início de trabalho no Corinthians e no Santos, respectivamente, ambos os treinadores ainda não conseguiram colocar em campo aquilo que consideram seus times ideais.
Parreira não poderá contar com o goleiro Dida, o lateral-esquerdo Kléber e o atacante Luizão, que estão em Goiânia com a seleção brasileira, que faz um jogo amistoso amanhã, contra a Bolívia.
No entanto, nem a ausência desses três titulares do Corinthians no jogo de hoje é considerada pelo técnico Carlos Alberto Parreira como um fator que possa prejudicar a atuação de sua equipe na Vila Belmiro.
O técnico corintiano considera que as ausências provocadas por convocações para jogos do Brasil não podem ser usadas para justificar uma eventual derrota ou um mau desempenho.
“Ter jogador na seleção é muito bom. Vamos tentar superar [o Santos” com os atletas que temos aqui. Eles vão corresponder.”
Parreira diz confiar na experiência de alguns de seus comandados, como Vampeta, que por opção do treinador entra no lugar de Fabinho fazer a função de segundo volante no meio-campo.
Segundo o técnico, o volante ainda não está na forma física ideal, mas pode ajudar: “É claro que ele [Vampeta” vai sentir o ritmo. Mas pela categoria que ele tem, poderá jogar bem pelo menos no primeiro tempo”.
Para o meia Ricardinho, as alterações não mudarão a maneira de jogar do time do Parque São Jorge, apesar de as características dos jogadores substitutos serem diferentes em relação aos ausentes.
Os respectivos substitutos de Dida, Kléber e Luizão serão Doni, Edson e Deivid.
No Santos, embora tivesse descartado a hipótese no dia anterior devido à precária condição física do jogador, Celso Roth, passou a cogitar desde ontem a possibilidade de recorrer ao atacante Oséas para o clássico de hoje.
Oséas participou ontem pela primeira vez de um treinamento com bola desde que chegou ao Santos. A atividade não estava programada, já que nos últimos dias o atleta vinha se dedicando somente aos treinos físicos.
Contratado por empréstimo do Cruzeiro, o mais recente reforço santista treinou durante todo o coletivo no time reserva, formando dupla de ataque com o novato Douglas, cotado para começar o jogo de amanhã -ao lado de Oséas ou de William.
Mesmo fora de forma, porém, Oséas poderá ser o escolhido para que o Santos não fique restrito no setor ofensivo, diante de sua exigente torcida, a dois jogadores considerados “inexperientes”.
Além de atuar durante todo o tempo no coletivo, Oséas exercitou demoradamente, após o treinamento, as finalizações a gol, principal deficiência apresentada pelo ataque do Santos nos dois jogos do time no Rio-São Paulo.
Ao deixar o gramado da Vila Belmiro, no final da tarde, o jogador respondeu de maneira não muito convincente às perguntas sobre sua participação no jogo. Vacilante, afirmou: “Estou com muita vontade, mas não vai dar”.
Se Oséas atuar, não será a primeira vez que o Santos tentará esconder do Corinthians a respeito da formação que escalará no clássico. Na semifinal do Paulista-2001, o atacante Deivid, então no Santos, encenou uma contusão dois dias antes do jogo.
Como se recuperava de uma lesão, foi colocado para caminhar -mancando fortemente- diante dos jornalistas. No dia da partida, mesmo sem a condição ideal, ele entrou em campo.
Sem conjunto, equipe do litoral já foge da crise
Uma vitória sobre o Corinthians é fundamental para o Santos evitar a deflagração da primeira crise do ano, após duas fracas exibições iniciais no Rio-São Paulo -na vitória em casa sobre o América (3 a 0) e na derrota para a Ponte Preta em Campinas (3 a 1).
Em 2001, pelo Brasileiro, última partida entre os dois times, o Santos perdeu por 2 a 0 para o rival na Vila Belmiro, e, na reapresentação dos atletas, membros de torcidas organizadas invadiram o CT Rei Pelé e ameaçaram agredi-los
Depois de contratar o zagueiro Odvan, o meia Esquerdinha (que está na seleção brasileira) e o atacante Oséas, a diretoria desistiu de buscar novos reforços, confiante no desempenho dos novatos Diego, William e Douglas. Só depois da entrada deles, no segundo tempo, é que o time conseguiu construir o placar para vencer o América.No jogo seguinte, porém, a estratégia já não funcionou.
Para o técnico Celso Roth, o problema é a falta de conjunto. Ele disse que está tentando suprir essa deficiência com seguidos treinos táticos. “É absolutamente compreensível que o Santos apresente um desempenho irregular [devido à falta de conjunto”. Nesse sentido, estamos atrás do Corinthians.”
Parreira espera obter “ajuda” de torcida santista
Carlos Alberto Parreira e seus jogadores acreditam que enfrentar o time do litoral paulista na Vila Belmiro – estádio que é considerado um “caldeirão”- não prejudicará o Corinthians.
Eles esperam poder usar a seu favor a impaciência dos torcedores santistas -que já se mostraram insatisfeitos com o trabalho do treinador Celso Roth e chegaram até a chamá-lo de “burro” em um amistoso na pré-temporada-, caso o Santos não consiga fazer um gol nos primeiros minutos da partida.
“Nós temos que não deixar o Santos impor seu ritmo logo no início e, ao longo do jogo, aproveitar a pressão em nosso favor”, analisa o técnico corintiano.
O volante Vampeta concorda com a opinião do treinador: “Temos que tocar a bola. A gente sabe que a torcida do Santos fica impaciente quando o gol não sai logo.”
O goleiro Doni, que entra na vaga de Dida, diz preferir jogar com o estádio lotado, mesmo que seja pela torcida rival. “O pior é se chegar lá na Vila e não tiver ninguém”, diz o goleiro reserva, que afirma não temer ser hostilizado na Vila Belmiro.
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