Santos 2 x 0 Vitória
Data: 28/07/2010, quarta-feira, 21h50.
Competição: Copa do Brasil – Final – Jogo de ida
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 14.060 torcedores
Renda: R$ 1.151.380,00
Árbitro: Leonardo Gaciba (Fifa-RS)
Auxiliares: Altemir Hausmann (RS) e Roberto Braatz (PR)
Cartões amarelos: Durval, Pará, Zé Eduardo e Bruno Aguiar (S); Schwenck, Anderson Martins, Ramon e Vanderson (V)
Gols: Neymar (14-1) e Marquinhos (38-2).
SANTOS
Rafael; Pará, Bruno Aguiar, Durval e Alex Sandro; Arouca, Wesley e Paulo Henrique Ganso (Marquinhos); Neymar, Robinho (Zé Eduardo) e André (Marcel).
Técnico: Dorival Júnior
VITÓRIA
Lee, Rafael Cruz (Bida), Wallace, Anderson Martins e Egídio; Vanderson, Neto Coruja, Fernando e Ramon (Renato); Elkeson e Schwenck
Técnico: Ricardo Silva.
Neymar erra cavadinha, Marquinhos limpa a barra e Santos abre vantagem na final
Foi um massacre na Vila Belmiro. O Santos abriu vantagem de 2 a 0 contra o Vitória na primeira partida da final da Copa do Brasil, mas deixou o gramado com a sensação de que foi pouco. Isso porque a equipe dominou toda a partida, e ainda viu Neymar, displicente, errar um pênalti ao bater com cavadinha.
O camisa 11 marcou o primeiro gol do jogo logo aos 14 minutos, mas tinha tudo para ter deixado o campo como vilão. Sorte que Marquinhos entrou no trecho final de jogo para garantir o triunfo, e a vantagem de perder por um gol de diferença no segundo jogo, na próxima quarta-feira, no Barradão.
A cobrança de pênalti com o goleiro Lee, estático, fazendo a defesa marcou um jogo onde a equipe baiana pode até comemorar a derrota por “apenas” dois gols de diferença.
O rubro-negro precisa vencer por três ou mais gols de diferença no Barradão, caso o Santos marque gol no campo do adversário. O 2 a 0 para o Vitória leva a definição do campeão para a disputa de pênaltis.
O jogo
O Santos exerceu uma intensa pressão inicial. Acuado, o adversário mal conseguia passar do meio-campo, e além disso não conseguiu encaixar a marcação nas principais peças santistas. Robinho abusou das jogadas individuais, e em muitas delas teve sucesso, Neymar e Ganso tiveram espaço de sobra, e André, o mais discreto deles, jogou muito longe da área.
Com 10 minutos de jogo, o Vitória já tinha dois jogadores (Schwenck e Anderson Martins) punidos com o cartão amarelo. O fato deixou os santistas ainda mais animados na partida, e a pressão inicial seguiu por um bom tempo.
Aos 12 minutos, em cobrança de falta na entrada da área, Ganso acertou a trave esquerda de Lee. O gol já estava demorando. Dois minutos depois, ele chegou. Pará foi à linha de fundo e cruzou para Neymar completar com o peito para o gol. Esse foi o 11º gol do artilheiro da Copa do Brasil.
O massacre santista ainda continuou por um bom tempo. Tanto que aos 17 minutos, Robinho perdeu uma chance clara de ampliar a vantagem ao receber livre na área um passe de Alex Sandro, e chutar para fora. Após esse lance, o Vitória conseguiu equilibrar a partida.
A equipe comandada por Ricardo Silva, que foi obrigado a colocar Bida no lugar de Rafael Cruz, lesionado, chegava com poucos jogadores no campo de ataque. As melhores oportunidades eram criadas em lances de bola parada. A cada bola levantada na área santista, momentos de tensão eram vividos pela torcida alvinegra. O jovem goleiro Rafael, tentando mostrar tranquilidade, aprontou das suas. Deus passes errados, arriscou drible na área, e deixou os torcedores enlouquecidos.
Com a proximidade do fim da primeira etapa, o Santos voltou a criar boas oportunidades. Na única delas que contou com participação de André, o centroavante arriscou finalização com a perna esquerda e desperdiçou ótima chance. O intervalo chegou com o Santos vencendo por 1 a 0. A sensação era a de que a vantagem poderia ser maior.
“Não podemos perder tantos gols, pois lá no Barradão precisamos entrar com uma vantagem maior”, alertou Arouca.
Santos e Vitória voltaram para o segundo tempo sem modificações. O que também não se alterou foi o panorama da partida. O time da Vila seguiu com um imenso volume ofensivo e criou excelentes oportunidades para marcar logo no recomeço do jogo. Porém, Neymar e Paulo Henrique Ganso desperdiçaram chances incríveis dentro da área.
A equipe baiana não conseguia encaixar nenhum contra-ataque. Impaciente, Ricardo Silva sacou o experiente Ramom, e colocou o meia Renato Cajá. Apesar disso, o time visitante continuou sem assustar o alvinegro.
O principal lance da partida ainda estava por vir. Aos 28 minutos, Neymar desperdiçou pênalti ao cobrar com firula e irritou a torcida santista. Vaias ao camisa 11 passaram a ser frequentes, e apesar disso Dorival optou por sacar Robinho e Ganso do time ao invés do jovem atacante.
A saída de Ganso foi vaiada pelos torcedores santistas, que chegaram a chamar Dorival Júnior de “burro”. O substituto do meia, porém, correspondeu dentro de campo. Em cobrança de falta, Marquinhos ampliou o placar e deixou o Santos com uma boa vantagem para a partida de volta.
Dorival defende Neymar com ‘cavadinhas’ passadas e nega displicência
O principal lance da final entre Santos e Vitória, o desperdício de pênalti com cavadinha de Neymar, foi visto como normal por Dorival Júnior. O treinador fez de tudo para defender o atacante santista das críticas pela maneira como cobrou a penalidade, e utilizou situações passadas para inocentar o jovem santista.
Por diversas vezes, Dorival citou a cobrança do uruguaio “Loco” Abreu, nas quartas de final da Copa do Mundo, em um duelo contra a Gana, para defender o santista. Para o treinador, comentários contra a maneira como Neymar executou a penalidade só aconteceu por ela ter sido desperdiçada.
“Outro dia estava todo mundo comemorando pênalti desse tipo. Quando o jogador do Uruguai acerta uma cobrança desse jeito na Copa do Mundo todos acham uma maravilha. Só bate assim quem treina e trabalha para fazer isso. Infelizmente, o goleiro pegou. O Neymar tem essa característica irreverente e isso não vai mudar”, comentou Dorival.
“Todos que cobram dessa maneira tem uma certa irresponsabilidade. Só que isso não é uma brincadeira. É o jeito de ele bater e temos que respeitar. Se tiver outro pênalti, é ele que vai bater. Só não bate se estiver sem confiança. Comigo ele vai continuar sendo o cobrador oficial”, complementou o treinador.
Dorival não gostou de ouvir que a atitude de Neymar na cobrança tenha sido displicente. “Não é displicência. O Neymar tem características próprias e todos precisamos respeitar” endossou o comandante santista.
Neymar já havia cobrado pênalti com cavadinha recentemente. Isso aconteceu no primeiro jogo do Santos no semestre, em amistoso contra a Ferroviária, em Araraquara. Na ocasião, o atacante converteu a penalidade.
“O pênalti foi normal”, se limitou a dizer Neymar ao sair de campo.
Goleiro revela ‘estudo’ de Neymar e diz que induziu atacante a errar pênalti
Apesar da derrota por 2 a 0 para o Santos nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, o goleiro Lee roubou a cena no primeiro duelo da final da Copa do Brasil. Não só por belas defesas durante toda a partida, mas especialmente no segundo tempo, quando defendeu cobrança de pênalti com cavadinha de Neymar. Segundo o camisa 1 do Vitória, a defesa foi fruto de um estudo antes da partida.
“A gente estudou a equipe do Santos e sabíamos que o Neymar faz paradinha, cavadinha. Então eu esperei, induzi ele e graças a Deus fui feliz de pegar o pênalti”, afirmou Lee, que foi o substituto do colombiano Viáfara, suspenso, e que retorna para o jogo decisivo no Barradão.
Lee ainda explicou sua tática para induzir o atacante Neymar a bater o pênalti com a cavadinha. “Fingi que estava meio nervoso, fiquei indo para um lado e para o outro, mas acabei ficando no meio”, revelou o camisa 1.
O pênalti, sofrido pelo próprio Neymar, aconteceu aos 27min do segundo tempo, quando o Santos vencia a partida por 1 a 0. Após a defesa de Lee, o Vitória ainda sofreu um gol de falta do meia Marquinhos. Com este resultado, o time baiano precisa de no mínimo dois gols para pelo menos levar a decisão para os pênaltis. O jogo no Barradão acontece na próxima quarta-feira.
Robinho enaltece vantagem santista e prega ofensividade no Barradão
Robinho ainda não está satisfeito. O atacante deixou o campo feliz com o triunfo de 2 a 0 contra o Vitória, na Vila Belmiro, na primeira partida da decisão da Copa do Brasil, mas quer ver a equipe ampliar a vantagem no duelo de volta no Barradão, na próxima quarta-feira.
“Mostramos que temos condições de vencer lá também. Voltamos a apresentar um bom futebol, e precisamos manter essa pegada no Barradão”, pediu o Rei das pedaladas.
O atacante não gostou da quantidade de gols desperdiçados pelo Santos na primeira partida. A sensação ao sair de campo era de que a vantagem foi pequena.
“Poderíamos ter aproveitado melhor as oportunidades. Foi um pouco de má sorte. Isso não pode ser repetido na partida de volta”, alertou Robinho.
O camisa 7 ainda defendeu o companheiro Neymar, vaiado pela torcida após desperdiçar cobrança de pênalti com cavadinha.
“Ele tentou se consagrar, mas errou. Só erra quem bate, e o Neymar é craque, não será a primeira vez que vai errar, e isso faz parte do futebol. Nós vamos aprendendo com os erros”, disse Robinho.
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