Sport Recife 1 x 1 Santos
Data: 26/07/1997, sábado, 21h30.
Competição: Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Ilha do Retiro, em Recife, PE.
Público: 5.509
Renda: R$ 49.300,00
Árbitro: Antonio Pereira da Silva
Gols: Arilnélson (13-1) e Alexandre Lopes (16-2).
SANTOS
Marcelo; Baiano, Narciso, Ronaldão e Cássio; Élder (João Santos), Marcos Bazílio, Caíco e Arinélson (Marcelo Passos); Müller e Caio (Macedo).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
SPORT RECIFE
Bosco; Marcinho (Cassio), Marcio, Alexandre Lopes e Dedé; Dega, Vagner, Juninho Petronilha e Jackson; Didi e Leonardo (Maurício).
Técnico: Eduardo Amorim
Santos consegue empatar com Sport
Santos e Sport empataram ontem em 1 a 1, no estádio da Ilha do Retiro, que foi policiado por 50 agentes particulares, 70 cadetes da Polícia Militar e cinco oficiais, já que a PM e a Polícia Civil de Pernambuco estão em greve.
O público foi baixo, 5.509 pagantes, pois os recifenses preferiram não sair à noite, já que a cidade vive uma onda de violência.
O mais marcante, porém, foi o gramado do estádio da Ilha do Retiro. Molhado (choveu à tarde), alto e irregular, ele acabou influindo em vários lances da partida.
Como, por exemplo, aconteceu no primeiro gol do Santos: o zagueiro do Sport Alexandre Lopes (ex-Corinthians) rebateu uma bola na área, Caíco chutou a gol e a bola bateu no chão, enganando o goleiro Bosco, que a largou. O meia Arinelson dominou, driblou o goleiro e marcou.
Passados três minutos, Alexandre Lopes se redimiu do erro, aproveitando falha do zagueiro santista Narciso e chutando forte, sem defesa para Marcelo.
No primeiro tempo, o número de faltas do Santos foi o dobro das do Sport, que teve duas vezes mais oportunidades de marcar.
O time pernambucano chegava perigosamente com jogadas de Jackson, Leonardo e Juninho, enquanto o Santos esbarrava na marcação próxima à área rival.
O Sport quase chegou ao segundo gol aos 44min da primeira etapa, com uma cabeçada de Didi.
No segundo tempo, o time do Sport, principalmente Leonardo, perdeu várias chances de gol.
Comboio de torcedores
Em consequência da greve das polícias, os torcedores saíram em comboio para assistir ontem à noite o jogo. Em grupos, os recifenses se mantiveram atentos à qualquer provocação de tumulto.
A insegurança nas ruas da cidade desencadeou cerca de 70 assassinatos desde o último dia 16.
Não houve registro de violência no estádio. Apesar de o esquema de segurança ter sido reforçado, o público que compareceu ao estádio ficou abaixo da expectativa da diretoria do clube.
“Demos garantia. Se o torcedor teve medo, é um risco que temos que correr”, disse o vice-presidente do clube, Aloísio Monteiro.
Alunos da PM vão ao jogo do Santos
Partida será realizada em Recife, onde PM está em greve há 11 dias; cadetes de Pau d’Alho farão policiamento
Com a PM em greve há 11 dias na cidade, o jogo entre Sport e Santos, hoje, em Recife (PE), será disputado com policiamento a cargo de 70 cadetes da Academia Militar de Pau d’Alho (a 45 km do Recife).
Pela legislação, a CBF não permite a contratação de seguranças particulares para policiamento dos jogos.
Assim, o vice-presidente da Federação Pernambucana de Futebol, José Joaquim Pinto, pediu o adiamento da partida -pedido negado pela CBF. “Se algum dos times se recusar a jogar, a partida será adiada”, disse José Pinto.
O Santos tenta hoje consolidar fora de casa a boa fase iniciada com duas vitórias consecutivas na Vila Belmiro (Goiás e Grêmio, as duas por 3 a 0).
Contra o Flamengo, no Maracanã, o time permitiu a reação do adversário depois de estar vencendo por 2 a 0 e somente garantiu a vitória por 3 a 2 com um gol aos 46min do segundo tempo.
O time que enfrentará o Sport será o mesmo que venceu o Grêmio, com Caio e Muller formando a dupla de ataque e Élder, Marcos Basílio, Caíco e Arinelson compondo o “quadrado” de meio-campo.
O lateral Ânderson deixou o campo com uma lesão muscular no jogo contra o Grêmio e não viajou para Recife. No seu lugar, permanece improvisado o volante Baiano.
O volante Marcos Assunção renovou contrato por 18 meses, mas não viajou para Recife. Ele somente retornará ao time na excursão que o Santos realizará pela Europa. A delegação viaja amanhã para Oslo (Noruega), onde o time enfrentará o Rosemborg na terça-feira.
Na Inglaterra, o Santos disputará três partidas no prazo de cinco dias: Barnsley (dia 1º), Wolverhampton Wanderers (dia 3) e Bardford City
Time elabora programação
A comissão técnica do Santos fez um planejamento para atenuar os efeitos da excursão à Europa sobre os jogadores.
Entretanto, o preparador físico Antonio Mello afirma que será inevitável uma piora no desempenho na volta. “Com certeza, vai ter baixa de rendimento.”
O time vai realizar quatro partidas em oito dias e passar boa parte do tempo dentro de aviões, viajando na classe econômica.
Amanhã pela manhã, o grupo volta de Recife para São Paulo, e à tarde já embarca para Oslo (Noruega), com escala em Paris (França). De Oslo, vai para Londres (Inglaterra), de onde retornará para o Brasil.
O fisiologista do Santos, Fábio Mahseredjian, disse que já enviou, por fax, para todos os hotéis onde a delegação ficará hospedada, um cardápio com recomendações sobre a alimentação dos jogadores. Os restaurantes estão orientados a servir massas, batatas, frango, carne, peixe e salada verde. Mahseredjian também reforçará a dose de suplementos alimentares.
No retorno, também haverá uma programação especial. “Na volta, não poderemos dar uma carga muito forte de treinamentos”, afirmou.
Além disso, o técnico Wanderley Luxemburgo deve fazer revezamento entre os jogadores durante os jogos.
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