Chapecoense 1 x 0 Santos
Data: 24/05/2015, domingo, 16h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – 3ª rodada
Local: Arena Condá, em Chapecó, SC.
Público: 6.374 pagantes
Renda: R$ 101.360,00
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA)
Auxiliares: Bruno Raphael Pires (GO) e José Reinaldo Nascimento Junior (DF).
Cartões amarelos: Rafael Lima, Gil, Vilson, Elicarlos e Hyoran (C); Ricardo Oliveira, Geuvânio, Lucas Otávio, Robinho, Lucas Lima, Chiquinho (S).
Gol: Apodi (20-1).
CHAPECOENSE
Danilo; Apodi, Rafael Lima, Vilson e Dener; Bruno Silva, Elicarlos, Gil e Camilo (Hyoran); Roger (Edmílson) e Ananias (Vagner).
Técnico: Marcos Benato / Vinícius Eutrópio
SANTOS
Vladimir; Victor Ferraz, Werley, David Braz e Chiquinho; Valencia (Lucas Otávio); Leandrinho (Rafael Longuine) e Lucas Lima; Geuvânio, Robinho e Ricardo Oliveira.
Técnico: Marcelo Fernandes
Em tarde de Apodi, Chapecoense bate o Santos em casa
O torcedor santista não tem boas lembranças de Apodi, hoje lateral direito da Chapecoense. O jogador fez apenas 12 jogos sem brilho com a camisa do Peixe em 2008 e nunca deixou saudades. Na tarde deste domingo, porém, Apodi foi o grande nome do duelo válido pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro. O lateral infernizou o sistema defensivo do Santos durante todo o jogo, participou de quase todas as jogadas de perigo do time de Santa Catarina e marcou um belo gol para decretar a vitória da Chapecoense por 1 a 0, na Arena Condá.
Bastante disputado, o jogo teve um festival de cartões amarelos. Foram 11 no total, sendo seis para atletas do time da Vila Belmiro. Robinho, grande estrela do plantel alvinegro, encontrou muita dificuldade em se livrar da marcação, teve a torcida local pegando no seu pé durante toda a partida e desperdiçou a grande oportunidade de gol do Santos no jogo.
Com o resultado, o Peixe estaciona nos quatro pontos e segue com dificuldade de vencer quando joga longe de seus domínios. Por outro lado, a equipe de Chapecó chega a sua segundo vitória no Campeonato Brasileiro. Em casa, nesta temporada, já são nove vitórias, dois empates e apenas duas derrotas até aqui. As duas equipes agora têm a semana inteira livre antes do próximo desafio.
O jogo
Como manda a cartilha, a Chapecoense cumpriu bem seu papel de mandante e pressionou o Santos desde o apito inicial do árbitro. Com o apoio da torcida, ficou claro desde o começo que as jogadas pela direita, com o apoio de Apodi, eram a grande arma da equipe de Santa Catarina. Em poucos minutos, o lateral já dava canseira em Chiquinho, que sofria para frear as subidas de seu adversário.
Aos 8 minutos, em um dos lances envolvendo Apodi, David Braz afastou mal e por pouco a bola não sobrou dentro da área para Roger. No lance seguinte, após boa trama de passes do time de Chapecó, Bruno Silva arriscou de fora da área, mas isolou. Roger também arriscou chute de longe, mas Vladimir encaixou sem dificuldade.
Aos 18 minutos, o clima ficou quente. Valencia perdeu a bola no meio de campo e fez falta. A torcida e o time inteiro da Chapecoense cobraram um cartão amarelo para o santista, mas foram ignorados. No lance, o colombiano sentiu uma lesão e ficou no chão, porém, mesmo assim, os donos da casa cobraram a falta e pegaram a zaga alvinegra de surpresa. Apodi saiu cara a cara com Vladimir, mas o goleiro salvou o Peixe na primeira e, no rebote, Roger bateu na rede, pelo lado de fora.
Valencia precisou sair do jogo por causa da lesão e foi a vez do time do Santos cobrar o árbitro da partida por ter autorizado a sequência da jogada. E, de tanto ofender o quarto árbitro, o técnico Marcelo Fernandes acabou expulso. Passada toda a confusão, a Chapecoense voltou ao ritmo intenso e abriu o placar. Novamente ele: Apodi. O lateral partiu para cima de Chiquinho, cortou para dentro e acertou um lindo chute de perna esquerda. Golaço.
O Peixe, então, partiu em busca do empate e passou a ficar mais com a bola em seu domínio. Danilo precisou trabalhar pelo menos duas vezes, mas melhor chance dos visitantes veio aos 44, quando Ricardo Oliveira recebeu boa bola de Robinho e, já dentro da área, isolou, desperdiçando uma grande oportunidade de marcar.
O segundo tempo começou quente. Precisando do resultado, o Santos claramente adotou a postura de pressionar a Chapecoense desde a marcação na saída de bola. Porém, nervoso, o time santista acabou recebendo três cartões amarelos em sete minutos.
Geuvânio, Lucas Otávio e Robinho, depois de se desentender com o zagueiro Vilson, foram advertidos pela arbitragem.
Na bola, o Santos chegou com perigo aos 10 minutos, mas Geuvânio cabeceou nas mãos do goleiro Danilo. Pouco depois, Rafael Longuine, revelação do Campeonato Paulista, entrou na vaga de Leandrinho para fazer sua estreia com a camisa santista. Era o Peixe partindo de vez para cima, enquanto a Chapecoense apenas aguardava uma oportunidade de surpreender no contra-ataque.
Aos 20 minutos, o gol de empate não saiu graças a um milagre de Danilo. Lucas Lima fez boa jogada individual e enfiou a bola para Ricardo Oliveira, pela esquerda. O Centroavante só rolou para Robinho, que chegou batendo, mas o goleiro de Chapecó abafou e defendeu de forma espetacular. Imediatamente a torcida local gritou o nome do seu camisa 1 com entusiasmo.
Seis minutos depois, Victor Ferraz passou em velocidade e recebeu já dentro da área. O lateral do Peixe tocou por cima do goleiro Danilo e a bola sobrou limpa para Longuine, que não pegou em cheio. Robinho ainda dominou a sobra, mas Apodi afastou o perigo e, de novo, a Chapecoense se livrou por pouco de levar o gol.
Apenas aos 32, a equipe mandante chegou a assustar o gol de Vladimir. Werley perdeu a bola no campo de defesa e a Chapecoense rodou a bola de forma rápida até Apodi ter a chance de finalizar. O lateral pegou de primeira e viu a bola raspar a trave direita do goleiro santista.
Os minutos finais foram de muita emoção, com o jogo aberto. A Chapecoense teve duas chances claras de matar o jogo, mas seus atacantes finalizaram mal. E o castigo quase veio em lance de Ricardo Oliveira, que girou bonito e bateu forte. Danilo voou na bola, que tirou tinta da trave e calou o estádio por alguns segundos. Desta forma, sem gols, a Chapecoense confirmou sua vitória em casa.
Ricardo Oliveira refuta descontrole e reclama de rigor do árbitro
O Santos conheceu sua primeira derrota no Campeonato Brasileiro na tarde deste domingo. A queda em Santa Catarina para o time da Chapecoense, por 1 a 0, deixou o time da Vila Belmiro com apenas quatro pontos em três jogos e ainda sem vencer fora de casa na competição. Porém, a peculiaridade do confronto na Arena Condá se deu pelo clima quente dentro de campo, aparentemente com um nervosismo acima do normal dos jogadores alvinegros.
Na saída de campo, Ricardo Oliveira garantiu que o time estava com a cabeça tranquila e culpou o critério do árbitro baiano Jailson Macedo Freitas pelo excesso de confusão durante o jogo.
“Não, não estava (nervoso). Vocês podem fazer uma análise, futebol é um jogo de contato corporal, sempre houve. Está sendo muito rigoroso. Eu disputei um lance com o ombro e ele (o árbitro) apita falta e me dá cartão. Em outro lance, mais ríspido, ele só da falta”, reclamou o camisa 9 santista, que dificilmente externa comentários sobre arbitragem.
Durante os 95 minutos de bola rolando, foram distribuídos 11 cartões amarelos. O Peixe foi responsável por seis deste total. Ricardo Oliveira, Geuvânio, Lucas Otávio, Robinho, Lucas Lima e Chiquinho foram advertidos. Lucas Lima, assim como na quarta-feira, contra o Sport, mais uma vez recebeu um cartão por reclamação. E Robinho foi punido após uma discussão ríspida com o zagueiro Vilson.
Além disso, Marcelo Fernandes foi expulso logo aos 18 minutos do primeiro tempo depois se revoltar com o juiz e ofender o 4º árbitro.
“Muito rigoroso, falou com ele é (cartão) amarelo. Não perdemos controle emocional, não sou de falar isso. Violência tem que ser coibida, mas falta de jogo tem que ser melhor analisada porque o jogo fica feio”, criticou Ricardo Oliveira.
Apesar de tudo, Marcelo Fernandes ainda não tem jogadores suspensos e, no próximo domingo, contra o Sport, pela 4ª rodada do Brasileirão, poderá usar força máxima novamente.
Para técnico, Santos cresceu após apagão e merecia gol de empate
A Chapecoense surpreendeu o Santos com uma pressão inicial muito forte, na Arena Condá, na tarde deste domingo. Explorando o lado direito, com Apodi, o time de Santa Catarina chegou ao gol da vitória ainda no primeiro tempo e soube administrar o resultado. Depois da partida, Marcelo Fernandes admitiu que sua equipe sofreu uma ‘apagão’, mas viu o Peixe melhor em campo após o gol.
“Minha equipe teve os 20 minutos muito ruins, desatenta. Mas, depois o grupo inteiro levantou, tivemos várias chances, jogamos até melhor que a Chapecoense dos 20 minutos do primeiro tempo em diante e, infelizmente, não conseguimos o empate. Mas vale aqui mais uma lição”, comentou o técnico.
Depois de três rodadas, o Santos ainda não conseguiu vencer fora de casa. Empatou com o Avaí, na Ressacada, e, neste domingo, perdeu para o time de Chapecó. Pela Copa do Brasil, na quarta, o alvinegro também tropeçou longe da Vila ao ser derrotado pelo Sport, em Recife.
Apesar de apontar pontos positivos, Marcelo Fernandes admitiu que o novo tropeço não estava no planejamento para o começo da competição.
“A Chapecoense é uma grande equipe, nos seus domínios mostrou isso, não foi diferente hoje, só que o Santos fez um grande jogo, perdeu inúmeras chances, a bola não entrou e mais um aprendizado para a gente. Foi o que a gente falou no vestiário, o pessoal estava se cobrando muito, todo mundo muito chateado, porque sabia que aqui pelo menos tinha que ter saído com um empate hoje”, finalizou.
Expulso, Marcelo Fernandes detona árbitro e fair play: “palhaçada”
A arbitragem do baiano Jailson Macedo Freitas definitivamente não agradou os santistas no duelo deste domingo, contra a Chapecoense, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Além de aplicar seis cartões amarelos para os atletas do Peixe durante a derrota por 1 a 0, o árbitro expulsou o técnico Marcelo Fernandes ainda antes dos 20 minutos do primeiro tempo, o que gerou uma revolta do treinador no momento do acontecimento e após a partida.
No lance que envolveu toda a confusão, Valencia fez uma falta no meio de campo e ficou caído. Mesmo assim, o time da Chapecoense cobrou a falta, pegando o time do Santos de surpresa, e só não fez o gol porque Vladimir fez uma grande defesa.
“Hoje, mais uma vez eu fui expulso por reclamar com o banco da Chapecoense, pelo fair play que não foi dado quando o Valencia caiu. E não tem nada a ver com o jogo, mas poderia ter, sim. Se sai o gol, com certeza os jogadores iam reclamar e ele (o árbitro), como é um juiz enérgico, com certeza ia colocar jogador para fora”, reclamou Marcelo Fernandes.
O comandante santista ainda lembrou de uma reunião feita antes da competição começar com todos os técnicos, na qual foi discutido e acordado de que forma se deve agir em casos semelhantes ao de Valencia, neste domingo, na Arena Condá.
“O quarto árbitro (Evandro Tiago Bender, de Santa Catarina) achou foi para ele que eu gesticulei e me pôs para fora. Eu não falei uma palavra. Então, essa palhaçada de fair play, agora, tem que ser cumprida ou não ser cumprida. O que eu passei para os meus jogadores desde o início foi tudo que foi passado pra mim pela CBF, e nós procuramos fazer tudo aquilo que foi passado. Mas eu acho que esse é o terceiro jogo que eu fui prejudicado depois dessa reunião”, esbravejou.
Revoltado, Marcelo Fernandes ainda levantou a ideia de mudar a postura dos atletas, em campo, na hora de devolver a posse de bola para o time adversário por causa de alguma eventualidade da partida.
“Teve um encontro de cavalheiros na CBF e ninguém cumpre o que teve no encontro. Eu acho isso uma tremenda de uma palhaçada porque meus jogadores procuram fazer o tempo inteiro aquilo que foi tratado entre os treinadores na CBF. Então é melhor acabar com isso e fazer aquilo que é o normal, todo mundo devolver a bola para o goleiro ou devolver a bola no meio de campo, independente de onde ela saia”, disse.
Os seis cartões amarelos para jogadores da sua equipe também incomodaram o treinador. Depois de Ricardo Oliveira criticar a postura rigorosa do árbitro, foi a vez de Marcelo Fernandes cobrar critério nas avaliações das jogadas.
“Ele deu um monte de cartão amarelo, mas na hora de dar um para o Gil ele não deu, porque o Gil seria expulso. Todo mundo falou com ele e ele falou ‘calma, calma’”, concluiu.
No próximo domingo, o Peixe recebe o Sport, na Vila Belmiro, às 11 horas e buscará sua reabilitação no campeonato após a primeira derrota. Apesar de todos os cartões, nenhum jogador está suspenso para o jogo da 4ª rodada.
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