Fluminense 2 x 4 Santos
Data: 22/06/2016, quarta-feira, 21h45.
Competição: Campeonato Brasileiro – 10ª rodada
Local: Estádio Kleber Andrade, em Cariacica, ES.
Público: 4.721 pagantes (5.310 presentes)
Renda: R$ 177.312,00
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Auxiliares: Fabiano da Silva Ramires e Vanderson Antonio Zanotti (ambos do ES).
Cartões amarelos: Giovanni (F); Luiz Felipe (S).
Gols: Marcos Júnior (13-1), Luiz Felipe (27-1), Rodrigão (38-1) e Gabriel (47-1); Gabriel (05-2), Marcos Júnior (20-2).
FLUMINENSE
Diego Cavalieri, Jonathan (Giovanni), Gum, Henrique e Wellington Silva; Pierre (Maranhão), Douglas, Cícero e Gustavo Scarpa; Marcos Júnior (Oswaldo) e Magno Alves.
Técnico: Levir Culpi
SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, Gustavo Henrique, Luiz Felipe e Zeca; Renato, Thiago Maia, Léo Cittadini (Lucas Lima) e Vitor Bueno (Yuri); Gabriel e Rodrigão (Joel).
Técnico: Dorival Junior
Peixe goleia o Flu, quebra marca de 2015 e cola no G4 do Brasileirão
O Santos precisou de dez rodadas para superar a marca do ano passado e alcançar a segunda vitória fora de casa no Campeonato Brasileiro. Se em 2015 o alvinegro era o visitante que todos os adversários queriam, na atual temporada o Peixe promete fazer diferente. E, nesta quarta, os três pontos vieram em grande estilo, com direito a virada e goleada em cima do Fluminense, que sem o Maracanã e o estádio Nilton Santos, antigo Engenhão, mandou o jogo no Kleber Andrade, em Cariacica, no Espírito Santo.
Marcos Júnior abriu o placar no primeiro tempo, mas Rodrigão e Gabriel viraram ainda antes do intervalo. O camisa 10 santista ampliou logo nos primeiros minutos do segundo tempo, até Marcos Júnior colocar fogo na partida de novo. Mas, o zagueiro Luiz Felipe também deixou o seu e decretou a goleada a favor dos paulistas.
Desta forma, o alvinegro praiano se beneficiou da derrota do Corinthians para o Atlético-MG, também nesta quarta, e chegou à 5ª colocação, com 16 pontos, um a menos que o Flamengo, agora novo integrante do G4. Já o Tricolor Carioca cai para a 13ª colocação, estacionado nos mesmos 13 pontos.
O jogo
O primeiro tempo de Fluminense e Santos foi mais uma prova de que no futebol a eficiência é o que importa no fim das contas. O Tricolor carioca, em campo como mandante, apesar do jogo em Cariacica, partiu para cima desde o início e ditou o ritmo da partida praticamente o tempo todo. A primeira chance de gol veio ainda aos 7 minutos, em cobrança de falta de Cícero. Três minutos depois, Scarpa cruzou da esquerda e o meia do Flu só não marcou de cabeça porque Gustavo Henrique travou a bola no alto.
A pressão surtiu efeito aos 13 minutos em lance polêmico. Gustavo Henrique espanou um cruzamento da direita e, na sequência, cabeceou a bola para o meio da área. Luiz Felipe perdeu para Magno Alves no alto e a bola ficou para Marcos Júnior, que dividiu com Vanderlei e ainda teve a sorte da bola tocar na trave de voltar em sua direção. Mesmo caído, o atacante abriu o placar com o joelho.
No replay do lance, foi possível perceber que o autor do gol estava com uma pequena parte de seu corpo a frente do último homem santista, o que caracteriza o impedimento na jogada, mesmo que por tão pouco.
O Peixe encontrava muita dificuldade para organizar uma jogada de ataque. Como os jogadores passavam a maior parte do tempo atrás da linha da bola, marcando, os atacantes acabavam ficando isolados quando tinham a bola sob domínio. E a situação só não ficou pior graças a dois milagres de Vanderlei.
Depois de cobrança de falta na área e toque de Gustavo Henrique, Marcos Júnior testou com consciência, no ângulo, e viu o camisa 1 do Peixe voar e jogar a bola na trave. No rebote, Magno Alves bateu forte e Vanderlei voltou para executar outro milagre. Gum foi o último a ter uma chance, mas cabeceou para fora. Lance incrível no estádio Kléber Andrade.
Mas, é como diz o velho ditado: Quem não faz, toma! E no caso do Fluminense, a pena foi dobrada. Primeiro Rodrigão, estreante na noite, aproveitou passe de Léo Cittadini, girou e bateu rasteiro, de pé esquerdo, para empatar o jogo. E antes do intervalo, aos 47, praticamente no mesmo espaço de campo, Vitor Bueno enfiou para Gabriel repetir o companheiro e virar o jogo com chute rasteiro, cruzado. 2 a 1 Santos.
Peixe fatal
Na segunda etapa, o confronto continuou movimentado, com o Fluminense tendo de correr atrás do resultado. Mas, o balde de água fria veio logo aos 5 minutos. O Peixe saiu rápido em contra-ataque. Léo Citaddini lançou Rodrigão, em posição duvidosa, no meio da zaga carioca. Wellignton Silva tentou afastar, mas acabou tirando Cavallieri e dando uma assistência para Gabriel, que só colocou a bola para o fundo do gol, já vazio.
Levir Culpi então mandou o meia-atacante Maranhão para campo no lugar do volante Pierre. E o jogo ganhou características de ataque contra defesa, com o alvinegro sendo perigoso a cada contra-ataque, enquanto o Flu tentava diminuir o prejuízo a qualquer custo, principalmente com bolas aéreas.
E o duelo pegou fogo de vez aos 20 minutos. Magno Alves deu uma linda assistência para Marcos Júnior, que entrou com liberdade na área do Peixe e tocou com cima de Vanderlei para diminuir. Belo gol e 3 a 2 no placar.
Mas, de novo quando parecia perto de igual o jogo, o Fluminense tomou o segundo balde de água fria. Cobrança de escanteio na área, Rodrigão rocou de cabeça para o meio e Luiz Felipe, livre entre tantos defensores cariocas, fez o quarto gol do Santos, de cabeça.
Desta vez, o Flu não conseguiu reagir e o time de Dorival Júnior só teve o trabalho de administrar o resultado até o apito final, consumando a segunda vitória fora de casa do Alvinegro Praiano neste Campeonato Brasileiro. Ainda deu tempo de Lucas Lima acertar a trave de Cavalieri, mas o placar não foi amis alterado.
Bastidores – Santos TV:
Dorival admite pressão do Flu, mas comemora virada e elogia estreante
A vitória do Santos sobre o Fluminense na noite desta quarta-feira, em Cariacica, no Espírito Santo, é uma daquelas que o placar não diz exatamente o que foi o jogo. No fim, 4 a 2 para o Peixe, que agora é quinto colocado no Campeonato Brasileiro, com 16 pontos. Mas, os gols em contra-ataques foram os responsáveis por ofuscar a pressão imposta pelo Tricolor Carioca, principalmente no primeiro tempo, quando Vanderlei operou dois milagres e ainda contou com a ajuda da trave. Dorival Júnior, técnico santista, soube reconhecer isso após o confronto.
“Nós não começamos bem a partida, tivemos muitas dificuldades, o Fluminense predominou no início. Tivemos a felicidade de conseguirmos os dois gols na primeira etapa, melhoramos no segundo (tempo), jogamos em uma característica que a equipe produz bem. Jogo difícil, mas valorizamos o que o Santos fez em campo. Foi um jogo franco, um campo pesado. As duas equipes procuraram o resultado, um jogo de seis gols. Acima de tudo, um grande espetáculo”, avaliou, sem deixar de ressaltar o que sua equipe fez de bom para sair de campo com a vitória.
“O primeiro tempo foi complicado. O Santos conseguiu encontrar dois gols na primeira etapa. Eu também viria para cima tentar o resultado, reverter o placar. Isso aí proporciona uma condição que as duas equipes sabem aproveitar muito bem. Colocamos velocidade, dinâmica muito grande, troca de passes com frequência. Isso começou a esfriar o Fluminense. Foi fundamental e espero que a equipe mantenha essa postura. Deixamos pontos importantes no meio do caminho”, completou.
A estreia de Rodrigão também mereceu comentários do treinador alvinegro. Titular nesta quarta, o centroavante, que marcou 18 gols no Campeonato Paraibano, deixou o seu ainda no primeiro tempo, participou da jogada do terceiro e deu assistência para o quarto gol do Peixe no jogo, praticamente desbancando de vez a concorrência de Joel, que vive má fase e não tem sido perdoado pelos torcedores.
“Foi uma boa estreia, sim. Assim como o gol, a movimentação, a aproximação com os jogadores de frente. Realmente foi uma boa estreia, precisamos que ele mantenha tudo isso. O Joel também entrou no segundo tempo e manteve o nível, criando boas condições para quem chegasse de trás, prendendo a bola. É isso que nós queremos, essa competição saudável, que nos leva a uma melhora na classificação geral”, disse Dorival, sem desprestigiar o camaronês. “Importante continuar pontuando. Conseguir pontos fora que perdemos em casa. Valorizo isso. O restante vai ser uma troca constante de posições. Caso pontue, não pontue, naturalmente essas oscilações continuarão acontecendo. Temos de ter tranquilidade, pensar em classificação num momento oportuno do campeonato”.
Gabriel brinca com Rodrigão, pede maturidade e cabeça no clássico
Gabriel mais uma vez mostrou que vive grande fase e, nesta quarta, marcou dois dos quatro gols do Santos na vitória por 4 a 2 em cima do Fluminense, em Cariacica, no Espírito Santo. “Conseguimos uma virada importante contra um grande time. Nosso time é competitivo, independente de quem jogue”, comentou o camisa 10, que apesar de 19 anos, lembrou da derrota na rodada anterior para o Atlético-PR e pediu “maturidade” para a equipe seguir brigando na parte de cima da tabela. “Às vezes falta maturidade. Contra o Atlético-PR, fizemos um bom jogo. Precisava de calma, somar ponto. Tomamos um gol bobo”.
Ao falar sobre seu novo companheiro de ataque, Gabriel brincou com Rodrigão. “É meu companheiro de quarto, por isso fez gol”, contou, elogiando o centroavante, que fez uma estreia em grande estilo. “O Santos precisa de jogadores de personalidade, sem medo, sem se esconder. Nosso time deu confiança ao Rodrigão”, concluiu o atacante.
A timidez do reforço santista não o deixava transparecer a felicidade pela sensação de dever cumprido. Rodrigão saiu de campo já de olho no clássico contra o São Paulo, no próximo domingo. “Agora tem que manter a pegada e vamos pensar no São Paulo para fazer bom jogo”, resumiu, minimizando a disputa pela titularidade com Joel. “Não pensamos nisso. O professor decide. Trabalhamos no dia a dia”.
Zeca, já calejado com a camisa alvinegra, foi outro atleta a citar o San-São do fim de semana logo após a goleada em cima do Tricolor Carioca nesta 10ª rodada do Campeonato Brasileiro. “Parabéns à equipe e vamos em busca de mais uma (vitória). O Santos sempre jogou bola. Tem que entrar com raça para ganhar esse clássico”, avisou.
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