Palmeiras 5 x 0 Santos
Data: 21/09/1997, domingo, 16h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – 1ª fase – 15ª rodada
Local: Estádio do Parque Antártica, em São Paulo, SP.
Público: 14.849 pagantes
Renda: R$ 171.975,00
Árbitro: Sidrack Marinho dos Santos (SE).
Cartões amarelos: Wágner, Zinho e Heriberto (P); Baiano e Ronaldão (S).
Cartão vermelho: Roque Junior (P).
Gols: Oséas (2), Alex e Viola (2)
PALMEIRAS
Velloso; Pimentel, Roque Júnior, Agnaldo e Júnior (Wagner); Galeano, Rogério, Alex (Eriberto) e Zinho; Oséas (Euller) e Viola.
Técnico: Luis Felipe Scolari
SANTOS
Zetti; Baiano (Marcelo Passos), Jean (Ânderson Lima), Ronaldão e Rogério Seves; Narciso, Marcos Bazílio, João Santos e Arinélson (Alexandre); Macedo e Caio.
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Palmeiras reduz pancadas para vencer
As orientações do técnico Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, deram resultado e sua equipe cometeu menos faltas do que o Santos, ontem, na goleada de 5 a 0. Scolari havia reclamado que os juízes do estariam prejudicando seu time.
Ontem, o Palmeiras cometeu 29 infrações, segundo o Datafolha, contra 35 do rival. Os números são superiores à média do campeonato: 27 faltas por jogo.
O Palmeiras dominou o Santos desde o início do jogo. Logo no primeiro minuto, o meia Alex chutou para boa defesa de Zetti.
Aos 9min, Oséas recebeu lançamento de Galeano, driblou Zetti, mas finalizou para fora. Logo depois, aos 16min, o atacante palmeirense se redimiu. Dominou passe de Pimentel e marcou: 1 a 0.
No minuto seguinte o Santos perdeu grande chance de empatar. Macedo, na pequena área do Palmeiras, chutou para fora.
No final da primeira etapa, aos 42min, Oséas marcou novamente. Recebeu lançamento de Rogério e fez: 2 a 0. Aos 45min, Alex cobrou falta no ângulo de Zetti: 3 a 0.
O técnico Luxemburgo, do Santos, tentou mudar o panorama da partida fazendo duas substituições no início da segunda etapa: Marcelo Passos no lugar de Baiano e Anderson na posição de Jean.
Porém o Palmeiras acabou com qualquer pretensão santista logo aos 8min. Zinho passou para Pimentel. O lateral foi até a linha de fundo e cruzou rasteiro para Viola marcar: 4 a 0.
Aos 38min, Caio bateu pênalti, mas Velloso defendeu. Dois minutos depois, Viola completou cruzamento de cabeça: 5 a 0.
Luxemburgo elogia torcida e critica time
“Nenhum jogador merece aplauso. A única coisa boa do jogo foi a torcida. Só ela merece aplauso.” Assim, o técnico do Santos, Wanderley Luxemburgo, resumiu a atuação da sua equipe ontem.
O técnico referia-se ao inusitado apoio que a pequena torcida santista -cerca de 20% dos 14.849 presentes ao estádio- deu à equipe após esta levar o quarto gol.
Em meio a gritos de “sou santista até morrer”, até um coro de “olé” foi entoado durante o segundo tempo.
“Sobre o resultado, eu não tenho explicação. Só acho que fica a lição que não podemos levar pancada toda hora para não desestabilizar”, disse sobre o jogo.
A exemplo do treinador, o atacante Caio também desmereceu o futebol apresentado pelo time. “Hoje, nós não jogamos como time grande”, disse.
Scolari credita goleada a sorte e pontaria
O técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari considera que a sorte e a melhora na pontaria foram decisivos para o placar elástico.
Apesar disso, abre precedente para que o time acerte menos.
“A equipe vinha apresentando padrão de jogo, mas errava muitas finalizações. Hoje tivemos sorte. Mas o ideal seria que tivéssemos cinco ou seis chances por jogo e marcássemos dois gols”, afirmou.
Pela contabilidade do treinador, apesar da vitória, a equipe ainda está em dívida de pontos. “O time está me devendo dois pontos. Mas, se conseguirmos a vitória sobre o Corinthians, vamos ficar no nível que queríamos”, disse, referindo-se ao próximo jogo, no próximo domingo.
O resultado, além disso, reabilitou o time no torneio, já que vinha de derrota para o Bragantino e empate com o Bahia.
Santos quer acabar com fama de time caseiro ( Em 21/09/1997 )
O Santos busca vencer o Palmeiras hoje para acabar com a fama de time caseiro. Dos oito jogos que disputou fora de casa, venceu apenas um (Flamengo), empatou dois (Sport e Juventude) e perdeu cinco (Internacional, Paraná, Bragantino, Fluminense e Atlético-MG).
Fora de casa, o time também deixa a desejar na artilharia. Enquanto dentro da Vila Belmiro marcou 15 gols em 6 jogos -média de 2,5 gols por partida-, em campo adversário assinalou sete gols em seis jogos -média de 1,16 gol.
O técnico Wanderley Luxemburgo tem conversado com os jogadores para reforçar a confiança e afirma que as melhores apresentações do time foram fora de casa.
“Considero que, tecnicamente, o melhor jogo que o time disputou foi contra o Internacional, em Porto Alegre. Perdemos por 2 a 0.”
Para o clássico de hoje, mesmo sem poder contar com o meia-direita Caíco, que levou o terceiro cartão amarelo, Luxemburgo mantém o time ofensivo.
“O Santos tem padrão tático definido, mas sempre levando em consideração a maneira de o adversário se comportar em campo.”
Palmeiras quer evitar o desespero
Mais que sepultar a fase de resultados negativos, a vitória na partida que o Palmeiras faz hoje contra o Santos, às 16h, no estádio do Parque Antarctica, é fundamental para evitar o desespero no clube.
Segundo os jogadores, uma eventual derrota prejudicaria as chances da equipe no Campeonato Brasileiro. O regulamento prevê a classificação dos oito primeiros colocados desta fase para as semifinais da competição.
Os dois times brigam diretamente por essas vagas. O Palmeiras tem 25 pontos em 15 jogos. O Santos, 23 pontos em 14 partidas.
“Não podemos perder mais pontos em casa. Senão, teremos que fazer contas nas rodadas finais da fase de classificação”, afirmou o meia Zinho. Na última quinta-feira, o Palmeiras empatou, no Parque Antarctica, com o Bahia.
Na semana passada, a equipe do técnico Luiz Felipe Scolari perdeu para o Bragantino por 2 a 1. “É uma partida delicada”, afirmou o técnico sobre o confronto com a equipe santista.
Scolari não acredita que Wanderley Luxemburgo, treinador do Santos, terá vantagem no jogo de hoje por ter comandado o Palmeiras até o final do ano passado. “Também conheço bem o adversário. Com a televisão, não existem mais segredos. Toda hora passa um jogo do Santos.”
Scolari x Luxemburgo. Rivalidade?
Scolari e Luxemburgo querem evitar qualquer clima de hostilidade entre os dois. Em 1995, quando os técnicos comandavam, respectivamente, Grêmio e Flamengo, os dois se envolveram numa briga.
“É uma situação superada. Já conversamos várias vezes depois. Não somos gladiadores. Defendemos apenas o nosso ganha-pão”, afirmou o palmeirense.
O técnico santista não comenta o episódio. Inclusive fica irritado com perguntas sobre o assunto.
“O Palmeiras tem um grande time, merece respeito. Não comento sobre a maneira como o Santos irá atuar, porque não vou entregar o ouro para o Scolari”, disse.
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