Jogos inesquecíveis:
Santos 4 x 0 Benfica
Data: 21/08/1966, domingo.
Competição: Torneio Triangular de New York (EUA) / US Cup of Champions
Local: Randall’s Island Stadium, em New York, EUA.
Público: 25.670
Árbitro: John de Salvatore
Gols: Toninho Guerreiro (16-1); Edu (13-2), Edu (19-2) e Pelé (22-1).
SANTOS
Gilmar; Carlos Alberto, Oberdan, Orlando Peçanha e Lima; Zito (Joel Camargo) e Mengálvio; Dorval (Amauri), Toninho Guerreiro, Pelé (Salomão) e Edu.
Técnico: Lula
SL BENFICA-POR
Costa Pereira; Caven, Raul, Jacinto e Cruz; Jaime Graça e Coluna; José Augusto (Iaúca), Torres (Nelson), Eusébio e Simões.
Técnico: Fernando Riera
Ocorrências: O início do prélio foi retardado porque grande número de torcedores invadiu o campo para cumprimentar os jogadores das duas equipes. Os assistentes que estavam nas arquibancadas arremessaram, então, verdadeira chuva de latas de cerveja sobre os intrusos. No intervalo do primeiro para o segundo tempo, mesmo pouco depois deste haver sido iniciado, repetiram-se essas ocorrências com chuva de latas de cerveja, uma das quais atingiu o jogador Demetrius Papalannou, da equipe grega AEK, terceiro participante da competição. Para que os torcedores abandonassem o campo foi preciso que o sistema de alto-falantes do estádio anunciasse que o jogo seria suspenso se o campo não fosse evacuado. Ainda assim, houve correrias e trocas de socos entre os assistentes.
Santos goleia Benfica e vinga Brasil
Em pouco menos de um mês após a precoce eliminação do Brasil na Copa do Mundo de 1966, o sentimento era que a hegemonia brasileira (bicampeão mundial em 1958 e 1962) havia acabado. Mais ainda. Muitos diziam que Pelé estava acabado e que o novo rei do futebol seria Eusébio, craque moçambicano que atuava pela seleção lusitana.
O Santos então leva a campo para este embate 5 jogadores que foram para a Copa do Mundo de 1966: Gilmar, Orlando Peçanha, Zito, Lima, Edu e Pelé. Já pelo Benfica atuariam nada menos do que 7 jogadores que acabaram com o sonho do tricampeonato em Londres: Costa Pereira, Coluna, Graça, Augusto, Torres, Simões e Eusébio. Em campo eram nada menos que 12 jogadores que haviam disputado aquele mundial, isso sem contar o Carlos Alberto Torres (futuro capitão de 1970), Toninho Guerreiro, Dorval, Mengálvio… Dá para dimensionar a importância de Santos e Benfica no cenário do futebol mundial à época.
O Santos conquistou o título do minitorneio após vitórias contra o AEK (1×0, gol de Toninho) e da Internazionale (4×1, gols de Toninho, Pelé, Edu e Mengálvio). A vitória santista contra os lusos provocou nos brasileiros satisfação e consternação, foi a prova de que com o mínimo de organização e sem politicagem na convocação, teria sido possível ir muito mais longe na Copa de 66. Talvez se o menino Edu (16) tivesse tido oportunidade de jogar na Copa (foi o único que não jogou, ao lado de Zito, contundido). Ou se Toninho Guerreiro tivesse sido convocado…
Na volta dos EUA, Pelé (25) reiterou o que já havia afirmado em Londres após a eliminação: continuaria jogando pela seleção por algum tempo, mas nunca mais disputaria uma Copa do Mundo.
O jogo
Perante 25 mil espectadores, na maioria de colônia portuguesa, o Santos derrotou o Benfica na primeira rodada do torneio triangular internacional de futebol a ser disputado em New York, nos Estados Unidos.
O resultado encarado como uma revanche à derrota sofrida no Mundial de Londres pela seleção brasileira ante Portugal, pois muitos dos jogadores deste selecionado formaram hoje no quadro do Benfica.
A partida começou com o Santos no ataque, enquanto das arquibancadas partiam os gritos de “Benfica, Benfica”. Logo de início o quadro brasileiro perdeu duas oportunidades para marcar, e o Benfica respondeu em um contra-ataque de Eusébio, que chutou mal, de ângulo muito fechado.
Voltou o Santos a atacar e aos 13 minutos, Pelé atira contra o poste direito de Costa Pereira. Três minutos depois, Toninho faz 1 a 0: invadiu pela esquerda, driblou dois adversários e chutou no canto direito.
Depois do gol o Benfica reagiu e passou a atacar com insistência, mas a defesa do Santos estava bem e o primeiro tempo terminou 1 a 0. Nesta fase, intensamente disputada (houve lances violentos de parte a parte) o clube brasileiro esteve bem, prendeu a bola e aproveitava-se dos ataques do Benfica para partir em contra-ataques bem organizados.
2º Tempo
Reiniciado o jogo, o Santos manteve o domínio das ações e aos 13 minutos, Edu marca. Pelé, numa pontada rápida, passa a bola para Edu sozinho, diante do gol. Ele dominou e chutou forte de esquerda: 2 a 0.
Acentuou-se o domínio do Santos FC, e aos 19 minutos Edu volta a marcar. Recolheu a bola no meio do campo, passou a Pelé e correu para receber. Pelé estendeu-lhe a bola e Edu, na corrida, atirou forte no canto superior direito de Costa Pereira.
Pelé marcou o quarto gol aos 22 minutos: recebeu passe de Toninho, enganou com o corpo vários adversários e chutou alto e violento, no ângulo superior do gol português.
Veja abaixo o vídeo da partida Portugal 3 x 1 Brasil, válida pela 3ª rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de 1966, que decretou a eliminação prematura da seleção canarinho.
19/07/1966 – Portugal 3 x 1 Brasil – Copa do Mundo:
Créditos:
Imagens: Transmissão original da TV Excelsior, com narração de Geraldo José de Almeida. Compacto da TV Cultura.
Ficha técnica: Prof. Guilherme Nascimento
Fonte: Jornal Folha de SP
1 comentário em “21/08/1966 – Santos 4 x 0 Benfica – Torneio de New York”
Eu estava nesse dia no estadio e assisti o jogo com bastante orgulho em ver essa goleada do Santos de Pele no Benfica pois nao conseguiamos aguentar os portugueses na cidade de Newark a 56 anos atras. Na parte da mnha do mesmo dia tivemos um encontro no hotel em que o Santos estava hospedado com o Pele, o Gilmar e o Zito e temos uma foto com o Pele, com o Gilmar e com o Zito que nos atendeu com muito carinho que escutaram nossas preces de derrotar os portugueses que tinham eliminado o Brasil da Copa de 1966 em Londres dois meses antes. Tenho alem da foto com o nosso Rei Pele um autografo assinado por ele numa nota de $ 1.00 dollar. Hoje eu tenho 88 anos, naquele momento eu tinha 32 anos. Apesar de ser corintiano sempre respitei o nossotime do Santos como o verdadeiro representante brasileiro, uma verdadeira selecao.
Abracos e beijos ao nosso sempre querido Rei Pele, pelo qual oramos diariamente pedindo a Deus todo poderoso pelo seu restabelecimento que ele tanto e merecedor. AMEM!!!