Cruz Azul 2 x 2 Santos
Data: 21/05/2003, quarta-feira, 21h40.
Competição: Copa Libertadores – Quartas de final – Jogo de ida
Local: Estádio Azteca, na Cidade do México.
Público e renda: N/D
Árbitro: Oscar Ruiz (COL)
Cartões amarelos: Reginaldo Araújo e Paulo Almeida (S); Jimenez e Hernandez (CA)
Gols: Palencia (18-1) e Renato (22-1); Palencia (06-2) e Diego (32-2).
CRUZ AZUL
Peréz; Brown, Gutiérrez, Galindo (Osório) e Hernandez; Chitiva (ortiz), Campos, Davino e Jiménez; Zepeda (Cacho) e Palencia.
Técnico: Enrique Meza
SANTOS
Júlio Sérgio; Reginaldo Araújo (Nenê), André Luís, Alex e Léo; Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego; Robinho (Fabiano) e Douglas (William).
Técnico: Emerson Leão
Santos suporta a altitude e arranca empate no México
O Santos esteve em desvantagem por duas vezes no placar, mas superou a altitude de 2.300 metros da Cidade do México e empatou por 2 a 2 com o Cruz Azul, nesta quarta-feira, na partida de ida das quartas-de-final da Taça Libertadores.
O jogo de volta será na próxima quarta-feira, na Vila Belmiro. O Santos precisa de uma vitória simples para chegar na semifinal.
A partida desta quarta em nada lembrou os dois confrontos santistas contra o Nacional de Montevidéu, pelas oitavas-de-final. Na ocasião, os brasileiros enfrentaram a violência dos adversários e sofreram para eliminá-los nos pênaltis.
Contra o Cruz Azul, uma equipe mais técnica, a principal tarefa do sistema defensivo santista era neutralizar o habilidoso atacante Francisco Palencia, responsável pelas principais jogadas do adversário.
O time mexicano também abusou dos chutes de longa distância. Aos 12min, Zepeda recebeu a bola na entrada da área santista, percebeu o goleiro Júlio Sérgio adiantado e tocou por cobertura. A bola bateu no travessão.
Seis minutos depois, no entanto, o Cruz Azul marcou seu gol. Palencia resolveu arriscar de fora da área e acertou um chute indefensável, no ângulo de Júlio Sérgio.
A vantagem mexicana não abateu o Santos. Aos 22min, Renato pegou o rebote na entrada da área do Cruz Azul e acertou um chute cruzado e rasteiro, que venceu Perez.
Com a igualdade no placar, o Santos teve à sua disposição os contra-ataques e poderia ter ido para o intervalo com vantagem no placar. O problema é que seus atacantes -principalmente Robinho- não foram felizes nas finalizações.
O Santos voltou com uma alteração para o segundo tempo. O técnico Emerson Leão tirou o lateral-direito Reginaldo Araújo e colocou em campo o meia-atacante Nenê.
Logo aos 6min, Chitiva fez boa jogada em cima de Elano, improvisado na lateral-direita, e cruzou para Palencia, que marcou o seu segundo gol na partida.
Leão promoveu alterações para tentar chegar ao empate. Mas, talvez sentindo a altitude de 2.300 metros acima do nível do mar, os jogadores do Santos pareciam cansados.
Aos 32min, no entanto, William disputou a bola com o goleiro Perez fora da área mexicana. Diego pegou o rebote e acertou um chute de muita categoria, no ângulo do goleiro do Cruz Azul, empatando a partida.
Nos minutos finais, o Santos segurou a pressão mexicana e arrancou um empate fora de casa.
Diego salva Santos na altitude mexicana
Time fica duas vezes em desvantagem, reage e joga na Vila por vitória simples para ir à semifinal da Libertadores
Com gols de Renato e Diego, o Santos arrancou um empate em 2 a 2 ontem diante do Cruz Azul, no estádio Azteca, na Cidade do México, em jogo de ida das quartas-de-final da Libertadores-03.
Os times voltam a jogar na próxima quarta-feira na Vila Belmiro, com o Santos precisando de uma vitória simples -um novo empate leva aos pênaltis.
O vencedor enfrenta o ganhador da chave entre Grêmio e Independiente Medellín (COL), que fazem a primeira partida hoje.
Com o resultado, os santistas mantiveram a invencibilidade na Libertadores-2003 -são agora quatro vitórias e cinco empates.
Apesar da recepção como esquadrão comparável à equipe da época de Pelé e Coutinho, o Santos não correspondeu às expectativas no gramado, e o empate representou a um excelente placar para os brasileiros.
“Acabou sendo um bom resultado, porque saímos atrás duas vezes e buscamos a diferença”, disse ao final um ofegante Diego, mostrando que a altitude foi um rival a mais para os brasileiros.
O time se mostrou muito individualista, principalmente seu astro Robinho, mas também Diego abusou no primeiro tempo.
O técnico Emerson Leão observou isso e se mostrou irritado. “Estamos muito egoístas. Com mais passes, faríamos mais gols”, disse o treinador no intervalo.
Os dois times davam liberdade no meio-campo, mas formavam muralhas na entrada da área. Por isso, não é de estranhar que os gols no primeiro tempo saíssem em chutes de longa distância.
O veterano Palencia abriu o placar aos 17min, ao se livrar do zagueiro Alex e emendar um chute, de fora da área, direto para o ângulo direito de Júlio Sérgio.
O Santos aplicou a mesma receita para empatar a partida quatro minutos depois. A bola sobrou para o volante Renato na entrada da área. Ele chutou forte e cruzado, sem defesa para Pérez.
Alex e Elano também experimentaram de fora, levando perigo aos mexicanos, que responderam com Zepeda -ele mandou a bola no travessão brasileiro.
Os chutes potentes foram beneficiados pelo efeito pelo ar rarefeito da altitude de 2.300 m da Cidade do México.
Para o segundo tempo, além de trocar o calção preto pelo branco, o Santos veio com Nenê no lugar de Reginaldo Araújo, exigindo que Elano fosse à lateral direita.
E foi por esse setor que saiu o segundo gol mexicano. A bola cruzada da direita foi interceptada por Palencia para as redes.
Como fizera após o primeiro gol, a torcida no estádio Azteca gritava “olé” a cada passe dos atletas do Cruz Azul e vaiava bem alto cada toque dos visitantes.
Já o Santos insistia nos chutes de longe, seja com Diego, Elano ou André Luís. Aos 15min, Leão apostou em outra mudança, tirando um Robinho improdutivo e colocando pelo meia Fabiano para tirar espaço do rival.
O Cruz Azul, porém, continuava pressionando, com várias chances em jogadas pela direita.
Já o Santos tentava desorganizadamente o empate, que aconteceu aos 31min. O goleiro Pérez errou ao sair para disputar uma bola fora da área com William. A bola sobrou para Diego, que dominou e, da intermediária oponente, bateu por cobertura, superando o guarda-meta e um zagueiro.
Cruz Azul amedronta “o poderoso Santos” (Em 21/05/2003)
Recebido com fama de esquadrão no México, clube joga pelas quartas da Taça Libertadores e considera o empate bom
A julgar pela festiva recepção proporcionada por torcedores e pela imprensa mexicana, o Santos entrará em campo na condição de favorito para a partida de hoje, às 21h40, no estádio Azteca, contra o Cruz Azul, pelas quartas-de-final da Taça Libertadores-2003.
O time defenderá uma invencibilidade de oito partidas no torneio sul-americano (quatro vitórias e quatro empates). É o único que ainda não perdeu na competição -o Racing argentino também não sofreu derrota, mas foi eliminado na disputa de pênaltis pelo América de Cali (Colômbia).
Dezenas de torcedores em busca de autógrafos e várias equipes de TV aguardaram a chegada do Santos, na noite de anteontem, ao aeroporto da Cidade do México.
O mais assediado foi o atacante Robinho, classificado pelo “El Universal”, o principal jornal do país, como “o novo rei do futebol”. No diário “El Economista”, o campeão brasileiro foi qualificado como “o poderoso Santos”.
“Vamos enfrentar essa equipe como se Pelé ainda estivesse nela”, disse ao “El Sol de Mexico” o técnico Enrique Meza, resumindo o espírito de luta que, segundo ele, vai prevalecer no Cruz Azul.
O principal trunfo do time mexicano é atuar em casa, onde ainda não perdeu nos quatro jogos que fez nesta Libertadores.
Para o técnico Leão, o jogo será “perigoso” porque, segundo ele, embora novato em Libertadores, o futebol mexicano evoluiu mais nos últimos anos que o dos demais países latino-americanos.
“O México conservou o aguerrimento, a velocidade e acrescentou técnica. Se a seleção brasileira não consegue vencê-lo, alguma coisa tem de bom”, afirmou, em referência às quatro últimas partidas entre as duas seleções (duas vitórias mexicanas e dois empates).
Por isso, e apesar do favoritismo, os santistas se dizem satisfeitos se arrancarem um empate, já que o time tem problemas. Estará desfalcada de dois importantes jogadores, o goleiro Fábio Costa e o atacante Ricardo Oliveira -artilheiro da Libertadores, com nove gols-, ambos machucados.
Além disso, os efeitos da altitude de 2.300 metros da Cidade do México começaram a se manifestar ontem. O lateral Léo teve sangramentos no nariz e reclamou da dificuldade de respirar.
“Não perdendo, a possibilidade de a gente conquistar a vaga na Vila [Belmiro] será bem maior”, resumiu o meia Renato.
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