Santos 4 x 4 Atlético-MG
Data: 19/08/1998, quarta-feira, 15h30.
Competição: Campeonato Brasileiro – 1ª fase – 6ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 9.062
Renda: R$ 83.885,00
Árbitro: Luciano Augusto Teotônio de Almeida (DF)
Cartões amarelos: Sandro, Jorginho e Narciso (S); Emerson, Roberto e Boiadeiro (A).
Cartão vermelho: Everaldo (06-2, A).
Gols: Marques (25-1), Valdir (33-1); Valdir (09-2, de pênalti), Lúcio (15-2), Valdir (28-2, de pênalti), Aristizábal (30-2), Viola (33-2, de pênalti) e Claudiomiro (43-2).
SANTOS
Zetti; Anderson, Argel, Sandro e Athirson (Adiel); Claudiomiro, Narciso, Jorginho (Fernandes) e Lúcio; Aristizábal e Viola.
Técnico: Émerson Leão
ATLÉTICO-MG
Emerson; Alcir, Caçapa, Sandro Barbosa (Lima) e Everaldo; Bruno, Roberto, Hernâni (Neguette) e Boiadeiro; Valdir e Marques (Vítor).
Técnico: Carlos Alberto Torres
Santos evita derrota em 15 minutos
Time consegue igualar placar após estar perdendo para o Atlético-MG por 4 a 1 até os 30min do segundo tempo
O Santos conseguiu arrancar um empate em 4 a 4 com o Atlético-MG, ontem, na Vila Belmiro, pelo Brasileiro-98. O time paulista chegou a estar perdendo por 4 a 1 até os 30min do segundo tempo. Em 15 minutos, empatou e quase virou o jogo.
Foi a partida com mais gols no Brasileiro até o momento -oito, sendo que seis foram no segundo tempo. O jogo teve três pênaltis marcados pelo árbitro.
Com o empate, o Santos manteve a invencibilidade no Brasileiro, embora tenha perdido a chance de alcançar o líder Corinthians. Com 14 pontos, é o terceiro colocado.
O jogo
O jogo começou equilibrado, com o Atlético-MG explorando os contra-ataques, e o Santos tendo maior domínio de bola.
Apesar de ter mais volume de jogo, o time paulista encontrava dificuldades para entrar com a bola dominada na zaga atleticana e abusava dos chutes de fora da área e das bolas cruzadas. Só no primeiro tempo, o time alçou 19 bolas à área mineira.
Aos 25min, Marques fez o primeiro gol do Atlético. Pela direita, Alcir cruzou rasteiro para Marques, na pequena área, escorar, sem defesa para Zetti.
O segundo gol do Atlético surgiu 11 minutos depois. Marques roubou a bola de Claudiomiro na intermediária santista e tocou para Valdir. Os dois tabelaram, e a bola sobrou para Valdir, livre na entrada da área, chutar cruzado.
O Atlético teve a chance de ampliar, mas Marques desperdiçou.
No segundo tempo, o técnico Emerson Leão colocou Adiel em campo, no lugar do lateral-esquerdo Athirson.
A entrada de Adiel mudou o Santos. Com velocidade e habilidade, o meia criou várias oportunidades para o time santista.
O primeiro lance de perigo do Santos ocorreu aos 7min. Viola recebeu cruzamento, dominou no peito e chutou de primeira. Emerson espalmou para escanteio.
Um minuto depois, no contra-ataque, Marques driblou dois zagueiros paulistas e foi derrubado por Ânderson dentro da área. De pênalti, Valdir fez 3 a 0.
Aos 15min, o Santos chegou ao primeiro gol. Depois de entrar tocando na área atleticana, Lúcio recebe de Adiel e chutou rasteiro, sem defesa para Emerson.
Valdir, de pênalti, fez 4 a 1 para o Atlético, aos 28min. Ele mesmo sofreu a penalidade, ao ser puxado pelo zagueiro Sandro. Foi o sexto gol de Valdir, vice-artilheiro do Brasileiro, atrás de Marcelinho, do Corinthians, que está com oito.
Aos 30min, o Santos iniciou sua reação. Aristizábal, de cabeça, fez seu primeiro gol no time paulista. Dois minutos depois, Viola sofreu pênalti de Boiadeiro. Ele mesmo bateu, diminuindo o placar para 4 a 3. Foi o sexto gol de Viola.
Depois do terceiro gol, a torcida que compareceu à Vila Belmiro não parou de apoiar a equipe paulista. Desordenadamente, o Santos tentava o gol de empate.
Aos 43min, veio o quarto gol. Depois de cruzamento da esquerda, Viola cabeceou na trave. No rebote, Claudiomiro, de meia bicicleta, fez o gol que livrou o Santos de ser derrotado em casa. O time continuou pressionando, mas não conseguiu o gol da virada.
Leão aponta ‘badalação’ sobre time como culpada
O técnico Emerson Leão disse que a “badalação” sobre o time do Santos fez com que a equipe entrasse desconcentrada em campo para enfrentar o Atlético-MG.
“Eu já havia dito que prefiro correr por fora. Estava preocupado antes dessa partida por causa dessa badalação”, declarou.
Para Leão, depois de levar o primeiro gol, o time cometeu o mesmo erro do Atlético-MG, na goleada de 5 a 1 contra o Corinthians.
“Fomos um time desorganizado e quase caímos no mesmo erro: ter pressa de ganhar o jogo.”
O técnico também se queixou do que classificou de falta de critério das arbitragens em relação ao acréscimo de tempo.
Para ele, os dois minutos de acréscimo concedidos pelo árbitro não refletiram o tempo real de paralisações que a partida sofreu.
“Não sei se iríamos ganhar, mas o adversário estava acuado.”
Os jogadores do Santos reconheceram que deram muito espaço aos atacantes do Atlético, mas consideraram o resultado positivo, diante das circunstâncias.
“Para quem iria perder três pontos, acabamos perdendo só dois”, afirmou Claudiomiro.
Atlético-MG pode pedir pontos
O diretor de futebol do Atlético-MG, Valdemar Romano, disse após o jogo que o clube mineiro poderá reivindicar à CBF os pontos da partida de ontem. Ele alegou que a escalação pelo Santos do atacante colombiano Aristizábal teria sido irregular.
Segundo ele, o colombiano não teria renovado o visto de trabalho no Brasil ao se transferir do São Paulo para o Santos.
“Mandamos apurar em Brasília e não havia nenhum registro de que o Santos tivesse pedido um novo visto para o Aristizábal”, declarou Romano.
Ele disse ainda que o Palmeiras também estaria se movimentando, pelo mesmo motivo, para pedir os pontos da partida em que foi derrotado por 1 a 0 na Vila Belmiro, sábado passado.
O vice-presidente do Santos, José Paulo Fernandes, contestou o argumento do Atlético-MG. Segundo Fernandes, o Santos dispõe de uma carta do Ministério da Justiça informando que o jogador colombiano se encontra no país em situação regular.
Além do suposto problema legal, os atleticanos se revoltaram contra a arbitragem. Eles queriam a expulsão dos jogadores do Santos que cometeram pênaltis e disseram que o pênalti sobre Viola não existiu.
“Isso é sacanagem. Eu já falei várias vezes: aqui na Vila não dá para ninguém ganhar do Santos”, afirmou o técnico Carlos Alberto Torres, ex-jogador do próprio Santos.
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