Fluminense 2 x 1 Santos
Data: 17/08/2005, quarta-feira, 21h55.
Competição: Copa Sul-americana – Primeira fase (regional) – Jogo de ida
Local: Estádio São Januário, no Rio de Janeiro, RJ.
Público: 1.716 pagantes
Renda: N/D
Árbitro: Leonardo Gaciba (RS/Fifa)
Auxiliares: Altemir Hausmann (RS/Fifa) e Roberto Braatz (PR/Fifa)
Cartões amarelos: Arouca (F); Saulo e Élton (S)
Gols: Tuta (42-1); Élton (10-2) e Gabriel (18-2).
FLUMINENSE
Kleber; Gabriel Santos, Igor e Milton do Ó; Gabriel, Romeu (Preto Casagrande), Arouca, Felipe e Juan; Beto (Tiuí) e Tuta (Juninho).
Técnico: Abel Braga
SANTOS
Saulo; Flávio, Ávalos, Rogério (Giovanni) e Wendel; Zé Elias, Élton, Luiz Alberto e Léo Lima (Luís Henrique); Diego e Douglas (Geílson).
Técnico: Gallo
Flu de Felipe estréia com vitória sobre o Santos de Giovanni
Felipe atuou em dois tempos do jogo contra o Santos. Giovanni entrou no intervalo e só jogou um contra o Fluminense. Assim, o tricolor carioca venceu o alvinegro paulista por 2 a 1, no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira à noite, na estréia das duas equipes na Copa Sul-Americana.
O camisa 10 santista ganhou um repouso muscular do técnico Gallo e, por isso, entrou apenas na segunda etapa. Já Abel Braga, pelo lado tricolor, não quis poupar nenhum de seus atletas no primeiro jogo pelo torneio internacional.
Desde o início em campo, Felipe foi o destaque do Fluminense. O meia iniciou as jogadas dos gols tricolores, marcados por Tuta, na etapa inicial, e Gabriel, no segundo tempo. “Estou muito feliz, porque foi um jogo difícil. Consegui fazer uma boa partida. Joguei bem mesmo diante de um marcador como o Zé Elias”, comentou Felipe, lembrando a forte marcação recebida durante o jogo.
Giovanni, pelo Santos, jogou apenas a etapa final, no lugar do zagueiro Rogério, e deu nova movimentação à equipe paulista, começando a jogada que terminou com o gol de Élton. “Na mudança de esquema, o time cresceu e merecia pelo menos o empate”, afirmou Gallo sobre a substituição.
A vitória confirma a boa fase do Fluminense, que venceu quatro das últimas cinco partidas. As outras três, todas pelo Brasileiro, foram sobre Vasco, Atlético-MG e Fortaleza.
No entanto, o placar não dá folga ao time de Abel Braga. Uma vitória simples do Santos no jogo de volta garante a equipe do litoral paulista na próxima fase. Fluminense e Santos decidirão a vaga para as oitavas-de-final na Vila Belmiro, no dia 31.
Neste fim de semana, as duas equipes brasileiras voltarão a dar atenção ao campeonato nacional para a disputa da 21ª (última) rodada do primeiro turno. No domingo, os cariocas enfrentarão o Palmeiras, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, às 16h.
O último compromisso do Santos no primeiro turno do Brasileirão também será em casa. No domingo, às 18h10, a equipe receberá o Figueirense.
O jogo
O Fluminense começou a partida atacando e, logo aos 7min, criou uma boa chance de gol, através de Felipe. O meia avançou pelo meio, balançou na frente de Zé Elias e chutou de fora da área. Saulo, encoberto, defendeu no susto.
Aos 21min, a equipe carioca envolveu o Santos em boa jogada na entrada da área. Tuta recebeu passe na linha da grande área e foi derrubado por Rogério. O árbitro Leonardo Gaciba marcou pênalti. Embora o lateral-direito Gabriel seja o cobrador oficial do Fluminense, o Tuta se apresentou para bater e Saulo defendeu no lado direito.
O auxiliar levantou a bandeira indicando que o goleiro santista havia se adiantado, provocando a revolta dos jogadores paulistas. Na segunda cobrança, o atacante mudou de lado, mas acertou o travessão, desperdiçando a chance de abrir o placar.
Na seqüência do jogo, a equipe da casa seguiu com mais posse de bola, buscando jogadas pelos dois lados do campo. O Santos tentou atacar em jogadas de contra-ataque, mas teve as melhores chances em cobranças de falta de Léo Lima, aos 30min e aos 39min. Nas duas, Kleber teve dificuldade para defender.
Por muito pouco o Fluminense não marcou o seu gol aos 41min. Felipe fez ótima jogada individual pelo lado direito e, com a perna esquerda, chutou buscando o ângulo direito de Saulo. A finalização tocou na trave depois de um toque sutil do goleiro. A bola percorreu toda a extensão do gol e sobrou para Gabriel, que também acertou a trave.
Depois de tanto insistir, o Fluminense abriu o placar, aos 42min, depois de mais um lance de categoria do meia Felipe. O jogador acertou belo passe em profundidade para Tuta, que se redimiu das cobranças de pênalti desperdiçadas, e apenas desviou do goleiro.
Com Giovanni no lugar do zagueiro Rogério, o Santos voltou para a segunda etapa envolvendo a defesa do Fluminense. Aos 6min, Léo Lima cobrou falta rasteira e ninguém tocou na bola, que bateu na trave esquerda de Kleber. Quatro minutos depois, Giovanni fez bom passe para Flávio, na direita. O lateral, ex-jogador do Fluminense, cruzou para a área e Élton, livre, empatou a partida.
Mas o branco que deu na equipe carioca no início da segunda etapa passou quando Felipe voltou a mostrar seu bom futebol. Aos 18min, o meia driblou Zé Elias e fez ótimo passe para Beto, pela direita. O atacante cruzou rasteiro para Gabriel, que novamente deixou o Fluminense em vantagem: 2 a 1. “Num contra-ataque, ele (Felipe) decidiu o jogo a favor do Fluminense”, lamentou Gallo, técnico santista.
No restante da segunda etapa, ambas as equipes se alternaram no ataque e o Santos buscou pressionar o Fluminense. Mas as boas defesas de Kleber e a segurança da defesa carioca, impediram o empate.
Santos reclama da ‘síndrome do pênalti’
Elenco novamente contesta marcação de pênalti; equipe precisa vencer jogo de volta para prosseguir na Copa Sul-Americana.
A jornada dupla do Santos no Rio de Janeiro será lembrada pelo saldo negativo de uma derrota e um empate, assim como pela marcação de dois pênaltis inexistentes contra o clube. Para piorar, em ambas as cobranças, os árbitros das partidas retornaram os chutes.
Desta vez, o time da Vila, não acabou sofrendo gol de penalidade. Mesmo assim, o Santos foi derrotado pelo Fluminense, por 2 x 1, em São Januário, na estréia da equipe na Copa Sul-Americana.
Apesar de não ser prejudicado no placar com a nova penalidade, o elenco alvinegro não poupou críticas à seqüência de infrações contrárias. “Novamente houve um pênalti que não aconteceu contra nós. Está sendo uma constante para a gente”, reclamou o técnico Gallo.
Infringido por avançar a linha de gol antes da cobrança do atacante Tuta, o goleiro Saulo satirizou a “síndrome do pênalti” que vem perseguindo o clube nos últimos dois jogos.
“Agora sempre terá que voltar as cobranças, porque para fazer o gol aqui será difícil”, protestou o camisa 1, se referindo ao lance de Tuta.
Em virtude da marcação contestada do pênalti no compromisso anterior do Santos, diante do Botafogo, o árbitro Héber Roberto Lopes (PR) acabou sendo afastado por tempo indeterminado pela comissão de arbitragem da CBF.
Com a derrota frente ao Tricolor carioca, o Peixe necessita de uma vitória simples ou por dois gols de diferença para assegurar vaga à próxima fase da Copa Sul-Americana. Caso o duelo termine com vitória santista por 2 x 1, a decisão será definida nas penalidades. Qualquer outro resultado classifica o Fluminense.
O próximo confronto entre as equipes acontece no dia 31, na Vila Belmiro. O vencedor dessa etapa enfrenta o ganhador do jogo entre os argentinos Banfield x Estudiantes.
Santos lamenta, mas acredita na vaga
Derrota por 2 x 1 ante Fluminense é amenizada pela possibilidade de classificação do Santos por uma vitória de 1 x 0 na Vila Belmiro
Apesar de sair derrotado em sua primeira partida na Copa Sul-Americana, o Santos não encarou o revés de 2 x 1 frente ao Fluminense como um péssimo resultado.
Os jogadores alvinegros destacaram a possibilidade de o time se classificar à etapa seguinte com um resultado simples no jogo de volta, na Vila Belmiro.
De acordo com o regulamento do torneio continental, o gol marcado fora de casa é o primeiro critério de desempate em caso de empate por número de pontos.
“Temos que ter a cabeça no lugar e saber que ainda resta o jogo de volta. Vamos trabalhar pensando que o Santos se classifica se vencer por 1 x 0”, analisou o estreante Luiz Alberto.
“O importante é que fizemos um gol contra o Fluminense. É uma vantagem que teremos para a segunda partida. O regulamento nos proporciona isso e vamos aproveitar. Vamos ver se na Vila a gente possa reverter”, acrescentou o volante Zé Elias.
Para o beque Ávalos, o fator campo será decisivo para a classificação do Santos no torneio sul-americano. “A gente sabe que o placar simples é o suficiente para a equipe, mas sabemos que o Fluminense também não vai facilitar. Acontece que atuando em casa o Santos cresce de produção”.
“Pelo o que jogamos no segundo tempo, o resultado mais justo seria o empate”, emendou.
Autor do único gol alvinegro na partida, o segundo em dois jogos, o meio-campista Élton acredita que o pecado do Santos na partida foi de não controlar o ritmo de jogo no segundo tempo. “Acredito que faltou manter a posse de bola após o nosso gol de empate. Mesmo assim fomos bem. Ainda falta o jogo de volta”.
Zé Elias admite confusão com 3-5-2
Esquema com três zagueiros compromete rendimento da equipe na primeira etapa; Resultado adverso faz Gallo escalar Giovanni.
A mudança tática implantada pelo técnico Gallo para a partida contra o Fluminense confundiu a equipe alvinegra, conforme admitiu o volante Zé Elias. O Santos iniciou o jogo com três zagueiros – Ávalos, Luiz Alberto e Rogério -, formação utilizada pela primeira vez pelo comandante alvinegro.
“Por incrível que pareça, foi a primeira vez que jogamos dessa forma. É difícil, porque o time acaba ficando sem saber como se posicionar direito, como o jogador gosta de receber a bola”, comentou o meio-campista.
Na opinião de Zé Elias, a equipe melhorou sensivelmente após o reparo de Gallo no segundo tempo, quando o Santos voltou a atuar no 4-4-2, com Giovanni no lugar do beque Rogério.
“No segundo tempo, o esquema voltou a ser como estávamos acostumados e o time cresceu. Temos que também lembrar da presença do Felipe, que foi decisivo para a vitória do Fluminense”.
“Ainda está havendo algum ‘errinho’ na parte defensiva. Acho que faltou um pouco de comunicação. O cansaço também nos prejudicou bastante”, complementou o zagueiro Ávalos.
O próprio treinador reconheceu que o clube paulista cresceu de produção com volta do padrão tático usual. Segundo Gallo, a entrada do camisa 10 não estava prevista, mas acabou sendo necessária em virtude do resultado desfavorável em São Januário.
“O Santos não merecia perder, principalmente pelo que fez no segundo tempo. Não queria utilizar o Giovanni, mas houve a necessidade em termos táticos. A idéia inicial era de preservá-lo para o jogo de domingo. Ele acabou sendo importante para a participação no nosso gol”, analisou Gallo.
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