Santos 1 x 1 Goiás
Data: 16/10/2005, domingo, 18h10.
Competição: Campeonato Brasileiro – 32ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 6.179 pagantes
Renda: R$ 130.000,00
Árbitro: Luiz Antonio Silva Santos (RJ)
Auxiliares: Aristeu Leonardo Tavares e Edinei Guerreiro Mascarenhas (ambos do RJ)
Cartões amarelos: Heleno e Carlos Alberto (S); André Leone, Cléber e André Dias (G).
Gols: Jorge Mutt (09-1) e Luciano Henrique (22-1).
SANTOS
Saulo; Paulo César, Halison, Luís Alberto (Rogério) e Kleber; Carlos Alberto, Heleno, Ricardinho e Luciano Henrique; Cláudio Pitbull (Geílson) e Giovanni (Basílio).
Técnico: Nelsinho Baptista
GOIÁS
Harlei; André Dias, André Leone e Júlio Santos; Paulo Baier, Cléber, Danilo Portugal, Jorge Mutt (Tiago) e Jadílson; Souza (Delmer) e Dodô (Jardel).
Técnico: Geninho
De ‘ressaca’, Santos empata e ajuda o Corinthians
Ainda abalado emocionalmente por causa da traumática derrota no tumultuado clássico da última quinta-feira, para o Corinthians, o Santos empatou com o Goiás por 1 a 1, neste domingo, na Vila Belmiro, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Com o resultado, o Alvinegro Praiano acabou ajudando o Corinthians, já que o Goiás foi a 57 pontos, se manteve na vice-liderança, mas perdeu a chance de encostar mais no líder, que empatou com o Palmeiras. Assim, a diferença para o segundo colocado continua sendo de seis pontos.
Já o Santos foi a 49 e também ficou estacionado, na sétima colocação, mas ficou mais distante dos líderes.
O ponto positivo do empate para o Goiás foi a manutenção da sua invencibilidade, que agora é de quatro partidas. O time não perde desde o dia 25 de setembro, quando foi derrotado pelo Palmeiras.
Depois, a equipe esmeraldina venceu a Ponte Preta, o Coritiba e o Vasco, na rodada passada. Desta forma, o time goiano segue a passos firmes rumo à Libertadores do ano que vem.
Enquanto isso, o Santos amargou seu terceiro jogo seguido sem vitória. Antes de perder para o Corinthians, o time havia sido derrotado pelo Juventude.
A última vitória aconteceu no dia 4 de outubro, sobre o São Caetano, por 2 a 0. Com isso, o Alvinegro Praiano vai ficando cada vez mais distante do título e de uma vaga na Libertadores.
O Santos vai tentar fazer as pazes com a vitória no clássico do próximo sábado, contra o São Paulo, no Morumbi. Já o Goiás volta a campo no dia anterior para enfrentar o Brasiliense, em Taguatinga.
O jogo
O Goiás não se intimidou por jogar fora de casa e abriu o placar logo os 9min. Souza dominou pela esquerda e tocou para Dodô, que chutou rasteiro. O goleiro Saulo não segurou a bola e ela sobrou nos pés de Jorge Mutt, que só teve o trabalho de a empurrar para o gol vazio.
O Santos acordou e respondeu aos 16min. Cláudio Pitbull invadiu a grande área, pela esquerda, e chutou forte, mas o goleiro Harlei espalmou para fora.
Até que aos 22min, o Santos empatou. Luciano Henrique, completamente livre na direita, recebeu ótimo passe de Heleno, invadiu a grande área e chutou rasteiro, cruzado, colocando a bola no canto direito de Harlei.
O Goiás não se abateu criou ótima chance de gol aos 36min. Souza cruzou da esquerda rasteiro para Jorge Mutt, que dominou na marca do pênalti e chutou de virada, mas Saulo fez ótima defesa e salvou o Santos.
O time visitante continuou atacante no segundo tempo e quase passou à frente no placar aos 8min. Souza recebeu na entrada da área e chutou rasteiro, acertando a trave do Santos. No rebote, Jorge Mutt bateu de primeira, mas e Saulo defendeu.
O Santos deu o trocou aos 17min. Após cruzamento da direita, Geílson cabeceou à queima roupa, para o chão, mas Harlei fez ótima defesa, espalmando a bola, que ia entrando no seu canto esquerdo. No rebote, Kléber chutou em cima da zaga e desperdiçou boa chance de gol.
A partir daí, o Santos tentou pressionar, mas não teve competência para vencer a defesa do Goiás e o placar ficou mesmo no 1 a 1.
“Ressaca”
O Santos entrou em campo ainda revoltado com a derrota no clássico da última quinta-feira, para o Corinthians, na Vila Belmiro. O jogo foi a “reprise” da partida da 16ª rodada, anulada pelo STJD por causa do escândalo do apito, que tinha sido vencida pelo Alvinegro Praiano na primeira vez.
O clássico da última quinta-feira teve arbitragem polêmica de Cleber Abade, que expulsou o atacante Luizão, do Santos, e deu um pênalti duvidoso a favor do rival. Revoltados com a derrota por 3 a 2 numa partida que já tinha sido ganha pelo Santos por 4 a 2 no “primeiro jogo”, torcedores invadiram o gramado para tentar agredir o árbitro.
Por causa do tumulto generalizado, a Vila Belmiro deverá ser interditada por longo tempo, tanto que a partida deste domingo pode ter sido a última do Santos em seu estádio neste ano. Na próxima segunda-feira, o STJD vai julgar o clube pelos acontecimentos.
A diretoria alvinegra, sentindo-se prejudicada, também ficou revoltada com a derrota no jogo remarcado e cogitou até a hipótese de abandonar o Brasileiro, mas depois descartou essa possibilidade. “Vamos honrar os nossos compromissos dentro de campo, e jogar na Vila Belmiro neste domingo contra o Goiás. Vamos cumprir a agenda do Campeonato Brasileiro, não tem como ser diferente apesar de todos os fatores prejudicarem o Santos”, disse o presidente Marcelo Teixeira.
Em baixa, Santos faz contas pela América
Jogadores lamentam distância para zona da Libertadores, mas ainda acreditam na classificação ao torneio em 2006.
O empate com o Goiás, na Vila Belmiro, deixou o Santos há cinco pontos da zona de classificação para a Copa Libertadores da América. Faltando dez rodadas para o final do Campeonato Brasileiro, os jogadores acreditam que o time ficou mais distante da vaga ao torneio internacional.
“Esse resultado é quase uma derrota para a gente. Em campeonato de três pontos, perder dois em casa é muito ruim. Sempre estamos perdendo pontos em casa e assim fica difícil”, afirmou o meia Giovanni.
Apesar de admitir que não será fácil para o Peixe terminar entre os quatro primeiros, Luciano Henrique mantém a confiança e espera iniciar a reação no clássico contra o São Paulo, sábado, no Morumbi.
“Os times estão se distanciando. Mas, para mim, as coisas nunca foram fáceis e acredito que para meus companheiros também. Vamos trabalhar legal nessa semana para vencer o São Paulo e encostar na Libertadores”, disse.
O volante Carlos Alberto também mantém o pensamento positivo, mas acredita que a pressão sobre a equipe depois da série de maus resultados vai aumentar ainda mais nos próximos dias.
“Temos que pensar que ainda há mais jogos. Está difícil, mas precisamos nos reencontrar na competição. A partir de agora, a cobrança vai ser forte e temos que reagir”, ressaltou.
O técnico Nelsinho Baptista também espera por uma reação imediata. “Temos 30 pontos para disputar. Claro que perdendo pontos, vamos nos distanciar. Mas temos tempo para recuperar e precisamos fazer isso o mais rápido possível”, completou.
Pelé isenta Nelsinho, mas queria Gallo
Rei não culpa técnico por atual momento do Santos, porém, acredita que diretoria errou ao trocar de treinador.
O técnico Nelsinho Baptista ganhou neste domingo, após o empate com o Goiás, o apoio do Rei Pelé. Segundo o ídolo santista, o treinador não é o responsável pela queda de rendimento do Santos no Campeonato Brasileiro.
“O Nelsinho chegou agora e não tem culpa. O time está desentrosado. O Santos é um clube bem organizado, o [presidente] Marcelo Teixeira faz uma boa administração e agora é preciso se organizar dentro de campo”, afirmou.
Apesar da defesa, Pelé não aprovou a troca da comissão técnica durante a competição. Ele acredita que a permanência de Gallo poderia colocar a equipe em uma melhor colocação no torneio.
“Eu sou contra essa troca. O Gallo estava bem. Ele foi infeliz porque alguns jogadores se contundiram, mas o time não estava mal”, ressaltou o ex-jogador, que esteve na Vila Belmiro neste domingo acompanhando a partida.
O Rei partiu em defesa também do meia Giovanni que, na última quinta-feira, chutou a bola para as arquibancadas durante o jogo contra o Corinthians, na Vila Belmiro. O jogador, inclusive, poderá ser punido pelo STJD.
“Foi um desabafo. Eu e o Clodoaldo fizemos isso uma vez, mas foi ao contrário. O Santos estava ganhando, depois venceu o campeonato também. Mas a torcida começou a vair”, completou.
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