Goiás 0 x 0 Santos
Data: 16/04/2006, domingo, 18h10.
Competição: Campeonato Brasileiro – 1ª rodada
Local: Estádio Serra Dourada, em Goiânia, GO.
Público: 9.579 pessoas
Renda: R$ 119.755,00
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo (RJ)
Auxiliares: Hilton Moutinho Rodrigues (RJ) e Beival do Nascimento Souza (RJ)
Cartões amarelos: Danilo Portugal e Roni (G); Luiz Alberto e Cléber Santana (S).
GOIÁS
Harlei; Leonardo, Júlio Santos e Rogério Corrêa; Vitor, Danilo Portugal, Cléber Gaúcho, Vampeta (Raul) e Jadílson; Roni (Souza) e Welliton (Nonato).
Técnico: Geninho
SANTOS
Fábio Costa; Fabinho, Luiz Alberto, Manzur e Kléber; Wendel, Heleno, Cléber Santana e Rodrigo Tabata (Léo Lima); De Nigris (Gilmar) e Reinaldo (Geílson).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Favoritos, Santos e Goiás ficam só no 0 a 0
Campeões em seus estados e favoritos ao título do Campeonato Brasileiro. No jogo de “seis pontos” entre Santos e Goiás, valorizados pelo bom início de temporada, as duas equipes conquistaram apenas um ponto cada com o empate sem gols na noite deste domingo, pela conclusão da primeira rodada.
No Serra Dourada, em Goiânia, os dois times fizeram uma partida aquém das expectativas que os cercam, em boa parte prejudicados pelo estado do gramado, segundo reclamações da delegação santista. No entanto, o grande problema foi a falta de criatividade nos setores de armação de ambos os lados.
Nem mesmo as alterações promovidas por Vanderlei Luxemburgo e Geninho, que gastaram as três a que cada um tem direito tentando arrumar o setor ofensivo, foram capazes de elevar o nível técnico da partida. Os passes errados persistiram como protagonistas.
Com isso, ambos os clubes iniciaram com problemas a missão de manter o status resgatado com as campanhas vitoriosas nos respectivos Estaduais e as boas performances nas competições paralelas.
Depois de realizar sua melhor participação no Brasileiro com o terceiro lugar do ano passado, o Goiás não conseguiu transportar para a estréia na Série A o bom momento que vive na Copa Libertadores. Debutante no torneio internacional, o Goiás foi o primeiro brasileiro a se garantir nas oitavas-de-final.
No Santos, campeão nacional em 2002 e 2004, a busca pelo terceiro troféu brasileiro em cinco edições começou de maneira satisfatória na análise de Luxemburgo. “O empate jogando aqui em Goiânia sempre é muito bom. O Goiás sempre briga pelo título e vai tirar pontos de várias outras equipes. Acho que dentro das circunstâncias, o resultado acabou sendo bom para nós”, comentou o técnico, principal arma alvinegra.
Além de ser o recordista em títulos do Brasileiro, com cinco conquistas, Luxemburgo ainda possui ótimo aproveitamento em disputas por pontos corridos. Até hoje, participou de seis competições nesse molde no Brasil e faturou todas (Brasileiro de 2003 e 2004, Paulista de 1994, 1996 e 2006, e Mineiro de 2003).
Os dois times voltam a campo pelo Nacional no próximo fim de semana. No sábado, o Goiás pega o Fluminense fora de casa, no Maracanã. O Santos, por sua vez, atua no dia seguinte no interior de São Paulo. Punido com a perda de mando de campo, o time receberá o Atlético-PR em Mogi Mirim.
Antes, no entanto, os clubes atuam por outras competições, ambos na quarta-feira. O Goiás tenta confirmar a liderança do Grupo 3 da Copa Libertadores diante do União Espanhola, no Serra Dourada. A equipe paulista, pela Copa do Brasil, busca vaga nas quartas-de-final diante do Brasiliense, no Distrito Federal.
O jogo
Temendo pressão do Goiás, Vanderlei Luxemburgo abandonou o esquema com três zagueiros com o qual faturou o Paulista e adotou o 4-4-2 para tentar adiantar sua equipe. Mesmo assim, o time da casa começou a partida dominando as ações no meio-campo e procurando avançar pelas laterais.
Contando com a presença de Roni no ataque, a equipe goiana passou a explorar as jogadas aéreas para o centroavante, já que o setor de armação pouco conseguiu produzir, parando na defesa alvinegra quando se aproximava da área.
O Santos teve problema semelhante. Apagado em campo, o meia Rodrigo Tabata sofreu com a marcação adversária e dificultou as investidas ofensivas dos visitantes, já que era o principal responsável pela articulação no ataque.
Com isso, o time de Luxemburgo também buscou as jogadas aéreas, buscando principalmente Reinaldo. Ele, aos 13min, conseguiu levar perigo à meta de Harlei cabeceando rente à trave, mas para fora.
Pelo Goiás, Welliton pouco apareceu no início da partida, mas antes do intervalo teve a melhor oportunidade dos primeiros 45 minutos. O rápido atacante recebeu na esquerda e bateu cruzado, rasteiro, para boa defesa de Fábio Costa. No rebote, Roni não aproveitou.
Sofrendo do mesmo “mal”, Geninho e Luxemburgo fizeram alterações parecidas, mexendo no meio-campo. No Santos, Rodrigo Tabata deu lugar a Léo Lima, enquanto o estreante Raul, contratado do futebol cearense, substituiu Vampeta para tentar melhorar a aproximação ao ataque.
Aos 12min, Welliton teve outra chance de inaugurar o marcador, mas o chute cruzado, pela direita, foi direto para fora. Jadílson, de fora da área, também deu trabalho a Fábio Costa, autor de boa defesa no forte disparo do lateral-esquerdo.
Pelos lados do Santos, Geílson, que entrou na segunda etapa, deu maior movimentação ao ataque alvinegro. Gilmar, outro reserva, teve a melhor chance da partida aos 44min. Ele pegou sobra na área, driblou Harlei e bateu cruzado, mas Leonardo apareceu sobre a linha para salvar o Goiás.
Árbitro brinca com Luxa
O árbitro Wagner Tardelli Azevedo esbanjou bom humor antes da partida entre Santos e Goiás. Ao chamar os técnicos das duas equipes no centro do gramado, brincou com Luxemburgo.
“O Vanderlei agora quer lançar namoro na televisão”, ironizou o juiz, referindo-se à polêmica criada pelo comandante santista na reta final do Campeonato Paulista.
Depois da derrota para o São Paulo, Luxemburgo criticou a atuação do árbitro Rodrigo Martins Cintra. “O que eu não gostei foi ele me paquerar dentro de campo. Ele apitava e olhava pra mim em toda falta que marcava”, disse o técnico na oportunidade.
Diante do bom humor de Tardelli neste domingo, Luxemburgo aproveitou para colocar Geninho na brincadeira. “Você tem olhos verdes”, disse o treinador do Santos.
Santos lamenta as chances perdidas
A equipe do técnico Vanderlei Luxemburgo culpou as oportunidades desperdiçadas pelo empate na Serra Dourada.
Uma vitória que parecia impossível quase se tornou realidade para o Santos no Serra Dourada. Não fossem as chances perdidas, o resultado “fantástico” – que Luxemburgo havia citado antes da partida – seria levado para a Baixada.
Porém, o empate não foi encarado como um mau resultado. “Tem dias que a bola não entra. Então pelas dificuldades que a gente teve, o placar está legal”, justificou o zagueiro Luiz Alberto.
Para o lateral-esquerdo Kléber, a falta de tranqüilidade foi o principal motivo para a bola não ter entrado no gol de Harlei: “Nossa equipe começou bem, mas perdemos muitas chances. O time foi melhor no primeiro tempo, e no segundo teve uma ou duas chances. Tivemos força, mas não tranqüilidade para fazer os gols”.
Cléber Santana destacou a capacidade de sua equipe diante de um jogo tão difícil: “Foi um jogo duro. Criamos oportunidades, mas não fomos felizes. O empate fora de casa foi importante”.
Heleno, que entrou no decorrer da partida, também lamentou a infelicidade nas chances desperdiçadas: “O ultimo passe não saia, e quando saiu, nós não fomos felizes”.
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