Santos 0 x 2 Atlético-PR
Data: 15/06/2005, quarta-feira, 22h00.
Competição: Copa Libertadores – Quartas-de-final – Jogo de volta
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 18.422 pagantes
Renda: R$ 315.050,00
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (BRA)
Cartões amarelos: Zé Elias (S); Diego, Jancarlos, Cocito e Lima (A).
Gols: Aloísio (17-1) e (09-2).
SANTOS
Mauro; Flávio, Ávalos, Halisson e Wendell; Zé Elias (Douglas), Bóvio, Tcheco (Fabiano, depois William) e Ricardinho; Basílio e Deivid.
Técnico: Gallo
ATLÉTICO-PR
Diego; Durval, Danilo e Marcão; Jancarlos, Cocito (Tiago Vieira), André Rocha, Ticão (Leandro) e Fabrício; Lima e Aloísio (Fernandinho).
Técnico: Antônio Lopes.
Atlético-PR vence o Santos e vai às semifinais da Libertadores
O Atlético-PR venceu o Santos por 2 a 0, nesta quarta-feira, no estádio da Vila Belmiro, na partida de volta das quartas-de-final da Taça Libertadores da América-2005, e avançou às semifinais da competição.
A equipe do técnico Antônio Lopes entrou em campo precisando de um simples empate para se classificar, já que havia vencido a partida de ida por 3 a 2, no dia 1º de junho, no Kyocera Arena, em Curitiba (PR).
O time paranaense decide uma vaga para a final do torneio sul-americano contra o Chivas Guadalajara (México), que eliminou o argentino Boca Juniors após uma vitória (4 a 0, em casa) e um empate (0 a 0, fora).
Cotado como favorito para o duelo, o Santos sentiu a ausência de sua principal estrela, o atacante Robinho, e do lateral Léo, que estão com a seleção brasileira na Copa das Confederações.
Precisando vencer, o time paulista viu sua situação se complicar aos 17min do primeiro tempo. O atacante Aloísio ganhou jogada na entrada da área e chutou no canto direito de Mauro para abriu o placar.
Logo após o gol do rival do Paraná, o técnico Gallo fez duas mudanças –Tcheco saiu para a entrada de Fabiano, enquanto Zé Elias, lesionado, deu lugar a Douglas– para tornar sua equipe mais ofensiva.
A melhor chance santista na etapa inicial foi com Basílio aos 39min. Ele pegou sobra na área, mas chutou para fora. O Santos ainda reclamou de pelo menos dois pênaltis não marcados pelo juiz Carlos Simon.
No intervalo da partida, Aloísio deu a receita para seu time se classificar. “Temos que fazer a mesma coisa que fizemos no primeiro tempo. Precisamos manter a determinação”, disse o atacante à TV Globo.
No segundo tempo, logo aos 4min, o atacante Deivid recebeu ótimo lançamento de Ricardinho na área e tocou na saída de Diego. A bola, porém, saiu fraca e permitiu que a defesa atleticana afastasse o perigo.
Aos 8min, o atacante Lima fez boa jogada na área, mas a defesa santista colocou para a linha de fundo. Na cobrança do escanteio, Aloísio subiu sozinho e ampliou para os visitantes: 2 a 0.
Aproveitando o desespero do rival, o Atlético-PR criou oportunidades para conseguir um placar ainda mais elástico. Numa delas, aos 24min, Lima recebeu na área e finalizou em cima do marcador.
Desorganizado, o time de Gallo pouco perigo levou ao adversário nos minutos finais da partida. Aos 37min, os torcedores atleticanos chegaram a gritar em coro “eliminado, eliminado” para os santistas.
Santos fica sem Robinho, Giovanni e taça
Sem o atacante, na seleção, e o recém-contratado meia, vetado na Libertadores, time é eliminado pelo Atlético-PR
O Santos não sobreviveu à ausência de sua principal estrela, o atacante Robinho, e foi eliminado pelo Atlético-PR nas quartas-de-final da Taça Libertadores.
O time paranaense, que bateu o rival no primeiro jogo por 3 a 2, voltou a ganhar ontem por 2 a 0 em plena Vila Belmiro, passou a uma inédita semifinal, e vai enfrentar o Chivas, do México.
Além de Robinho, o Santos, que havia perdido em casa no torneio pela última vez em 1984, atuou sem o lateral-esquerdo Léo, ambos com a seleção brasileira que disputa a Copa das Confederações, e o meia Giovanni, maior ídolo do clube na década de 1990. Outro desfalque foi o lateral-direito Paulo César, contundido.
A diretoria santista tentou a liberação de Robinho e Léo para o confronto, mas o pedido foi negado pela CBF. No último domingo, após o empate por 1 a 1 com o Fluminense, os torcedores santistas pareciam temer a falta de suas estrelas e protestaram contra o técnico Carlos Alberto Parreira.
Horas antes do confronto, os santistas sofreram outra dura baixa. Giovanni foi proibido pela Conmebol de entrar em campo. A explicação da entidade sul-americana: o clube fez a inscrição do atleta nas quartas-de-final no dia do primeiro jogo, e não 48 horas antes da partida, como determina o regulamento do torneio.
Foi o terceiro revés seguido do Santos no principal interclubes do continente. Em 2003, o time perdeu na decisão para o Boca Juniors. No ano passado, caiu nas quartas diante do Once Caldas.
Com o triunfo, o Atlético-PR se vingou do rival que lhe tirou o título brasileiro em 2004. Os vices do Nacional, aliás, levam vantagem em confrontos contra campeões quando duelam na Libertadores. Foram 15 vitórias contra 11 derrotas e 18 empates. Os paranaenses farão o primeiro jogo semifinal em casa, no dia 22. A volta, no dia 29, será no México. Chivas irá pegar Atlético-PR sem sete jogadores (Bautista, por expulsão e outros seis atletas convocados para a seleção mexicana).
Com sua equipe esfacelada, o técnico Gallo escalou Tcheco no meio-campo. E o time da casa começou pressionando o rival. Logo aos 2min, Deivid acertou belo chute na área e obrigou Diego a grande defesa.
Os paranaenses, com a vantagem do empate nas mãos, responderam em seguida. André Rocha arriscou de fora da área. Mauro espalmou para escanteio.
Depois disso, o jogo ficou chato. O técnico Antônio Lopes armou uma forte barreira no meio-campo, com cinco atleticanos.
Para piorar, o time paranaense era perigoso quando ia à frente. Os vacilos da defesa santista ajudavam. Num deles, a bola sobrou para Aloísio, que passou por Zé Elias e chutou rasteiro no canto direito de Mauro: 1 a 0, aos 17min.
Só restou ao técnico Gallo colocar mais um atacante em campo. Fabiano entrou no lugar de Tcheco. Pouco depois, o volante Zé Elias, contundido, deu lugar a outro atacante, Douglas. Com maior poder ofensivo, o Santos passou a pressionar.
Na melhor chance, Basílio, de frente para o gol, chutou fora.
Os santistas ainda tiveram um pênalti de Ticão em Wendell não marcado pelo árbitro Carlos Eugênio Simon -o time ainda reclamou de faltas em outros dois lances dentro da área.
Os 45 minutos finais foram agonizantes para os santistas. O time pressionava, mas seus atacantes erravam demais nas conclusões.
Enquanto isso, a defesa continuava dando sustos. E, assim como na etapa inicial, os zagueiros do Santos sucumbiram ao atacante Aloísio, que marcou o segundo, de cabeça, aos 9min.
A partir daí, o Santos, que precisava de três gols para levar a decisão aos pênaltis, jogou a toalha e ainda viu o rival perder mais gols.
Gallo é vaiado e ganha de novo sombra de Leão
Após a eliminação da Libertadores, o técnico Alexandre Gallo, 38, pode estar com seus dias contados no cargo.
Com o anúncio da saída de Emerson Leão do futebol japonês, crescem os rumores na Vila Belmiro de que ele possa voltar ao comando do Santos.
Gallo deixou o campo ontem xingado pela torcida, que, revoltada, pedia sua demissão e gritava o nome de Leão.
“Eu estou tranqüilo. Assim como estava preparado para receber os elogios, estou preparado para as críticas”, disse.
O técnico assumiu a responsabilidade pela eliminação na Libertadores, mas atribuiu o mau resultado à ausência de quatro titulares -Robinho, Léo, Paulo César e Giovanni.
“São problemas que acontecem. Nós temos de ter peças para suprir a ausência dos titulares. Não conseguimos.”
Gallo também isentou o treinador da seleção, Carlos Alberto Parreira, pela não liberação de Robinho e Léo.
“O Parreira fez o trabalho dele. Jogamos uma partida abaixo do que estamos acostumados”, afirmou Gallo, que disse que não houve erro do clube na inscrição do meia Giovanni, vetado pela Conmebol para o jogo.
Para compensar uma ausência, Santos se apóia em dois jogadores (Em 15/06/2005)
Contra Atlético-PR, time aposta na dupla Giovanni/Ricardinho para suprir falta de Robinho e seguir na Libertadores
O Santos desloca os holofotes de seu ataque para o meio-campo em busca de uma vaga nas semifinais da Taça Libertadores da América. Hoje, contra o Atlético-PR, na Vila Belmiro, a equipe se escora na experiência de Ricardinho e Giovanni para compensar a ausência de Robinho e chegar às semifinais da principal competição interclubes do continente.
Com a dupla de meias pela primeira vez jogando junta, os santistas esperam não sofrer por não poder ter o atacante em campo -além dele, o lateral-esquerdo Léo, também na Copa das Confederações com a seleção brasileira, desfalca a equipe.
Um dos fatores que fazem com que o time deposite grande confiança em Giovanni e Ricardinho é o carisma da dupla. O primeiro tem a simpatia de fãs e dirigentes porque foi o maior ídolo do time nos anos 90. Já Ricardinho, com uma história bem menos antiga, mas já vencedora no clube, destaca-se por sua liderança no elenco.
O meia, que desde o ano passado ostenta a faixa de capitão, declarou que as ausências de Robinho e Léo, considerados por ele como peças fundamentais no esquema, serão sentidas, mas ressaltou que deposita confiança nos jogadores que irão substituí-los.
“Lógico que o Robinho e também o Léo são importantes em nosso esquema. Eles estão na seleção e isso diz tudo. Mas a nossa realidade é a de que não podemos contar com eles e temos que enaltecer a presença daqueles que entram. Temos toda a confiança nesses jogadores”, declarou.
Segundo ele, a ausência de Robinho na partida não significará que o time ficará enfraquecido. “Existe um grupo de trabalho e, pelo contrário, não ficaremos lamentando a ausência e sim a presença de nossos jogadores num momento importante como esse”, afirmou Ricardinho.
O meia disse ainda que os jogadores entrarão motivados para conseguir um grande resultado e a classificação para a semifinal da Libertadores. As lembranças do ano passado não são boas: os santistas naufragaram na competição justamente nas quartas-de-final, ao serem eliminados pelo Once Caldas (Colômbia).
Ricardinho volta ao time titular após se recuperar de uma lesão na panturrilha. Ele não atuou no empate contra o Fluminense, na última rodada do Brasileiro.
O meia Giovanni, que apesar de seus 32 anos fará sua primeira partida na Libertadores, alertou os companheiros para que não entrem em campo nervosos e evitem cartões, como ocorreu no último domingo contra o Fluminense, quando Deivid foi expulso.
“Temos que entrar em campo tranquilos e só procurar jogar futebol. Tem lances em que você perde a calma. Isso não pode acontecer. Porque com um jogador a menos, fica mais difícil e amanhã [hoje] vamos precisar de todos os jogadores”, disse.
A responsabilidade de substituir os titulares é encarada como um desafio pelo meia Wendel, que jogará improvisado na lateral esquerda, na vaga de Léo.
“Para substituir tanto o Léo quanto o Robinho, eu e o Giovanni temos que nos desdobrar. Eles fazem falta a qualquer time. Para mim, em suas posições, são os melhores”, disse Wendel.
Na opinião do jogador, o Santos vai precisar mostrar muita determinação para obter a classificação. “Eles têm a vantagem parcial. Nós temos que correr atrás e imprimir a nossa forma de jogar, que é no ataque.”
No jogo de ida, os paranaenses venceram por 3 a 2 e jogam pelo empate. Uma vitória por 1 a 0 ou 2 a 1 classifica o Santos. Caso vença o Atlético pelo mesmo placar do jogo de Curitiba, a vaga será decidida nos pênaltis. Quem passar, enfrenta o mexicano Chivas por uma vaga na decisão.
Parreira acirra a crise do eliminado Santos com CBF (Em 18/06/2005)
Técnico rejeita culpa pelo tropeço na Vila e fala na venda de Robinho
Um dia depois de Robinho ser o destaque da estréia do Brasil na Copa das Confederações, uma vitória de 3 a 0 sobre a Grécia, o técnico Carlos Alberto Parreira pôs lenha na crise entre o Santos, clube do atacante, e a CBF.
Questionado pela Folha sobre o fato de o clube paulista e seus torcedores o culparem e à CBF pela eliminação na Libertadores, após reiterados apelos para que liberassem o jogador, o normalmente comedido Parreira atacou o Santos e de quebra foi mais um a confirmar que estão contados os dias de Robinho no futebol brasileiro.
“O Santos está reclamando, daqui a pouco vai vender o Robinho, como vendeu seis ou sete jogadores na temporada passada. E não tem jeito, o Robinho daqui a pouco acabará indo embora mesmo. Não tem como deixar de resistir às investidas do futebol europeu. São altíssimas, não há como prender”, disse em referência à provável transferência do craque de 21 anos para o Real Madrid.
O discurso desafina com o do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que tem repetido que a confederação fará o possível para manter os jovens craques no país.
Parreira avaliou ter sido até benevolente com o Santos. “Estamos muito tranquilos. Fizemos o melhor para o Santos e para a seleção. Pela primeira vez, abrimos uma exceção, liberar um jogador convocado para as eliminatórias. Se por acaso ele tivesse se contundido contra o Atlético-PR, quem seria o responsável? Com certeza, seria eu. A seleção tem que estar acima de qualquer competição.”
Logo após dizer que Robinho deixará o país “daqui a pouco”, Parreira mudou o raciocínio: “A não ser que o Santos se mobilize e consiga um consórcio, seria maravilhoso manter o grande ídolo do futebol brasileiro no Brasil”.
Até o presidente da Fifa, Joseph Blatter, entrou na questão. Para ele, a culpada pelo imbróglio foi a Conmebol. Em entrevista à “Agência Estado”, o dirigente disse que o Santos foi prejudicado pela Conmebol, que não poderia ter marcado os jogos para a época da Copa das Confederações.
Alheio à polêmica, Robinho, que ontem não treinou, assim como os jogadores que participaram da vitória do Brasil sobre a Grécia, foi citado nos principais jornais alemães como o destaque da partida, corroborando a decisão da Fifa.
1 comentário em “15/06/2005 – Santos 0 x 2 Atlético-PR – Copa Libertadores”
O certo seria: Santos 0 x 2, gols de Carlos Eugênio Simon e Carlos Alberto Parreira! A Casa Bandida do Futebol (vulgarmente conhecida como CBF)!