São Paulo 2 x 1 Santos
Data: 14/04/1996, domingo, 17h00.
Competição: Campeonato Paulista – 2º turno – 3ª rodada
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo, SP.
Público: 27.000 pagantes
Renda: R$ 170.700,00
Árbitro: Javier Castrilli (ARG).
Gols: Almir (40-1) e Giovanni (43-1, de pênalti); Almir (27-2).
SÃO PAULO
Zetti; Sorlei, Pedro Luis e Bordon (França); Mendonza, Lima, Edmílson, Belletti e Serginho; Almir e Valdir.
Técnico: Muricy Ramalho
SANTOS
Edinho; Cláudio, Sandro, Narciso e Marcos Adriano; Gallo, Vágner, Jamelli e Robert; Macedo (Kennedy) e Giovanni.
Técnico: Orlando Amarelo
Variação tática dá vitória ao São Paulo
O técnico Muricy Ramalho, do São Paulo, venceu o duelo tático com Orlando Pereira, do Santos, determinando a vitória de seu time por 2 a 1, ontem, no Pacaembu.
O São Paulo começou o jogo com um esquema defensivo: o 3-5-2 (três zagueiros, cinco meio-campista e dois atacantes). Ao escalar três zagueiros (Pedro Luiz, Sorlei e Bordon) e três meias defensivos (Lima, Belletti e Edmílson), Muricy procurou evitar as jogadas do Santos pelo meio do ataque e explorar os contra-ataques com Almir e Valdir.
O Santos atuava com apenas um meia defensivo (Gallo) e partiu para o ataque. Mas seu principal jogador, o meia-atacante Giovanni, sofria marcação individual implacável do volante Lima.
Os esquemas opostos resultaram em um jogo emocionante, mesmo sendo disputado em um gramado enlameado e escorregadio.
Logo aos 10min, o São Paulo quase marcou. Valdir fez grande jogada individual e passou para Lima, que chutou para fora.
A partir dos 20min, o Santos passou a dominar o jogo. Perdeu, pelo menos, quatro oportunidades e sofreu o castigo aos 40min.
Serginho cruzou, Pedro Luiz ajeitou de cabeça e Almir tocou por cima de Edinho, marcando o primeiro gol do São Paulo.
O Santos deu a saída e empatou em seguida. Macedo penetrou na área e foi derrubado por Zetti. Giovanni converteu o pênalti.
“Não toquei no Macedo”, disse Zetti. “Ele pegou o meu pé de apoio”, afirmou Macedo.
Empurrado pela torcida e pelo meia Vágner, o Santos voltou melhor para o segundo tempo.
Percebendo a queda do São Paulo, Muricy substituiu, aos 15min, o zagueiro Bordon pelo atacante França, passando a jogar no 4-3-3. A alteração deu certo. Aos 27min, França tocou de cabeça, a zaga santista e o goleiro Edinho falharam e a bola sobrou para Almir, livre, marcar o segundo gol do São Paulo, definindo a vitória.
No final do jogo, Muricy ainda foi expulso de campo por reclamação.
Santos chama adversário de retranqueiro
O elenco santista saiu de campo irritado com a forma de o São Paulo atuar.
“Eles jogaram como time pequeno”, reclamou o técnico Orlando Pereira. “Ficaram encolhidos esperando um erro nosso.”
O treinador santista achou o resultado injusto. “Jogamos bem melhor, mas fizemos dois erros bobos, que não poderíamos nunca fazer.”
O goleiro Edinho também ficou nervoso com a derrota. “A retranca mostrou que é mais eficaz”, ironizou. “É horrível perder. Dominamos, dominamos, e eles saem com os três pontos.”
O meia Robert era da mesma opinião. “O São Paulo ganhou no contra-ataque”, afirmou.
Para o zagueiro Sandro, o Santos foi melhor. “Eles tiveram sorte. Em mil chutes, o Almir não repetiria o primeiro gol.”
São Paulo vence ‘jogo dos uniformes’
Equipe supera Santos por 2 a 1, obtém terceira vitória no returno e alcança Palmeiras na liderança do Paulista
O São Paulo ganhou ontem o “clássico da roupa nova” no Pacaembu, superando o Santos por 2 a 1, com dois gols de Almir. Giovanni, de pênalti, fez o do Santos.
Com o resultado, a equipe dirigida pelo técnico Muricy Ramalho chegou aos nove pontos, alcançando o Palmeiras na liderança do segundo turno. No desempate, porém, a vantagem ainda é do Palmeiras, que anteontem venceu o Mogi Mirim por 2 a 1, e tem saldo de nove contra seis do São Paulo.
Com a derrota no Pacaembu, o Santos caiu para a terceira colocação, com seis pontos, ao lado de Corinthians e Botafogo.
Os uniformes
São Paulo e Santos estrearam ontem uniformes novos.
A principal novidade do usado pelo São Paulo, desenhado pela Adidas, nova fornecedora de material esportivo do clube, foram as camisas com decotes em “V”.
O de Zetti, no entanto, apresentou problemas. O goleiro está habituado a jogar com abrigo, mas teve que atuar com calção.
“O abrigo não ficou legal”, afirmou Zetti, logo após a partida. “Só depois de pequenos ajustes vou poder usar o novo calção.”
A novidade do uniforme santista foram os calções pretos com estrelas brancas. Na estréia do segundo turno, o time tinha apresentado calção quadriculado.
A diretoria chegou a pensar em utilizar um calção com quadrados brancos e pretos maiores, mas optou pelas “estrelas”.
Os jogadores chegaram a opinar na escolha do uniforme, que é fabricado pela Rhumell. As meias brancas com detalhes pretos e o distintivo do Santos não agradaram os jogadores.
“Estão tentando melhorar o visual, mas ainda não chegaram a um resultado que agrade a maioria”, comentou Jamelli.
Almir carrasco?
Autor dos dois gols da vitória do São Paulo, o atacante Almir, 27, disse que o São Paulo tem condições de superar o Palmeiras, campeão do primeiro turno, no Campeonato Paulista. “Não existe time imbatível. Estamos preparados para derrotá-los”, afirmou.
Almir comemorou seu primeiro gol do jogo, imitando a “dança da garrafa”. “Tinha combinado isso antes”, disse.
Repórter – Mais uma vez você marcou gols contra o Santos, seu ex-time. Existe algum sabor especial?
Almir – Não sou o carrasco do Santos, como estão dizendo. Mas é inegável que dá mais prazer fazer gols em clássicos.
A arrecadação
Os 27 mil ingressos para o clássico, cujo preço foi reduzido pela metade, foram vendidos.
A Adidas, que organizou o jogo, doou metade da renda para a Fundação Abrinq Pelos Direitos da Criança. A entidade recebeu R$ 85.350,00.
Fonte: Estadão
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