Santos 1 x 2 Palmeiras
Data: 08/09/1996, domingo, 16h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – Turno único – 7ª rodada
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo, SP.
Público: 13.332 pagantes
Renda: R$ 206.415,00
Árbitro: João Paulo Araújo (SP)
Cartões amarelos: Piá (S); Leandro, Elivélton e Sandro (P).
Gols: Rincón (15-2), Fernando Diniz (22-2) e Alessandro (34-2).
SANTOS
Edinho; Ânderson Lima, Jean, Narciso e Marcos Adriano; Marcos Assunção, Carlinhos, Jamelli e Robert (Andradina); Camanducaia (Alessandro) e Otávio Augusto (Piá).
Técnico: José Teixeira
PALMEIRAS
Marcos; Cafu, Sandro, Cléber e Júnior; Galeano, Leandro (Rogério), Rincón (Fernando Diniz) e Elivélton (Auecione); Leonardo e Djalminha.
Técnico: Wanderley Luxemburgo
Palmeiras vence e aumenta liderança
Equipe bate Santos por 2 a 1 e é favorecida por empates de rivais; adversário assume inferioridade
O Palmeiras bateu ontem o Santos por 2 a 1, no Morumbi, e consolidou sua liderança no Campeonato Brasileiro.
Em nove partidas, o time do técnico Wanderley Luxemburgo soma 19 pontos. É o único invicto no campeonato.
O Palmeiras iniciou a rodada deste fim-de-semana com dois pontos de diferença sobre os vice-líderes: São Paulo e Corinthians. Terminou com quatro pontos de vantagem em relação aos rivais.
Os empates do São Paulo (1 a 1 com o Coritiba) e do Corinthians (1 a 1 com o Flamengo, ontem, no Maracanã) favoreceram o time palmeirense.
O time do técnico Wanderley Luxemburgo soma o mesmo número de jogos que o Corinthians e tem um a mais que o São Paulo.
Equilíbrio
Os jogadores e a comissão técnica do Palmeiras afirmam que a equipe está atingindo o equilíbrio ideal para a disputa do Brasileiro.
“A nossa esperança é manter o nível da equipe até o final da competição. Toda equipe tem seu limite”, disse o meia Leandro.
O jogador acha que a equipe deixou para trás a instabilidade das rodadas iniciais do Brasileiro, quando o time alternou goleadas com empates em 0 a 0.
“Nosso condicionamento físico melhorou muito. Eu e o Rincón, por exemplo, chegamos no Palmeiras muito mal. Agora, já estamos bem”, disse Leandro.
O meia Djalminha, maior destaque do Palmeiras na partida de ontem, acha que o time pode melhorar no Brasileiro.
“Temos atletas que ainda vão se juntar ao grupo”, disse Djalminha, referindo-se ao atacante Viola e ao volante Flávio Conceição.
Djalminha acha que a velocidade imposta pelo time no segundo tempo foi determinante para a vitória contra o Santos. “Segurar muito a bola é fatal para qualquer time. Jogar com rapidez é essencial”, disse.
O meia Rincón acha que o time “funcionou bem no segundo tempo”. “Nossa equipe jogou com consciência. Entramos no segundo tempo com mais pegada.”
O técnico Wanderley Luxemburgo disse que as várias oportunidades de gols perdidas por seu time no segundo tempo refletiram a evolução do time.
“Mudamos a maneira de jogar no segundo tempo em relação ao primeiro tempo”, disse.
Inferioridade
Os jogadores do Santos ficaram resignados com a derrota. Eles reconheceram a inferioridade do time em relação ao líder Palmeiras.
“O Palmeiras jogou mais e mereceu vencer. Está melhor que o Santos no momento”, afirmou o goleiro Edinho.
Segundo ele, o Santos jogou “o possível, mas teve um lapso de 10 ou 15 minutos no segundo tempo, que determinou a derrota”.
“O primeiro gol abalou nosso time. Não conseguimos reagir”, disse o volante Marcos Assunção.
Santos afrouxa marcação e perde no segundo tempo
A queda do poder de marcação do Santos, do primeiro para o segundo tempo, foi a principal causa da derrota para o Palmeiras. Mesmo sem realizar uma boa partida, a equipe palmeirense venceu sem muito esforço.
O Santos começou muito bem. Com uma marcação implacável, anulou o Palmeiras e finalizou cinco vezes, contra nenhuma do adversário, nos 15 minutos iniciais.
Na melhor das chances, aos 14min, Camanducaia bateu cruzado, o goleiro Marcos desviou, e a bola se chocou no travessão.
O Santos foi prejudicado pela arbitragem nesse período de domínio: o volante palmeirense Leandro cometeu três faltas por trás, mas recebeu apenas o cartão amarelo, pela primeira infração.
O Palmeiras ameaçou o gol de Edinho pela primeira vez somente aos 16min, quando Djalminha deu belo passe para Elivélton, que chutou por cima do gol.
Na melhor oportunidade do primeiro tempo, aos 30min, Leonardo entrou livre na área santista, mas chutou fraco, permitindo a defesa de Edinho, com os pés.
O Santos voltou com Piá no lugar de Otávio Augusto para o segundo tempo, mas afrouxou a marcação. Assim, tomou o gol no primeiro ataque que sofreu. Aos 15min, Leonardo passou para Rincón, que, livre, bateu forte para marcar.
Aos 22min, Djalminha cobrou falta com perfeição, a defesa santista parou, e Fernando Diniz só desviou para as redes: 2 a 0.
O Palmeiras só não conseguiu uma goleada porque Edinho fez, pelo menos, três grandes defesas.
O Santos descontou aos 34min. Marcos Assunção chutou, Marcos soltou e Alessandro marcou.
“Demos muito espaço no segundo tempo. Relaxamos na marcação e o Palmeiras foi mais guerreiro. Mereceu a vitória”, disse Marcos Assunção.
Sem ‘definidor’, time chuta mal
O Santos foi mais ousado, mudando o esquema tático no clássico de ontem, mas não conseguiu corrigir seu principal defeito, que deve limitar as chances do time no Brasileiro: a falta de um definidor.
A escalação do centroavante Otávio Augusto no lugar do meia Piá não melhorou o poderio ofensivo da equipe. O time conseguia construir boas jogadas no meio-campo, mas concluía mal.
Assim, José Teixeira voltou à formação tradicional no segundo tempo, trocando Otávio Augusto por Piá. Não adiantou.
“Não temos com quem tabelar na frente”, disse Jamelli.
“Mais uma vez, tivemos volume de jogo, mas faltou poder de definição”, resumiu Edinho.
O Santos volta a jogar amanhã. A equipe estréia na Supercopa, contra o Peñarol, em Rivera (Uruguai). Alessandro é o novo titular.
Pelo Brasileiro, o próximo jogo é contra o Goiás, domingo, em Goiânia. Marcos Assunção, suspenso, é o desfalque.
Santos promete não ser covarde e atacar ( Em 08/09/1996 )
O técnico do Santos, José Teixeira, disse estar convencido de que não há outra maneira de vencer o Palmeiras hoje, às 16h, no Morumbi, senão atacar o adversário.
“Se nós nos preocuparmos somente em defender, somente em marcar Djalminha, Rincón e Cafu, estamos mortos. Vamos procurar colocar uma filosofia de jogo que não seja covarde”, disse.
A goleada do Palmeiras sobre o Fluminense (5 a 1) impressionou o técnico santista. “Eles estão com a pilha nova. O Palmeiras é uma equipe muito consciente, que está jogando um futebol de primeiríssima linha”, disse.
Fragilidade
Mas o esquema do Santos para tentar superar o rival pode esbarrar justamente na fragilidade do setor ofensivo do time.
Segundo Teixeira, a equipe vem se defendendo bem, criando jogadas no meio-campo, mas com problemas para as finalizações.
Com o impasse na contratação do colombiano Usuriaga, Camanducaia é o único atacante nato do time titular. Nos últimos jogos, atuou isolado na frente.
Para Camanducaia, a ausência de um companheiro no ataque é resultado de uma “ordem tática do treinador”. “Quando entra o Alessandro, fica bem mais fácil jogar”, afirmou.
Alessandro (ex-Novorizontino) vem sendo preparado por Teixeira para ocupar uma vaga no time. Na partida de hoje, deverá servir como opção no banco de reservas.
“O Alessandro é o estopim que bota fogo no jogo”, afirmou o técnico Teixeira.
O treinador tem todos os titulares à disposição para o jogo de hoje. O lateral Anderson e o volante Marcos Assunção, que ficaram fora, por suspensão, na partida contra o Juventude (1 a 1), retornam.
Uso do Morumbi deve sofrer limitação
O Santos dificilmente voltará a mandar jogos no estádio do Morumbi neste Brasileiro.
É que o São Paulo, proprietário do estádio, enviou um ofício à Federação Paulista de Futebol, na última sexta-feira, informando que o campo só será cedido para abrigar dois jogos por semana.
Nesses jogos, estariam incluídas as partidas que o próprio São Paulo fizer. O clássico de hoje é a terceira partida da semana no Morumbi. Na quarta-feira, jogaram São Paulo x Guarani e, na quinta, Corinthians x Cruzeiro.
“Isso não vai mais acontecer. Não queremos correr o risco de destruir um gramado que levou tanto tempo para ficar bom”, disse o diretor do São Paulo, José Dias.
Pelo aluguel do estádio, o São Paulo receberá 12% da renda bruta do jogo de hoje.
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