Portuguesa 3 x 2 Santos
Data: 07/02/1996, quarta-feira, 20h30.
Competição: Campeonato Paulista – 1º turno – 4ª rodada
Local: Estádio do Canindé, em São Paulo, SP.
Público e renda: N/D
Árbitro: Léo Feldman (RJ).
Cartões amarelos: Sandro, Jean, Robert e Edinho (S); Capitão, Ayupe, Jorginho, Augusto e Cássio (P).
Cartões vermelhos: Giovanni, Gallo e Cláudio (S).
Gols: Camanducaia (11-1), Ayupe (21-1) e Sandro (27-1); Tiba (30-2, de pênalti) e Tiba (37-2, de pênalti).
PORTUGUESA
Clemer; Ayupe, Jorginho, Augusto (Tico) e Cássio; Capitão, Zé Roberto (Roque), Caio e Zinho; Tiba e Flávio (Nildo).
Técnico: Valdir Espinosa
SANTOS
Edinho; Cláudio, Jean, Sandro e Marcos Adriano; Gallo, Vágner, Robert (Kennedy) e Giovanni; Camanducaia e Marcelo Passos.
Técnico: Candinho
Portuguesa vence jogo tumultuado
Numa partida tumultuada, a Portuguesa venceu ontem o Santos por 3 a 2, no Canindé, e reassumiu a liderança do Campeonato Paulista, com 12 pontos.
O Santos, que jogou de calção preto, sofreu dois gols de pênalti e teve três jogadores expulsos (Giovanni, Gallo e Cláudio). Eles não enfrentam o Corinthians no clássico do próximo domingo.
Ao final do partida, jogadores santistas e o técnico Candinho cercaram e xingaram o árbitro Léo Feldman (RJ). A equipe continua com seis pontos e divide a quinta colocação com o Juventus.
O Santos saiu na frente. Aos 11min, Camanducaia completou de cabeça uma cobrança de escanteio da esquerda.
O lateral Ayupe empatou para a Portuguesa, aos 21min, cobrando falta. Foi seu terceiro gol de falta em duas partidas.
Também de falta, o zagueiro Sandro devolveu a vantagem à equipe santista, aos 27min, aproveitando uma confusão na barreira da Portuguesa.
Os problemas para o Santos começaram aos 37min, quando o meia Giovanni recebeu o segundo cartão amarelo, após falta violenta em Zé Roberto, e foi expulso.
Aos 18min do segundo tempo, o volante Gallo deu uma cotovelada em Caio e também foi expulso.
Com dois jogadores a menos, o Santos recuo completamente e procurou garantir o resultado.
Mas, aos 26min, o meia Kennedy tropeçou na área santista e tocou a mão na bola. Não havia nenhum jogador da Portuguesa próximo a ele, mas o juiz marcou pênalti.
Os santistas reclamaram e o lateral Cláudio acabou expulso. Aos 30min, Tiba cobrou e marcou.
Seis minutos depois, o meia Zinho sofreu pênalti claro, que o juiz assinalou. Tiba marcou de novo.
O goleiro Edinho acabou recebendo cartão amarelo por chutar a bola deliberadamente para fora de campo, para a torcida santista. Os torcedores não devolviam as bolas.
Santos culpa a federação
O presidente do Santos, Samir Abdul-Hak, culpou a Federação Paulista de Futebol pelos incidentes no jogo de ontem. “O culpado não é o juiz, mas a federação, que escala um juiz com intenção de prejudicar o Santos.”
Abdul-Hak se disse descontente com o desequilíbrio emocional dos jogadores do Santos. “Eles estão muito nervosos.”
O técnico Candinho acha que Giovanni foi expulso porque se desequilibrou, mas argumentou que o jogador estava nervoso porque recebera várias faltas de Capitão sem que este fosse advertido pelo juiz.
O meia Zinho, da Portuguesa, estranhou a declaração de Candinho: “Quando ele era nosso técnico, dizia que éramos leais”.
Candinho cobra ‘profissionalismo’ do Santos (Em 07/02/1996)
Com o elenco reduzido de 21 para 17 jogadores, o técnico Candinho teme que expulsões e cartões amarelos desestabilizem o Santos. Em três jogos, o time levou 14 cartões (1 vermelho).
Ronaldo, Marcos Adriano, Gallo e Giovanni estão com dois cartões amarelos. Hoje o Santos não terá Jamelli e Narciso (ambos na seleção), Carlinhos (contundido) e Macedo (sem contrato).
“É uma situação difícil. Imagine que os quatro pendurados recebam mais um cartão amarelo amanhã (hoje). Nesse caso, teríamos sérios problemas para enfrentar o Corinthians”, afirmou o treinador.
Candinho reuniu os jogadores e pediu mais disciplina no jogo. Ele não se mostra favorável, no entanto, a multar jogadores por expulsões ou excesso de cartões amarelos. “O caminho é a conversa. O que eu quero é que eles evitem atos desnecessários de indisciplina. Quero profissionalismo.”
Na Portuguesa, nem os jogadores nem o técnico Valdir Espinosa parecem preocupados com o fato de o time não ser apontado como um dos favoritos ao título. “Isso não me incomoda. O importante é o trabalho que realizamos aqui”, disse Espinosa.
Para o meia Caio, a Portuguesa tem mais chances de ser campeã agora do que no ano passado.
“Em 95, estávamos começando um trabalho e buscávamos um espaço maior. Agora, já somos mais respeitados e estamos disputando de igual para igual.”
Para o atacante Flávio, uma eventual vitória hoje não significaria uma confirmação da força da Portuguesa. “Pensamos no título desde a pré-temporada. O Santos é só mais um degrau.”
Portuguesa busca afirmação hoje
A Portuguesa enfrenta o Santos hoje, às 20h30, no Canindé, buscando a sua afirmação no Campeonato Paulista. A equipe venceu os três jogos que disputou até agora e divide a liderança do primeiro turno com o Palmeiras, mas ainda não é considerada uma das favoritas.
Já o Santos, vice-campeão brasileiro, precisa se recuperar da derrota de sábado para o São Paulo, por 2 a 1. O time está três pontos atrás dos líderes e, se perder novamente hoje, ficará em situação complicada no primeiro turno.
O técnico da Portuguesa, Valdir Espinosa, decidiu manter a escalação da vitória de domingo passado sobre o XV de Jaú (3 a 0, em Jaú).
Assim, o lateral-esquerdo Zé Roberto continua como segundo volante, no lugar de Roque, e Cássio ocupa a lateral.
“O Zé Roberto tem boa técnica e, mesmo não sendo tão bom marcador quanto o Roque, é bom o suficiente”, disse Espinosa.
O técnico santista, Candinho, pretende vencer hoje aliando os conhecimentos que possui do seu ex-clube com a força do ataque santista. Ele afirmou que o Santos “partirá para cima da Portuguesa, sem preocupações defensivas”.
Candinho treinou a Portuguesa no Paulista de 95. Sob sua direção, a equipe do Canindé venceu 16 dos seus 30 jogos. “Com meu conhecimento da Portuguesa, vou com o Santos para cima do adversário desde os primeiros minutos da partida.”
Valdir Espinosa disse que pretende ver seu time atuando sempre em velocidade. Nos contra-ataques, a bola deve ser lançada nas costas dos laterais adversários.
Espinosa não determinou marcação especial sobre o meia-atacante Giovanni, mas disse que ele merecerá “atenção especial”.
Para Candinho, a melhor forma de anular o ataque da Portuguesa é exercer uma forte marcação no campo de defesa do adversário.
O técnico deixou para definir hoje o time. A principal dúvida é quanto ao substituto de Jamelli, que está na seleção brasileira.
A hipótese mais provável é a entrada de Marcelo Passos para compor o meio-campo com Gallo, Vágner e Robert. Nesse caso, Giovanni atuaria como centroavante.
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