Santos 1 x 3 Grêmio
Data: 05/07/2015, domingo, 16h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – 11ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 4.942 presentes
Renda: R$ 136.690,00
Árbitro: Felipe Gomes da Silva (PR)
Auxiliares: Rafael Trombeta e Luciano Roggenbaum (ambos do PR).
Cartões amarelos: Gabriel, Geuvânio (2), Caju, David Braz (S); Walace (G).
Cartão vermelho: Geuvânio (S).
Gols: Pedro Rocha (04-1); Galhardo (03-2), Ricardo Oliveira (19-2) e Yuri Mamute (35-2).
SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Paulo Ricardo e Caju; Lucas Otávio (Rafael Longuine), Thiago Maia (Neto Berola) e Lucas Lima; Geuvânio, Gabriel (Nilson) e Ricardo Oliveira.
Técnico: Marcelo Fernandes
GRÊMIO
Marcelo Grohe; Galhardo, Geromel, Rhodolfo (Erazo) e Marcelo Oliveira; Walace, Edinho, Giuliano e Douglas (Moisés); Luan e Pedro Rocha (Yuri Mamute).
Técnico: Roger Machado
Com direito a “olé”, Grêmio vence e afunda Santos na Vila Belmiro
A situação do atual campeão paulista se complica mais a cada rodada do Campeonato Brasileiro. Neste domingo, jogando em casa, onde estava invicto na temporada, o Santos foi engolido pela boa fase do Grêmio e conheceu a terceira derrota seguida na competição.
Por outro lado, com o placar por 3 a 1, o Tricolor Gaúcho alcançou a marca de cinco vitórias seguidas e, com 23 pontos, chega à vice-liderança do Brasileirão. Enquanto isso, o alvinegro praiano, com 10 pontos, entra novamente na zona do rebaixamento por causa dos critérios de desempate em relação ao Goiás, agora o primeiro time fora do Z4.
Neste domingo, a equipe santista parece ter sido contaminada pelo clima frio e nublado e entrou em campo sonolenta. O Grêmio aproveitou o momento e abriu o placar com Pedro Rocha logo aos três minutos de jogo.
Ainda no primeiro tempo, Geuvânio acabou recebendo o segundo cartão amarelo e foi expulso por ter entrado em campo após receber atendimento médico sem autorização do árbitro. Com um a menos, o Peixe sofreu diante dos gremistas, que pareciam jogar em casa.
Na etapa complementar, Galhardo ampliou em mais um gol de boa triangulação e toque de bola da equipe do Rio Grande do Sul. Artilheiro do Campeonato Brasileiro, Ricardo Oliveira ainda chegou aos sete gols e diminuiu o prejuízo dos paulistas, mas não foi o suficiente para evitar a derrota do Peixe. Aos 35, Yuri Mamute ainda marcou o terceiro para alegria dos poucos torcedores gremistas que foram à Baixada Santista e que terminaram o jogo gritando o famoso “olé”.
O jogo
Com a 11ª escalação diferente em 11 rodadas, o Santos demorou para entrar no jogo e acabou pagando cara pelo início sonolento. Confiante e empolgado pelas quatro vitórias seguidas, o Grêmio apertou o Peixe com uma marcação em cima dos zagueiros. E a tática do técnico Roger Machado surtiu efeito.
Logo ao três minutos, Giuliano assustou o goleiro Vanderlei após saída de bola errada dos defensores alvinegros. Em seguida, o mesmo meia recebeu pela direita, limpou a marcação de Caju e enfiou para Luan. David Braz falhou na marcação e Pedro Rocha se antecipou Victor Ferraz para completar o cruzamento já dentro da pequena área: 1 a 0 para os gaúchos aos 4 minutos de jogo.
Dois minutos depois, Luan arriscou de longe e a bola raspou a trave de Vanderlei. O lance gerou muitas críticas das arquibancadas, que já percebiam as dificuldades do Santos em se impor em casa.
Após os 18 minutos, a marcação gremistas já não era mais tão alta e o Peixe passou a ficar mais com a bola em seu pé. Porém, quando parecia que esboçaria uma pressão pela busca do empate, Geuvânio se envolveu em uma polêmica com o árbitro Felipe Gomes da Silva que mudou a história do jogo.
O camisa 11 recebeu um cartão amarelo aos 26 minutos após cometer uma falta no meio de campo. No lance, o jogador precisou sair para receber atendimento médico. Ao retornar para o jogo, Geuvânio roubou a bola do adversário e partiu em direção ao gol. No entanto, o árbitro, alegando que nem ele nem o quarto árbitro autorizaram o retorno do jogador ao campo, deu o segundo amarelo e, consequentemente, o vermelho para o atleta.
A atitude o juiz gerou uma revolta generalizada no banco de reservas santista, porque o árbitro fez um sinal com os braços, pouco antes de Geuvânio entrar no campo. A sequência do jogo mostrou um Santos apático e mais enfraquecido com um jogador a menos e o Grêmio jogando à vontade na Vila Belmiro. Giuliano ainda teve uma grande chance de ampliar ao sair cara a cara com o goleiro Vanderlei, mas, após driblar o camisa 1, foi travado por Caju. No rebote, Douglas isolou.
Assim, sob muitas vaias e protestos dos torcedores presentes, o primeiro tempo terminou 1 a 0 para os visitantes.
No retorno para o segundo tempo, apesar de Marcelo Fernandes ousar colocando Rafael Longuine no lugar do volante Lucas Otávio, o panorama do jogo não mudou em nada. Tranquilo e consciente da vantagem numérica, o Grêmio voltou melhor mais uma vez e logo aos três minutos ‘jogou um balde de água fria’ nos santistas com mais um gol.
Giuliano infiltrou pelo meio, tabelou com Douglas e serviu Galhardo na direita. O lateral dominou e bateu cruzado, sem chance para Vanderlei. Um belo gol na Vila.
A tarde realmente não era do Peixe. Antes dos 15 minutos, Gabriel sentiu a perna direita e pediu para ser substituído. Marcelo Fernandes escolheu o centroavante Nilson para entrar no jogo e ouviu muitos gritos de “burro” das arquibancadas.
Mesmo assim, o Peixe foi valente e, em um cochilo dos defensores gremistas, diminuiu a vantagem do rival. Thiago Maia recuperou a bola e rolou para Rafael Longuine. O meia deixou Ricardo Oliveira sozinho para marcar seu sétimo gol no Campeonato Brasileiro.
Marcelo Fernandes, então, partiu para o tudo ou nada em busca do empate heroico. Colocou Neto Berola no lugar de Thiago Maia e mandou o time ao ataque mesmo com um homem a menos.
Mas o Grêmio em nenhum momento perdeu a calma e o domínio do jogo. Assim, conteve o ímpeto santista e, aos 35, matou o jogo. Douglas, com muito espaço na entrada da área, colocou Yuri Mamute na cara do gol e o jovem atacante não desperdiçou, batendo por baixo do goleiro Vanderlei para marcar o terceiro gol. Desta forma, o Santos volta à zona de rebaixamento e o Grêmio chega à vice-liderança do Brasileirão.
Expulsão de Geuvânio gera indignação de santistas após nova derrota
O Grêmio sobrou no duelo deste domingo contra o Santos. Em plena Vila Belmiro, os gaúchos fizeram 3 a 1, assumiram a ponta da tabela e ainda deixaram o Peixe na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. No entanto, um lance confuso ainda no primeiro tempo revoltou os donos da casa.
Aos 28 minutos, Geuvânio, que havia acabado de receber um cartão amarelo, deixou o campo para receber atendimento médico. Quando retornou para o jogo, já tomou a bola do adversário e partiu em contra-ataque. Neste instante, o árbitro paranaense Felipe Gomes da Silva parou lance e, depois de mostrar o segundo cartão amarelo, expulsou o atacante alegando que ainda não havia autorizado sua entrada. Entretanto, uma imagem da TV mostra a autoridade gesticulando como se tivesse liberando Geuvânio para regressas à partida, pouco antes do camisa 11, de fato, entrar no gramado.
“Hoje, acho que o juiz prejudicou bastante. Com um a menos o jogo ficou bem mais difícil”, reclamou Gabriel. “A gente acabou prejudicado pela comissão de arbitragem hoje, que teve uma falta de comunicação ali. Se a bola tivesse ido pra outro lado, ficava tudo normal, como ele (Geuvânio) pegou a bola já no ataque, o juiz resolveu parar depois da reclamação dos gremistas. Além de enfrentar um adversário difícil hoje, tivemos que enfrentar o árbitro também”, afirmou David Braz, com discurso parecido de Victor Ferraz.
“Seguinte, o que a gente falar nesse momento é jogador contra a gente. O que a gente tem que fazer é ganhar jogo. Não adianta falar alguma coisa agora, porque as coisas não estão acontecendo. Se ganhar, tem chance de voltar a ser elogiado. Mas, no vestiário, a gente vê o lance e vê o juiz mandando o Geuvânio voltar. Aí é complicado. Temos quatro expulsões no campeonato injustas. E aí a gente fica correndo errado em campo”, esbravejou o lateral.
Após o fim da primeira etapa, Ricardo Oliveira, capitão do Peixe, e Douglas, experiente meia do Grêmio falaram sobre o lance antes de descerem para o vestiário. “Não dá para ver porque eu estava distante. Não estava próximo ao arbitro. Mas, segundo ele, ele não autorizou a entrada, e muito menos o quarto árbitro. A única informação é que ele disse que o Geuvânio estava limpo (sem sangue exposto)”, relatou o centroavante.
“Eu realmente não vi nada. Acabei acompanhando o lance da bola, não consegui olhar diretamente para o árbitro. Não sei se ele autorizou ou não”, disse o gremistas, admitindo que o lance acabou prejudicando os donos da casa. “Acho que sim. Com um jogador a menos, um jogador importante, que é rápido, que puxava o contra-ataque. O Santos lamenta, mas a gente agradece”, finalizou Douglas.
Fernandes detona árbitro e diz que até técnico do Grêmio admitiu erro
A expulsão de Geuvânio aos 28 minutos do primeiro tempo gerou revolta dos jogadores santistas após a derrota para o Grêmio por 3 a 1, na Vila Belmiro. E, como não podia ser diferente, Marcelo Fernandes também esbravejou na coletiva de imprensa já após ter visto as imagens da TV que mostraram o árbitro do Paraná, Felipe Gomes da Silva, fazendo um gesto que remete a uma autorização para o jogador entrar em campo.
No momento do cartão vermelho, depois de mostrar o segundo amarelo, o juiz explicou que nem ele nem o quarto árbitro haviam autorizado o atacante a regressar para o jogo.
“Estou cansado de falar. Quanto mais eu falar, mais eu vou me prejudicar. O Grêmio é um time de ‘macaco velho’, não vão perder a oportunidade. Mas o Roger (técnico do Grêmio) veio me falar que viu o árbitro chamando o jogador (Geuvânio). O Santos foi prejudicado hoje, sim”, reclamou o comandante santista.
“Grande arbitragem contra. Quem diz que eu não iria virar o jogo no primeiro tempo? Quem vê isso agora? Na súmula, o juiz coloca o que ele quer. Já foi, já perdi, já era. Não é muleta, mas foi crucial, a expulsão, para a derrota de hoje. O Roger Machado viu”, ressaltou.
Apesar da interferência da arbitragem, o Peixe conheceu sua terceira derrota consecutiva no Campeonato Brasileiro e voltou à zona de rebaixamento, na 17ª colocação, com apenas 10 pontos em 11 rodadas. Com isso, Marcelo Fernandes sabe que corre risco de deixar o cargo a qualquer momento.
“Com certeza. Futebol é assim. Estou trabalhando. Me incomoda estar trabalhando sério e os resultados não virem. Não tem ninguém no CT dando migué. Só tenho a agradecer, e vou acatar a decisão que a diretoria tomar”, disse, em tom conformado.
Ainda assim, o treinador torce por uma ação da diretoria no sentido de reforçar o grupo com jogadores experientes, que possam respaldar um elenco formado por tantos jovens.
“Uma vitória em nove jogos não tem tranquilidade. Time grande é assim. Sou muito realista. Eu acho que sim, a diretoria precisa fazer algo. E está correndo atrás. Estou preocupado com a situação, porque estamos procurando, mas não estamos conseguindo”, contou.
Fernandes clama por reforço e agradece a Deus por garotos da base
Se antes da partida deste domingo Marcelo Fernandes já engrossava o coro por um reforço de peso para a equipe, após a derrota por 3 a 1 para o Grêmio em plena Vila Belmiro, o primeiro revés em casa do time na temporada, o técnico santista deixou claro que o time dificilmente sairá da crise se continuar apostando em tantos atletas jovens juntos.
“Esses meninos estão pulando etapas da vida deles. Tínhamos seis da base, mas ninguém experiente ao lado deles. O campeonato é difícil. Eles são muito bons, mas (o time) precisa de um toque de experiência. Precisamos qualificar o grupo”, exclamou o treinador, pressionado pelo retrospecto de apenas uma vitória nas últimas nove partidas.
“Tem moleque de 17 anos, como o Diogo (na verdade, tem 18), que está treinando muito bem. Ia colocar no jogo hoje (domingo), mas não deu. Ele não aguenta o tranco porque vem de cirurgia pesada. Eles sobem para o profissional com personalidade forte. Cabeça erguida. O Santos tem que agradecer a Deus por eles. Eles estão passando por uma prova de fogo”, avisou.
E não basta apenas contratar qualquer jogador para compor o elenco. Durante sua coletiva de imprensa depois da derrota que recolocou o Santos na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, Marcelo Fernandes explicou do que o time precisa.
“Perfil de maturidade. O outro time vai olhar e reconhecer a experiência. O Santos está muito bem servido, mas o campeonato necessita de jogadores experientes e maduros. Não tem folga, não tem espaço para lamentar. Já conversamos sobre nomes, e a diretoria estava correndo atrás”, explicou.
Jogando a responsabilidade na mão da diretoria e, principalmente, em cima do presidente Modesto Roma Jr, Fernandes, ao mesmo tempo em que cobra um jogador com mais experiência para dividir o protagonismo da equipe com Ricardo Oliveira, já que Robinho deixou o grupo definitivamente, também faz questão de ressaltar o empenho dos atletas que deixaram as categorias de base há pouco tempo.
“Tem que honrar o que esses moleques fizeram. Estão dando conta do recado”, reiterou. “Temos que dar moral para os garotos. Não tem o que reclamar. O campeonato não permite ficar lamentando. Quarta tem jogo e eles têm que estar com a cabeça boa. Tem que dar moral para eles”, afirmou.
Antes otimistas, santistas já admitem preocupação com momento crítico
O Santos conquistou o Campeonato Paulista de forma surpreendente para muitos críticos e até torcedores. A equipe superou todos os problemas internos e ficou com a taça no primeiro semestre. Porém, a equipe sofreu um verdadeiro choque de realidade no Campeonato Brasileiro. Em 11 rodadas, venceu apenas duas vezes e está na zona do rebaixamento com uma sequência negativa de apenas uma vitórias nas últimas nove partidas.
Nestas circunstâncias, os discursos de que em questão de tempo as coisas se encaixariam ou de que o time estava sofrendo com uma falta de sorte passageira, agora, são resumidos em uma palavra: preocupação. “A gente se preocupa, sim. Pela qualidade do time, não pode passar por isso. Foi um jogo atípico. Temos que acordar e voltar a ganhar”, falou o meia Lucas Lima, comentando a derrota para o Grêmio no domingo.
O camisa 20, aliás, evitou condenar a atitude de algumas torcedores, que protestaram de uma forma ainda não vista nesta temporada, após o placar de 3 a 1 para gaúchos, em plena Vila Belmiro. “A fase não está boa. Estão no direito deles. Apoiaram o jogo todo e têm direito de reclamar”, resumiu.
David Braz, que voltou ao time no domingo, foi outro atleta a demostrar abatimento e não conseguiu explicar porque o Peixe não consegue engrenar no Nacional por pontos corridos. “A gente está fazendo de tudo. Pouco tempo de trabalho de um jogo para o outro. Não conseguimos teinar bem. Tivemos que recuperar os jogadores, viagem, tudo. A gente acabou tomando gol no comecinho, a equipe do Grêmio acabou começando melhor que a gente e agora é trabalhar para reverter essa situação”, analisou.
E, com números tão ruins, a pressão sobre o técnico Marcelo Fernandes não poderia deixar de ser forte e intensa. Chamado de burro por alguns torcedores naquela que foi a primeira derrota santista em seu estádio nesta temporada, o comandante alvinegro tentou se defender.
“Nós trabalhamos muito no dia a dia. Estou fazendo de tudo para o Santos melhorar. Trabalhamos muito e a molecada está tentando”, disse. “Preocupação a gente tem. Foi um jogo atípico. O Ricardo (Oliveira) bateu uma (bola) cruzada que poderia ter sido o 2 a 2. O time do Grêmio é muito qualificado, então, tivemos que nos desdobrar bastante”, explicou.
Nesta segunda, o elenco se reapresenta no CT Rei Pelé para um trabalho regenerativo, sem atendimento à imprensa. Sob pressão, o Peixe inicia a semana de olho na partida desta quarta, contra o Goiás, no Serra Dourada.
Sem Geuvânio, que foi expulso contra o Grêmio, Marcelo Fernandes contará com os retornos de Daniel Guedes e Werley, que cumpriram suspensão. A partida é muito importante para ambas as equipes, já que se trata de um confronto direto. Santos e Goiás têm os mesmos 10 pontos, com o Esmeraldino à frente apenas por causa do saldo de gols (-3 contra -4).
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