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02/07/2003 – Santos 1 x 3 Boca Juniors – Copa Libertadores

Santos 1 x 3 Boca Juniors

Data: 02/07/2003, quarta-feira, 21h40.
Competição: Copa Libertadores – Final – Jogo de volta
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo, SP.
Público: 74.395 pagantes
Renda: R$ 1.221.687,00
Árbitro: Jorge Larrionda (URU)
Cartões amarelos: Léo, Fabiano e Fábio Costa (S); Cascini (BJ)
Gols: Tévez (21-1); Alex (30-2), Delgado (39-2) e Schiavi (49-2).

SANTOS
Fábio Costa; Wellington (Nenê), Alex, André Luís e Léo; Paulo Almeida, Renato, Fabiano e Diego; Robinho e Ricardo Oliveira (Douglas).
Técnico: Emerson Leão

BOCA JUNIORS
Abbondanzieri; Ibarra, Schiavi, Burdisso e Rodriguez; Battaglia, Cascini, Cagna (Caneo) e Villareal (Jérez); Delgado e Tévez (Canjelico).
Técnico: Carlos Bianchi



Boca Juniors conquista a Libertadores e vira o maior algoz brasileiro

O Boca Juniors venceu o Santos por 3 a 1, nesta quarta-feira, no Morumbi, em São Paulo, no jogo de volta da decisão da Libertadores, e conquistou seu quinto título continental, o terceiro nos últimos quatro anos.

O resultado frustrou os planos da equipe de Robinho e Diego de voltar a vencer o torneio 40 anos depois do bi conquistado pelo time de Pelé, sobre o próprio Boca, em 1963.

O clube argentino transformou-se ainda no maior carrasco do futebol brasileiro em decisões do principal interclubes da América do Sul.

Três das cinco conquistas boquenses aconteceram contra rivais do Brasil. Em 1977, superou o Cruzeiro, e, em 2000, foi campeão em cima do Palmeiras.

O técnico do Boca, Carlos Bianchi, que faturou sua quarta taça, sendo o treinador de maior sucesso na história da Libertadores, também tem contra os brasileiros seu melhor retrospecto. Curiosamente, conseguiu três dos títulos jogando contra times do Brasil e no estádio do Morumbi.

Em 1994, o atual técnico do Boca conduziu o Vélez Sarsfield a sua única conquista, sobre o São Paulo. Em 2000, já no comando do Boca, viu o time superar os palmeirenses.

Apesar da pressão da torcida santista que lotou o Morumbi (74.395 torcedores), o time argentino superou a pressão do rival nos primeiros minutos e, na única vez que chegou ao gol de Fábio Costa no primeiro tempo, abriu o placar.

O lance aconteceu aos 21min. Após falha em saída de bola de Alex, o Boca Juniors puxou o contra-ataque, e, próximo à área, Tévez tabelou com Bataglia e chutou para fazer 1 a 0.

O Santos, que precisava ganhar por dois gols de diferença para forçar, pelo menos, os pênaltis, criou uma ótima chance para marcar aos 7min, mas Villarreal salvou em cima da linha a cabeçada do zagueiro André Luís.

Após sofrer o gol, o time de Emerson Leão encontrou dificuldades para superar o bloqueio do rival. Os jogadores santistas também abusaram dos cruzamentos na área e facilitaram para a marcação boquense.

O empate do time da Vila Belmiro veio com o zagueiro Alex, que havia falhado no lance do gol argentino. Aos 30min, o defensor santista arriscou de fora da área e acertou o canto direito do gol de Abbondanzieri.

No entanto, aos 39min, no contra-ataque, Delgado, que fez o ótimo jogo pela equipe e vai jogar na próxima temporada no mexicano Cruz Azul, recebeu livre, logo após o meio campo, e tocou na saída de Fábio Costa.

Aos 49min, o goleiro Fábio Costa entrou violento, com os dois pés, em cima de Jérez, que recebeu livre na área, e o juiz Jorge Larrionda marcou pênalti. Schiavi cobrou e definiu o placar: 3 a 1.



Time da Vila usa 23 atletas e se repete apenas uma vez

Suspensão, contusão e tática levam Leão a banalizar noção de titularidade

A participação do Santos na Taça Libertadores de 2003 contradisse um rótulo que o time da Vila Belmiro carrega desde o Campeonato Brasileiro do ano passado: o de não possuir reservas capazes de substituir os titulares e manter o padrão de jogo da equipe.

Suspensões, contusões e opção tática, nessa ordem, fizeram o técnico Emerson Leão utilizar 23 dos 26 atletas inscritos pelo clube na competição continental, tornando o revezamento de jogadores uma constante.

Até mesmo quando não houve motivo de força maior (suspensão ou contusão), Leão mudou a equipe em busca de variações.

“Estamos provando que aqui todos sabem que são titulares e que podem ser aproveitados a qualquer momento”, afirmou o meio-campista Renato.

De fato, apesar de tantas mudanças, o clube chegou invicto à final, ostentando também o melhor ataque do torneio (29 gols).

No meio do percurso, ainda teve de driblar contratempos como a lesão que afastou Ricardo Oliveira por três jogos. Mesmo assim, o atacante se manteve na ponta da artilharia (nove gols).

Em apenas um jogo -contra o 12 de Octubre, no Paraguai, ainda na primeira fase do torneio- o técnico Leão conseguiu repetir a escalação do confronto anterior.

Na decisão de hoje, contra o Boca Juniors, o revezamento continua: com a expulsão de Reginaldo Araújo no jogo de ida, em Buenos Aires, mais uma vez o Santos será diferente. E, sem Elano, terá de procurar outro “polivalente”.

“Temos uma reserva de qualidade que auxilia o treinador. Tenho certeza de que quem se colocar ali [no lugar de Elano] vai se ofertar de maneira muito intensa”, afirmou Leão.

Roda-viva

A lateral direita é a posição na qual o rodízio foi mais frequente. Nada menos que quatro jogadores passaram pelo setor, entre eles Michel (que nem sequer está mais no elenco).

Se teve problemas em algumas posições, em outras Leão fez apostas altas e bancou seus jogadores menos famosos. Como a decisão de manter o goleiro Júlio Sérgio no jogo de volta das quartas-de-final, contra o Cruz Azul, mesmo após o titular, Fábio Costa, ter se recuperado de uma lesão.

Foi também diante da equipe mexicana que o zagueiro Pereira acabou saindo do limbo. Ele substituiu André Luiz, contundido, e não saiu mais do time titular.

Outro reserva, Fabiano, entrou para substituir Ricardo Oliveira e acabou se transformando numa espécie de 12º titular (foi dele um dos gols contra o Independiente Medellín, na semifinal).

O jogador simboliza o estilo mutante do time de Leão: polivalente, já atuou no meio e pode até jogar na lateral hoje.

Dois atacantes questionados pela torcida, William e Douglas, tiveram a chance de sair jogando contra o Cruz Azul, um em cada jogo. Não se firmaram, mas deram sua contribuição.

No Brasileiro, os reservas também fazem sucesso. No sábado passado, enquanto os titulares eram poupados para a final, o “segundo quadro” goleava o Bahia por 4 a 0. A atuação mereceu elogios dos titulares. “Aqui, muitas vezes alguém entra no time e vira destaque”, disse o zagueiro Alex.

Alguns atletas do elenco, entretanto, não participaram do rodízio. São os casos do lateral Léo, do meia Diego e do atacante Robinho, titulares nos 13 jogos realizados pelo Santos na Libertadores. Alex, Paulo Almeida, Renato e Elano, com 12 presenças, vêm logo a seguir. O goleiro Fábio Costa participou de 11 partidas, e o atacante Ricardo Oliveira, de 10.


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