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23/04/2003 – Nacional-URU 4 x 4 Santos – Copa Libertadores

Nacional 4 x 4 Santos

Data: 23/04/2003, quarta-feira, 21h40.
Competição: Copa Libertadores – Oitavas de final – Jogo de ida
Local: Estádio Centenário, em Montevidéu, Uruguai.
Público e renda: N/D
Árbitro: Horácio Elizondo (ARG)
Cartões amarelos: Benoit, Dadomo, Eguren e Juarez (N); André Luis (S).
Gols: Alex (05-1) e Ricardo Oliveira (44-1); Guerrero (12-2), Robinho (20-2), Peralta (26-2), Scotti (36-2), Ricardo Oliveira (39-2, de pênalti) e Benoit (50-2).

NACIONAL
Munúa; Benoit, Lembo, Leites e Dadomo (Peralta); Vanzini, Eguren (Scotti), Morales e O’Neill; Guerrero (Juarez) e Alvez
Técnico: Daniel Carreño

SANTOS
Fábio Costa; Reginaldo Araújo, Alex, André Luís e Léo (Rubens Cardoso); Paulo Almeida, Renato (Alexandre), Elano e Diego; Robinho e Ricardo Oliveira
Técnico: Leão



Gol aos 50min do segundo tempo evita vitória do Santos no Uruguai

Numa partida cheia de gols, o Santos empatou com o Nacional (Uruguai) por 4 a 4 pelas oitavas-de-final da Taça Libertadores. Mesmo jogando no estádio Centenário, em Montevidéu (Uruguai), o atual campeão brasileiro dominou o confronto, mas sucumbiu no final e sofreu um gol aos 50min do segundo tempo.

A partida de volta ocorre no dia 7, na Vila Belmiro,e o Santos se classifica para as quartas-de-final com uma vitória. Novo empate leva a decisão da vaga vai para os pênaltis.

O time brasileiro não precisou de muitos minutos para mostrar que era superior ao adversário: logo aos 5min, numa cobrança de falta, a bola bateu no travessão e no solo duas vezes antes de o zagueiro Alex escorar para abrir o placar.

Fraco tecnicamente, o Nacional não tinha nenhum jogada em seu repertório além das bolas alçadas para a área que a defesa santista conseguiu, invariavelmente, afastar.

Com a vantagem no placar, os espaços foram surgindo e o Santos, nos contragolpes, perdendo chances. Até que, aos 44min, Ricardo Oliveira recebeu na área e bateu no ângulo do goleiro Munúa, ampliando o marcador.

Foi o sétimo gol de Ricardo Oliveira, que, além de assumir a artilharia isolada da competição continental, igualou-se a Pelé em gols marcados em uma única Libertadores.

No segundo tempo, nada mudou. Tranquilo, o Santos levou um gol aos 12min após falha da defesa _a bola sobrou para o desengonçado atacante Alvez, que empurrou para o gol ao mesmo tempo em que Guerrero. O árbitro deu o gol para Guerrero.

Muito pouco para animar o Nacional que, oito minutos depois, manteve sua defesa toda no chão e permitiu a Robinho marcar um dos poucos gols de cabeça em sua carreira.

Com domínio territorial absoluto, o Santos se descuidou na defesa e permitiu que os uruguaios diminuíssem mais uma vez aos 26min, quando Alvez desviou de cabeça para Peralta marcar um belo gol. Depois disso, o Nacional se entusiasmou e conseguiu buscar o empate num chute de Scotti, aos 36min.

Mas o placar era injusto. Dois minutos depois, Diego foi derrubado na área e Ricardo Oliveira cobrou com categoria. A equipe uruguaia partiu toda para o ataque e Fábio Costa fez uma defesa milagrosa nos minutos finais.

A camisa do Nacional, tricampeão da Libertadores, acabou falando mais alto aos 50min (o árbitro deu cinco minutos de acréscimo), quando o camaronês Benoît conseguiu empatar de cabeça. Nem seus torcedores mais fanáticos acreditaram.

Em jogo de oito gols, Santos cede empate

Após 38 anos, santistas voltam ao mata-mata da Libertadores com a vocação ofensiva que fez fama nos anos 60

A volta do Santos ao mata-mata da Libertadores foi eletrizante.

Desde 31 de março de 1965 o time da Vila Belmiro não atuava em uma fase decisiva do principal interclubes do continente. Ontem, diante do Nacional do Uruguai, em Montevidéu, um placar dos tempos de Pelé: 4 a 4.

Com o resultado, o atual campeão brasileiro precisa vencer o campeão uruguaio no jogo de volta para avançar às quartas-de-final -um novo empate levará a decisão para os pênaltis.

O melhor ataque da primeira fase da Libertadores abriu o placar no estádio Centenário logo aos 6min com um gol de um defensor. O zagueiro Alex empurrou de cabeça a bola para o gol após um chute de Ricardo Oliveira que explodiu no travessão -a bola havia quicado em cima da linha.

O Nacional era empurrado por uma torcida fanática, mas insistiu quase todo o jogo em bolas alçadas à área de qualquer lugar do campo. As “torres gêmeas” santistas, André Luís e Alex, tratavam de escorar esses cruzamentos.

Trocando passes com facilidade, o time do técnico Leão criou seguidas oportunidades para ampliar na primeira etapa. O segundo gol, porém, só veio aos 44min. Diego serviu bem Ricardo Oliveira na área. O atacante virou e colocou a bola com estilo no ângulo direito do gol de Munua.

O lateral-esquerdo Léo, um dos santistas caçados em campo, teve que dar lugar a Rubens Cardoso. Robinho, outro jogador que recebeu atenção especial dos uruguaios, até deu alguns de seus dribles famosos, mas não encontrou a liberdade que teve em Cali, contra o América, na fase inicial.
O jogo parecia tranquilo para o Santos, mas o Nacional, na base da vontade, marca maior dos uruguaios, pôs a equipe brasileira em dificuldades na segunda etapa.

O clube de Montevidéu descontou aos 12min em um lance confuso. Alvez trombou com Fábio Costa e, mesmo de costas para o gol, conseguiu puxar a bola. Foi apenas um dos lances esquisitos na área santista -o goleiro Fábio Costa foi mal em várias jogadas, mas também fez seus milagres.

Robinho, coisa rara em sua ainda breve carreira, marcou o terceiro gol santista de cabeça. A vitória mais uma vez parecia estar assegurada, mas Peralta e Scott concluíram com perfeição boas tramas ofensivas e empataram a partida. Mas tinha mais emoção.

Sem mostrar abatimento, os novos Meninos da Vila partiram para o ataque e conseguiram um pênalti. Diego foi derrubado escandalosamente na área. Ricardo Oliveira bateu bem a penalidade e colocou de novo o Santos em vantagem -com oito gols, alcançou Pelé e é agora o maior artilheiro santista em uma Libertadores.

O juiz argentino Horacio Elizondo, porém, queria mais jogo. E muito mais jogo. Ele resolveu dar cinco minutos de acréscimo. E o camaronês Benoit, com a raça uruguaia, marcou de cabeça aos 51min. O estádio Centenário quase veio abaixo, porém o sufoco continuaria mais alguns minutos.

O Nacional teve tempo de atacar de novo, mas, após estar perdendo por dois gols de diferença e reconhecer a superioridade técnica do Santos, comemorou o heróico empate. Na Libertadores, gol em casa e gol fora têm mesmo peso.

Santos diz que foi até mordido no Uruguai

Jogadores do Santos atribuíram à violência do Nacional o empate em 4 a 4 na noite de anteontem, em Montevidéu (Uruguai), pelas oitavas-de-final da Taça Libertadores, e prometeram dar o troco “na bola” na partida de volta.

“Eles dão muita porrada e são desleais. Mas, para garantir aqui nossa classificação, vamos só jogar futebol”, disse o atacante Ricardo Oliveira após a chegada da delegação, na manhã de ontem.

O meia Diego chegou a ter seu dedo mordido. “O zagueiro deles estava me xingando, dizendo que eu tinha tentado cavar um pênalti. Apontei para ele e para o juiz, ele veio até mim, mordeu meu dedo e não queria soltar mais”, disse.

Por duas vezes, o Santos teve vantagem de dois gols no placar (2 a 0 e 3 a 1), mas permitiu a reação do Nacional, que fez o quarto aos 50min do segundo tempo. No dia 7, na Vila Belmiro, os santistas necessitam de uma vitória simples para passar à próxima fase.

“Tecnicamente, eles não têm como enfrentar a gente. Por isso, partiram para a violência. Só que na volta vão encontrar um Santos muito mais aguerrido”, disse Léo, dúvida para o jogo de domingo, com o Fortaleza, pelo Brasileiro, por causa de uma pancada.


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