Santos 1 x 0 Cerro Porteño
Data: 25/05/2011, quarta-feira, 21h50.
Competição: Copa Libertadores – Semifinal – Jogo de ida
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo, SP.
Público: 31.434 pagantes
Renda: R$ 1.286.140,00
Árbitro: Jorge Larrionda (URU)
Auxiliares: Pablo Fandiño e William Casavieja (ambos do URU).
Cartões amarelos: Villareal, Cáceres, Ivan Torres, Nanni (CP); Arouca e Neymar (S).
Gol: Edu Dracena (43-1).
SANTOS
Rafael; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo (Alex Sandro); Adriano, Arouca, Danilo e Elano (Alan Patrick); Neymar e Zé Eduardo (Maikon Leite).
Técnico: Muricy Ramalho
CERRO PORTEÑO (PAR)
Barreto; Piris, Uglesich, Pedro Benítez e César Benítez; Cáceres, Júlio dos Santos, Villareal (Burgos) e Ivan Torres (Nuñes); Fabbro e Bareiro (Nanni).
Técnico: Leonardo Astrada
Santos bate Cerro e fica a um empate da decisão
O Santos está a um empate da quarta final da Copa Libertadores em sua história. Diante do Cerro Porteño, na noite desta quarta-feira, a equipe santista teve dificuldades, mas conseguiu o que mais precisava: vencer por 1 a 0 e garantir vantagem para o jogo de volta. Edu Dracena, em jogada toda construída por Neymar, foi o herói para os pouco mais de 31 mil torcedores que foram ao Pacaembu.
Um desses torcedores, inclusive, muito especial: Robinho, de férias no Milan. Ao lado do presidente Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, ele levou sorte para o Santos. Acompanhou o jogo das tribunas, vibrou como santista que é e foi para casa feliz. Com um empate no Paraguai, a geração de Neymar repete 2003 e também chega à decisão continental. Se marcar um gol em Assunção, a derrota por diferença mínima também classifica o time brasileiro.
Santos e Cerro Porteño se reencontram já na próxima quarta-feira. O palco do jogo que define o finalista ainda não está definido, mas a maior possibilidade é que ocorra no tradicional Defensores del Chaco. O Estádio Ola Azulgrana, mais acanhado, corre por fora. Nesta quinta-feira, Vélez Sarsfield e Peñarol abrem a outra semifinal em território uruguaio.
No Paraguai, onde reencontra o Cerro, o Santos venceu por 2 a 1 na fase de grupos, encaminhando uma classificação que parecia improvável naquele momento. Contra a equipe de Leonardo Astrada, inclusive, os santistas conservam invencibilidade, já que empataram no outro confronto disputado na Vila Belmiro e, claro, venceram nesta quarta. O jogo mais importante será em Assunção.
Com um futebol pragmático e de poucos riscos, o Santos jogou fiel ao retrato de seu treinador. Bem marcado na primeira etapa, o time santista esbarrou em suas dificuldades para articular, mas chegou ao gol por conta de jogada de Neymar e finalização de Edu Dracena, fazendo as vezes de centroavante. No segundo tempo, Rafael praticamente não trabalhou, e manteve o incrível número da defesa santista com Muricy: só cinco gols sofridos em 14 jogos.
Primeiro tempo: capitão garante vantagem em jogo duro
Dificuldades e algo com o qual o Santos não está habituado: criar poucas oportunidades. Essa foi a marca do primeiro tempo contra o Cerro Porteño, no Pacaembu, em que os santistas não sobraram, mas souberam conquistar uma vantagem providencial. Graças a Edu Dracena e, mais uma vez, Neymar, o arquiteto do gol isolado da etapa inicial.
Parte das limitações para chegar ao gol adversário apareceram por conta da escalação, já que Muricy Ramalho, sem tantas opções, optou por três volantes no meio-campo: Arouca, Adriano e Danilo, que foi incumbido de atuar mais à frente para auxiliar Elano na armação. Ainda sem Jonathan e especialmente Paulo Henrique Ganso, o Santos não chegou tantas vezes ao gol do Cerro Porteño, que compactou seus homens de meio e surpreendentemente não teve o centroavante Nanni. De última hora, o treinador argentino Astrada optou por Bareiro.
A rigor, foram quatro as chances de gol do Santos, que chegou pela primeira vez aos 15min. Neymar serviu Léo, que esbarrou na boa intervenção do goleiro Barreto em lance cara a cara. O time da casa só chegaria de novo graças à pontaria afiada de Elano. Em falta de longe, aos 28min, ele soltou a bomba e a bola passou rente ao travessão.
Em um jogo extremamente tenso, o Santos ainda se enervou por conta da atuação infeliz do árbitro uruguaio Jorge Larrionda, marcado pela falha no jogo entre Alemanha e Inglaterra na última Copa do Mundo. Invertendo faltas e sem coibir a violência do time da casa, dificultou o trabalho dos santistas. Outro que atrapalha o Santos nos últimos tempos é Zé Eduardo, com agora 13 partidas de jejum. Aos 34min, Durval recolheu bola na área e passou por elevação para Danilo. Zé se antecipou e acabou batendo por cima.
Quando aparentava conquistar apenas um empate, o Santos conseguiu sua jogada mais inspirada em 45 minutos e o gol que precisava. Elano tramou na entrada da área com Neymar, que disparou pela esquerda, passou por dois marcadores e cruzou na pequena área. Edu Dracena, quase na risca, escorou para dentro mesmo cercado por marcadores. Aos 43min, era o lance que o Pacaembu precisava para soltar o grito de gol.
Na base do abafa, o Cerro ainda fez Rafael dar sua contribuição para a vitória parcial. Julio dos Santos alçou na área, Benítez desviou bem e o goleiro santista pegou com os pés, assegurando a tranquilidade para o segundo tempo.
Segundo tempo: na raça, Santos conserva a vantagem
Santos e Cerro Porteño seguiram em toada similar após o intervalo. Em um jogo competitivo e de poucas oportunidades, os paraguaios é que tentaram assumir as rédeas da partida em busca de um valioso gol como visitante. Os santistas, com cautela, sabiam da importância de preservar o 1 a 0 para o jogo de volta em Assunção.
Só com 15min é que pintou a primeira chance de gol do segundo tempo, mas a maré ruim pareceu pesar contra Zé Eduardo. Com inteligência, o Santos abriu a defesa do Cerro e, da direita, Elano cruzou seco rente ao chão. De carrinho, Zé Love ficou a centímetros de alcançar a bola embaixo do travessão.
Trocando passes em frente a área do Santos, o Cerro era bem controlado pela marcação santista. Tanto que só aos 26min uma finalização do time visitante ameaçou Rafael. Da entrada da área, Julio dos Santos chutou firme, mas por cima. Em seguida, Neymar respondeu de forma similar, com bom arremate de longe.
Nos minutos finais, o Cerro se mexeu para tentar empatar, mas Burgos, Niñez e nem o centroavante Nanni, homem de sete gols na Libertadores, conseguiram marcar. No último lance do jogo, Alan Patrick desperdiçou uma chance inacreditável. Da esquerda, Neymar avançou e centrou para Alan, que perdeu da entrada da pequena área, parado por Barreto. E o Santos confirmou importante vantagem para tentar confirmar sua vaga na decisão.
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