Palmeiras 1 x 1 Santos
Data: 19/05/1998, terça-feira, 21h40.
Competição: Copa do Brasil – Semifinal – Jogo de ida
Local: Estádio do Parque Antarctica, em São Paulo, SP.
Público: 23.398 pagantes
Renda: R$ 233.980,00
Árbitro: Wilson de Souza Mendonça
Cartões vermelhos: Cléber (P) e Narciso (S).
Gols: Élder (17-1) e Oséas (12-2).
PALMEIRAS
Velloso; Neném, Roque Júnior, Cléber e Júnior; Rogério, Zinho (Arílson), Pedrinho e Alex (Oséas); Paulo Nunes e Almir (Agnaldo Liz).
Técnico: Luiz Felipe Scolari
SANTOS
Zetti; Baiano, Sandro, Argel e Dutra; Narciso, Jorginho, Caíco (Marcos Bazílio) e Élder; Müller e Viola.
Técnico: Emerson Leão
Empate premia ‘ousadia’ do Palmeiras
Após perder no primeiro tempo, time volta para a segunda etapa com três atacantes; revanche é no sábado
Palmeiras e Santos empataram em 1 a 1 ontem à noite, no Parque Antarctica, pelas semifinais da Copa do Brasil.
O segundo jogo será no sábado, na Vila Belmiro. O Santos se classifica com empate sem gols, já que o critério de desempate é gol marcado fora. Empate em 1 a 1, a partida será decidida nos pênaltis. Empate em dois ou mais gols, o Palmeiras passa à final.
Após estar perdendo por 1 a 0 no primeiro tempo, o técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, contrariou seus princípios e arriscou ofensivamente no segundo tempo, colocando três atacantes. Ele sacou o meia Alex e colocou Oséas, que empatou o jogo.
Com uma marcação sob pressão no meio-campo e se aproveitando da habilidade do atacante Müller, o Santos esteve melhor no início da partida, marcado pela velocidade das duas equipes.
O Palmeiras, entretanto, tinha mais a posse de bola e teve a primeira chance de gol aos 6min. Almir fez boa jogada e serviu a Alex, que chutou em cima de Zetti.
Logo em seguida, o Santos teve três oportunidades, todas com Viola -duas em chutes de fora da área e outra de cabeça.
A pressão santista se transformou em gol aos 17min.
Sem marcação, Élder conduziu a bola pela intermediária até chutar forte, de longe. A bola desviou no palmeirense Roque Júnior e enganou Velloso antes de entrar.
A partir daí o jogo tornou-se nervoso, principalmente pela atuação do árbitro Wilson de Souza Mendonça, que desagradou aos dois técnicos e às duas torcidas.
No lance mais polêmico do jogo, ele marcou retenção de bola de Zetti, aos 34min. Pela regra, o goleiro não pode ultrapassar seis segundos para reposição de bola, o que de fato ocorreu com Zetti, mas Paulo Nunes ficou atrapalhando o goleiro. A barreira do Santos ficou quase em cima da linha do gol.
Zinho rolou a bola para Rogério, que chutou forte, mas a zaga desviou para escanteio.
Para o segundo tempo, a “ousadia” de Scolari deu resultado rapidamente. Aos 12min, Pedrinho chutou forte de fora da área, Zetti deu rebote, Paulo Nunes cruzou da esquerda e Oséas mandou de cabeça para o gol.
Pouco depois do empate, o time voltou a ter só dois atacantes -Almir saiu para a entrada de Agnaldo.
Aos 16min, Paulo Nunes perdeu a chance de desempatar, ao chutar para fora após receber de Oséas.
Aos 33min, após uma confusão generalizada na grande área santista, o zagueiro palmeirense Cléber e o volante santista Narciso, que já tinham cartão amarelo, foram expulsos.
Precavidos, paulistas fazem 1ª semifinal
Santos e Palmeiras iniciam disputa por vaga na decisão da Copa do Brasil utilizando a cautela como tática
No confronto entre Palmeiras e Santos pela semifinal da Copa do Brasil, hoje, às 21h40, no Parque Antarctica, a cautela no primeiro jogo é apontada pelos dois times como receita para garantir uma vaga na decisão.
Hoje, será o primeiro confronto entre as equipes em 98 já que não se enfrentaram no Paulista nem no Torneio Rio-São Paulo. Disputam a outra semifinal Cruzeiro e Vasco.
Embora tenha a vantagem de decidir a classificação em casa, no próximo sábado, o objetivo do Santos é não permitir que o Palmeiras vença hoje.
“No segundo jogo, você atua em função do resultado do primeiro. Por isso, o primeiro é o mais importante. O empate ou a vitória serão excelentes resultados para nós”, afirmou o goleiro Zetti.
O técnico do Palmeiras, Luiz Felipe Scolari, até se contenta com um empate, desde que seja em 0 a 0. Na Copa do Brasil, gol marcado na casa do adversário serve como critério de desempate.
“O principal é que não tomemos gol em casa. E esse negócio de fazer resultado, garantir um placar em casa, não existe no futebol brasileiro”, afirma o treinador.
Além disso, hoje, pela primeira vez, Viola enfrentará seu ex-clube com a camisa do Santos. O jogador está emprestado pelo Palmeiras até junho do próximo ano.
O atleta, que deixou o Palmeiras por incompatibilidade com Luiz Felipe Scolari, usa a diplomacia ao falar sobre sua dispensa.
“Não estou pensando em me vingar, nem tenho ódio ou rancor. Ele (Scolari) tem o direito de colocar quem quiser. Agora, defendo minha camiseta com unhas e dentes, seja contra quem for.”
Já o técnico palmeirense mostra-se mais preocupado com outro atacante santista. “Não existe esquema especial para o Müller, mas ele é um jogador que desequilibra e requer um cuidado maior”, diz.
Mudanças
O Palmeiras não terá o volante Galeano, suspenso, e o lateral-direito Arce na partida desta noite.
Com tendinite no joelho direito, Arce viajou para o Paraguai na sexta-feira passada, levando seus exames médicos, e foi incorporado à seleção nacional.
Anteontem, viajou para o Japão, onde o Paraguai disputa a Copa Kirin. Os médicos da seleção esperam que ele se recupere até quinta-feira, quando está marcado o jogo contra a República Tcheca.
O Santos não contará com o lateral Ânderson, que cumpre suspensão.
Confronto é o primeiro entre times de SP
O jogo de hoje entre Palmeiras e Santos é o primeiro confronto entre equipes paulistas na história da Copa do Brasil.
Desde a primeira edição do torneio, em 1989, nunca duas equipes paulistas tinham se enfrentado em qualquer das fases da competição.
Anteriormente, representantes do mesmo Estado só haviam se enfrentado em 92, com o jogo entre os gaúchos Grêmio e Inter.
Para o Santos, seja qual for o resultado dos dois confrontos contra o Palmeiras, o desempenho neste ano na Copa do Brasil já é o melhor dentre as três participações do clube na competição.
Em 1996, o Santos foi o 25º colocado, eliminado na primeira fase pelo Atlético-PR, à época dirigido por Émerson Leão.
Em 97, o time terminou em 9º lugar, sendo eliminado nas oitavas-de-final pelo Inter.
Fonte: Estadão
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