Santos 6 x 2 Matonense
Data: 18/03/1998, quarta-feira, 20h30.
Competição: Campeonato Paulista – 2ª fase – 4ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 5.530 pagantes
Renda: R$ 44.020,00
Árbitro: Alfredo dos Santos Loebeling (SP).
Gols: Cristiano (20-1), Jorginho (34-1), Caíco (42-1) e Marcos Assunção (44-1); Müller (14-2), Müller (30-2), Raniélli (42-2) e Eduardo Marques (46-2).
SANTOS
Zetti; Ânderson Lima, Argel, Ronaldão e Dutra; Marcos Assunção, Narciso (Elder), Jorginho (Eduardo Marques) e Caíco (Adiel); Müller e Caio.
Técnico: Emerson Leão
MATONENSE
Júlio César; Deci (Marcelo Veiga), Cláudio, Cristiano e Denys; Júnior, Hélcio (Marquinhos), Ivanildo e Ranielli; Taílson e Pachequinho (Juninho).
Técnico: Geninho
Santos goleia na primeira vitória pelo Paulista
O Santos conquistou ontem sua primeira vitória no Campeonato Paulista ao golear a Matonense por 6 a 2, na Vila Belmiro.
Os destaques foram os atacantes Müller, autor de dois gols, e Caio, que preparou as jogadas para três.
A Matonense saiu na frente. Aos 20min, Denys cobrou falta, a defesa do Santos parou, e o zagueiro Cristiano cabeceou para o gol.
A boa atuação de Müller permitiu a reação. O empate aconteceu aos 35min, com um gol do meia Jorginho. Ele recebeu de Caio, invadiu a área e chutou forte.
No segundo gol, dois minutos depois, Caíco tocou para Müller na direita. Ele driblou o zagueiro, foi à linha de fundo e cruzou para trás. O próprio Caíco completou.
Aos 41min, o Santos ampliou em nova jogada de Müller. Ele tomou a bola do zagueiro e tocou para Caio, que apenas ajeitou para Marcos Assunção.
No segundo tempo, o Santos continuou dominando. Aos 14min, Caio cortou o zagueiro, mas perdeu a bola. Müller aproveitou e completou para o gol.
Müller voltou a marcar aos 32min, após uma tabela entre Jorginho e Adiel.
A Matonense diminuiu aos 40min, em cobrança de falta.
O último gol foi marcado por Eduardo Marques. O meia avançou pela esquerda e chutou no canto direito do goleiro.
O atacante Viola,recém-contratado, não esteve ontem na Vila Belmiro para ser apresentado à torcida, como era a pretensão dos dirigentes do Santos. Ele pode estrear contra a Lusa, no sábado.
Leão exige que equipe retome espírito coletivo
O técnico Leão está pedindo aos jogadores do Santos uma “volta às origens” na partida de hoje à noite, às 20h30, contra a Matonense, no estádio da Vila Belmiro.
Segundo o diagnóstico do treinador, a má fase do time no Campeonato Paulista (um empate e duas derrotas) é motivada pelo abandono da característica mais marcante da equipe no início da temporada: o jogo coletivo.
“Quando conseguimos entender que deveríamos jogar coletivamente, o time prosperou. Foi simples e objetivo. Quando entendemos que havíamos chegado a um patamar e podíamos exceder, aí começamos a errar”, disse.
Nos primeiros 11 jogos da temporada, pelo Rio-São Paulo e Copa do Brasil, o time se manteve invicto (seis empates e cinco vitórias). A má fase começou na estréia no Campeonato Paulista, quando o time perdeu em casa para o São Paulo (3 a 2). Nos dois jogos seguintes, fora, empatou com o São José (1 a 1) e perdeu para o Rio Branco (2 a 1).
“Não temos tantos recursos individuais para decidir uma partida. Então, temos de voltar às nossas origens”, afirmou o treinador.
A situação do Santos na tabela (último colocado no grupo 4, com um ponto) deve levar o time a atuar sob pressão da torcida, que exigirá uma vitória.
“Temos que estar preparados psicologicamente. O torcedor tem o direito de vaiar. Por isso, precisamos ir lá dentro (no campo) e reverter esse quadro. Não podemos ficar com medo”, afirmou o meia Jorginho, capitão do time.
Para o volante Marcos Assunção, a equipe terá de controlar os nervos a fim de evitar um resultado negativo, que poderá provocar a desclassificação.
“A cobrança vai aumentar por parte da torcida. Se entrarmos nervosos, aí é que a coisa vai engrossar”, disse Assunção.
O time escalado por Leão para enfrentar a Matonense é o mesmo que iniciou as três partidas disputadas pelo Santos no Paulista. O atacante Macedo e o meia Arinélson poderão estar ausentes do banco de reservas na partida de hoje. Ambos reclamam de dores na musculatura da perna esquerda, não treinaram ontem e correm o risco de ficar fora.
Sabendo dos problemas do rival, a Matonense pretende explorar a falta de bons resultados do Santos para conquistar pelo menos um ponto.
O time, que no último domingo venceu o São Paulo, quer “segurar” os 15 minutos iniciais do jogo para forçar uma pressão da torcida santista.
“Já vencemos o grande e rico São Paulo. Agora temos a chance de roubar pontos de outro grande”, disse o meia Ranielli. “Temos que aguentar a pressão inicial. Depois disso, se eles não fizerem gols, a pressão dos torcedores volta-se contra eles”, completou.
Santos acerta contratação de Viola
Parmalat, dona do passe do atleta, vai receber R$ 700 mil pelo empréstimo do jogador até junho de 1999
O Santos definiu ontem o empréstimo do atacante Viola, cujo passe pertence a empresa Parmalat (patrocinadora do Palmeiras).
O contrato do jogador com a equipe vai até junho do ano que vem. O empréstimo custará R$ 700 mil ao Santos, pagos em sete parcelas de R$ 100 mil. Se o clube quiser comprar o passe de Viola, terá de pagar mais R$ 5 milhões.
A Federação Paulista de Futebol auxiliará na transação, cedendo R$ 300 mil para a quitação de parte do empréstimo.
A entidade também vai contribuir com o pagamento de metade dos salários do jogador durante o Campeonato Paulista. Encerrada a competição, o encargo passa a ser do Santos e do patrocinador do clube, a Unicór.
O técnico do Santos, Emerson Leão, preferia a contratação de Valdir. Porém o São Paulo não aceitou os R$ 3,2 milhões, em três parcelas, oferecidos pelo clube.
Viola, 29, deverá ser apresentado oficialmente hoje à noite na Vila Belmiro, antes da partida do Santos contra a Matonense, ou amanhã pela manhã, no salão do Conselho Deliberativo.
Viola vai receber R$ 90 mil de salário. A oferta inicial do Santos era de R$ 60 mil, menos que o teto salarial dos jogadores do clube (R$ 80 mil). O técnico Leão recebe R$ 75 mil por mês do Santos.
“Espero ser tratado com muito mais respeito no Santos”, disse Viola, ontem, ainda no centro de treinamento do Palmeiras.
Queda
O atacante Viola projetou-se no futebol nacional em 1988, quando marcou o gol do título paulista para o Corinthians, na final contra o Guarani, em Campinas.
Depois de um período de ostracismo no clube -quando chegou a ser emprestado para o São José-, o atacante voltou a se destacar em 1993, quando foi artilheiro do Paulista, com 20 gols.
A performance garantiu ao jogador uma vaga na Copa do Mundo dos EUA, onde jogou alguns minutos na final contra a Itália.
De volta ao Corinthians, o atacante começou a decair. No último torneio disputado pelo time -o Paulista-95-, Viola marcou apenas cinco gols.
Porém a “fama” alcançada na Copa fez o atacante ser contratado pelo Valencia (Espanha) por U$ 4 milhões. Alegando não estar adaptado ao país, o jogador passou a maior parte da temporada 95/96 na reserva e fez apenas 12 gols.
No Palmeiras, o jogador teve várias contusões e um relacionamento muito difícil com o atual técnico da equipe, Luiz Felipe Scolari, que o colocou na reserva. Viola marcou 29 gols nos 52 jogos que atuou na equipe.
Fonte: Estadão
Comentários