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17/04/1994 – Guarani 1 x 1 Santos – Campeonato Paulista

Guarani 1 x 1 Santos

Data: 17/04/1994, domingo, 16h00.
Competição: Campeonato Paulista – 2º turno – 23ª rodada
Local: Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, SP.
Público: 8.094 pessoas (8.052 pagantes e 42 não pagantes)
Renda: CR$ 35.856.500,00
Árbitro: Dionísio Roberto Domingos (SP)
Auxiliares: Enemias Alves de Oliveira e Wilson Gauss (ambos de SP).
Cartões vermelhos: Maurício Copertino (S) e Luizão (G) aos 35-2.
Gols: Fernando (03-2) e Da Silva (45-2, contra).

GUARANI
Pitarelli; Gustavo (Jura), Ronaldo, Fernando e Valmir; Da Silva, Fábio Augusto, Djalminha e Robert; Tiba (Luizão) e Clóvis.
Técnico: Levir Culpi

SANTOS
Edinho; Índio, Júnior, Maurício Copertino e Silva; Dinho, Gallo, Ranielli (Luciano Nunes) e Paulinho Kobayashi; Macedo e Guga.
Técnico: Serginho Chulapa



Gol no último minuto dá empate ao Santos

Guarani e Santos empataram ontem à tarde no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, por 1 a 1 num jogo tumultuado, que teve duas expulsões.

O gol do Guarani foi marcado por Fernando no início do segundo tempo. Da Silva contra, empatou para o Santos, aos 45min.

O Santos perdeu o zagueiro Júnior com terceiro cartão amarelo para o próximo domingo, contra o Corinthians.

Apesar do 0 a 0, o primeiro tempo foi disputado. O Guarani, por precisar de uma vitória, partiu para o ataque no começo do jogo, se aproveitando das constantes deslocações dos atacantes Tiba, Clóvis e Djalminha.

Já o Santos apertava a marcação com Gallo e Dinho no setor do meio-campo e tentava sair em contra-ataques para aproveitar o oportunismo de seus atacantes, Guga e Macedo.

No segundo tempo, logo aos 3min, o Guarani fez 1 a 0 em uma jogada ensaiada. Djalminha cobrou uma falta para a entrada de Fernando, que completou de cabeça.

Depois do gol, o técnico Serginho soltou um pouco mais seu time. Ele tirou o meia Ranielli e colocou o ponta Luciano.

Aos 30min, o goleiro Pitarelli impediu o empate santista ao sair nos pés do atacante Paulinho Kobayashi. Aos 34min, o centroavante Luizão, que entrou no lugar de Tiba, e o zagueiro Maurício Copertino foram expulsos.

Na saída do jogador, houve uma briga entre o diretor de futebol do Guarani, José Giardini, e Copertino, na frente do banco de reservas do Guarani. A partida ficou paralisada por quase cinco minutos.

Na confusão, até o técnico Serginho Chulapa se envolveu na briga, discutindo com o diretor do Guarani, que teria ofendido o zagueiro do Santos quando ele ia para o vestiário.

Aos 45min do segundo tempo, após a cobrança de um escanteio, o volante Da Silva desviou chute de Guga para seu próprio gol, tirando a chances de defesa do goleiro Pitarelli e empatando o jogo.



Santos quer deter velocidade do Guarani ( Em 17/04/1994 )

O técnico Serginho descartou ontem a possibilidade de escalar três volantes (jogador de meio-campo com características defensivas) para enfrentar o Guarani, hoje em Campinas.

Paulinho Kobayashi deve ser mantido no meio-campo santista, caracterizando a opção ofensiva para a partida.

Apesar disso, Serginho orientou Kobayashi a atuar mais recuado, com preocupações defensivas. O treinador pretende anular a velocidade dos atacantes do Guarani. “Essa é uma de nossas metas”, disse o volante Dinho.

O jogador retorna ao time após cumprir suspensão automática. Ele disse que o reforço defensivo no meio-campo é necessário quando a equipe atua fora de casa.

Ontem, Serginho confirmou a presença do lateral-esquerdo Silva no lugar de Piá, que continua contundido. Nas demais posições o time é o mesmo que venceu a Ponte Preta, na última quarta-feira.

Mesmo com a preocupação defensiva, Serginho disse que a orientação é buscar constantemente o ataque. “Os três homens no meio de campo –Kobayashi, Dinho e Gallo– darão mais segurança para que Ranielli possa se preocupar somente com a armação das jogadas ofensivas.”

Para o treinador, na atual fase do time “só a vitória interessa”.

Um dos jogadores mais motivados do elenco é o atacante Macedo. Artilheiro do Santos com cinco gols, ao lado de Guga, ele diz estar atravessando a melhor fase da sua carreira. “Nem no São Paulo eu me senti tão bem como agora.”

Hostilizado pela torcida –juntamente com Dinho e Gilberto, todos trocados junto ao São Paulo pelo volante Axel– devido às más atuações do time sob o comando do técnico Pepe, Macedo agora virou ídolo.

“Eles até me apelidaram de demolidor da Vila”, afirma.

Sobre as possibilidades do Santos no campeonato, Macedo é o mais otimista dos jogadores do time. “Os líderes vão tropeçar, pode escrever aí, ainda temos chances e se bobear seremos campeões”, diz.

Guga diz se sentir melhor com Serginho

O artilheiro

Afastado do time há quatro jogos, o centroavante Guga retornou na última quarta contra a Ponte Preta. Entrou aos 18min do segundo tempo. Aos 20min, fez um gol e, aos 31min, outro, levando o Santos a alcançar o quarto lugar na tabela. Agora, está empatado com o atacante Macedo na artilharia do time, com cinco gols.

Repórter – A efetivação de Serginho como técnico mudou alguma coisa no seu jeito de jogar?
Guga – Ele mudou o time todo. No meu caso, pelo fato de o Serginho ter sido também um centroavante, ficou mais fácil para discutir saídas que melhorassem o desempenho de todo o ataque.

Repórter – Você chegou a ter atritos com o ex-técnico Pepe, reclamando que ficava isolado no ataque. Isso mudou?
Guga – Mudou. Hoje o Ranielli encosta mais para tabelar. Por outro lado, o Serginho determinou que eu ficasse mais fixo na área adversária, o que foge um pouco das minhas características. Mas, mesmo não voltando para buscar a bola, me sinto mais útil ao time.

Repórter – Você jogou menos de 30 minutos contra a Ponte e marcou dois gols. Hoje, jogando desde o início, é possível dobrar essa marca?
Guga – Não sei se vai dar para marcar quatro gols, mas estou achando que pelo menos um gol eu deixo em Campinas.

Repórter – O Santos hoje é um time confiante. Essa mudança se deve aos métodos de trabalho do técnico Serginho?
Guga – Acho que sim. Apesar de ter descontraído o ambiente, o Serginho é um treinador que exige tudo do time a todo instante. No banco, diferentemente do Pepe, ele grita o tempo todo e isso contagia o time.

Repórter – Os jogadores não se irritam com os gritos e cobranças feitas por Serginho durante as partidas?
Guga – Algumas vezes dá vontade de gritar com ele também, mas a gente se controla e, acima de tudo, sabe que ele tem razão. Do lado de fora, ele tem uma visão muito melhor que a nossa. Além disso, pedir para o Serginho ficar quieto no banco é algo impossível.


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