Atlético-MG 3 x 2 Santos
Data: 25/09/2014, quinta-feira, 20h30.
Competição: Campeonato Brasileiro – 24ª rodada
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte, MG.
Público: 16.772 pagantes
Renda: R$ 306.245,00
Árbitro: Rodrigo D Alonso Ferreira (SC)
Auxiliares: Alessandro A Rocha de Matos (BA) e Ângelo Rudimar Bechi (SC).
Cartões amarelos: Carlos, Pierre e André (A); Alison, Edu Dracena e Neto (S).
Gols: Diego Tardelli (12-1) e Cicinho (23-1, contra); Tardelli (08-2), Thiago Ribeiro (14-2) e Geuvânio (38-2).
ATLÉTICO-MG
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Leandro Donizete, Josué, Dátolo (André) e Guilherme (Pierre); Diego Tardelli e Carlos.
Técnico: Levir Culpi
SANTOS
Aranha; Cicinho, Neto, Edu Dracena e Caju; Alison, Arouca e Lucas Lima; Robinho (Geuvânio), Thiago Ribeiro (Victor Ferraz) e Leandro Damião (Gabriel).
Técnico: Enderson Moreira
Atlético-MG faz dever de casa, vence o Santos e entra no G4 do Brasileirão
Equipe mineira levou susto no fim, mas triunfou em Belo Horizonte e consolidou bom momento na competição
A rodada do Campeonato Brasileiro não poderia ter sido melhor para o Atlético-MG. Os adversários tropeçaram e o Galo fez o dever de casa ao derrotar o Santos por 3 a 2, nesta quinta-feira, no Independência. O triunfo garantiu os mineiros no G4 da competição nacional, superando Fluminense, Corinthians e Grêmio de uma única vez.
Os gols da partida foram marcados por Diego Tardelli, que balançou as redes por duas vezes, e Cicinho, que marcou contra, ao tentar interceptar cruzamento de Marcos Rocha. Thiago Ribeiro e Geuvânio anotaram os tentos santistas. Com o resultado, o Atlético-MG chega aos 40 pontos, mesma pontuação de Corinthians e Grêmio, mas é o quarto colocado, superando os paulistas no número de vitórias e os gaúchos no saldo de gols. O Santos estaciona nos 33.
O jogo
O duelo no Horto começou com as duas equipes buscando o ataque, o que gerou um duelo de muita movimentação. O excesso de passes errados, porém, foi responsável por impedir a continuidade de diversos ataques de atleticanos e santistas. A primeira oportunidade de real perigo foi do Peixe, com Leandro Damião, que livre dentro da área, cabeceou a esquerda do goleiro Victor.
Aparentando certa ansiedade, o Galo teve dificuldades para construir as jogadas habituais, principalmente pelos lados do campo. Percebendo o problema, a torcida alvinegra passou a apoiar o time nas cadeiras do Independência, e o resultado foi quase que imediato. Aos 12, Tardelli tentou um cruzamento pelo lado esquerdo, o atacante Carlos confundiu o goleiro Aranha e bola morreu direto nas redes do Peixe.
Apesar do gol do Galo, o Santos seguiu bastante agressivo, aproveitando bem as falhas de marcação e os espaços dados pelo Atlético-MG. Aos 23, no melhor momento dos visitantes na partida, o Galo chegou pela direita com cruzamento despretensioso de Marcos Rocha para a área, Cicinho tentou cortar e mandou contra o patrimônio, explodindo o Horto em alegria com os mineiros dilatando a vantagem.
O Santos tentou dar a resposta em um lance de cinema de Leandro Damião, que tentou diminuir de bicicleta, mas Victor se esticou todo e operou milagre para evitar o gol. Sem ter o que fazer, o time de Enderson Moreira se lançou todo ao ataque, com o Galo jogando nos contra-ataques, usando a velocidade de Tardelli e Carlos.
Aos 35, a estratégia dos donos da casa quase funcionou com Marcos Rocha dando passe açucarado para Carlos, que livre na área, pegou mal na bola e mandou longe do gol de Aranha. O jovem Carlos teve mais uma chance de marcar antes do intervalo, mas Aranha, bem colocado, fez a defesa quase no meio do gol.
O Peixe voltou animado para a etapa final, e logo aos três minutos, Geuvânio acertou a trave de Victor em tiro cruzado. O cenário no Horto mostrou um Santos mais presente no campo de ataque, com o Galo tentando controlar a partida priorizando a marcação e as jogadas em velocidade.
Protagonistas de suas equipes, Dátolo e Robinho deixaram o campo lesionados, o fez o duelo perder em qualidade técnica, mas não em vontade e dinamismo dos dois lados. Aos oito minutos, a jogada rápida do Atlético-MG funcionou com Guilherme batendo falta no meio de campo com rapidez, encontrando Tardelli livre no meio dos zagueiros santistas, o atacante teve tranquilidade para tocar na saída de Aranha, fazendo 3 a 0, no Horto.
O Santos não se deu por vencido em nenhum momento e aos 14, Tiago Ribeiro subiu mais que a zaga atleticana, e de cabeça, conseguiu em fim diminuir o prejuízo santistas, recolocando o time da Vila Belmiro na partida. O duelo do Galo contra o Peixe transcorreu com ótimas chances para os dois times, em excelente jogo na capital mineira.
Aos 27, o Santos teve uma chance clara de marcar com Geuvânio, que aproveitou boa troca de passes para finalizar contra a meta atleticana, mas Victor operou milagre para evitar o segundo gol dos paulistas. Aos 38, Geuvânio fez jogada individual, tirou Josué da jogada e acertou o canto de Victor, dando emoções até o apito final.
Enderson volta a defender Leandro Damião e nega “cadeira cativa” no Santos
“Qualquer jogador pode ir para o banco, não depende de investimento”, afirmou o técnico após derrota em Minas
Após mais uma derrota fora de casa, desta vez para o Atlético-MG, em Belo Horizonte, por 3 a 2 , Enderson Moreira voltou a ser questionado sobre a opção por manter Leandro Damião entre os titulares. Com apenas três gols no Campeonato Brasileiro, o camisa 9 mais uma vez passou em branco e acabou substituído no segundo tempo. E foi justamente após as entradas dos jovens Geuvânio e Gabriel que o time melhorou, marcou duas vezes e por pouco não chegou ao empate. Porém, para o técnico do Peixe, a equipe já estava bem no jogo mesmo antes das mudanças.
“Qualquer jogador pode ir para o banco de reservas. Eu discordo de você (repórter). O time que criou e poderia ter aberto o placar até os primeiros 30 minutos era a nossa equipe. Após isso, depois de 2 a 0, o Atlético ganhou mais confiança e a nossa equipe se abateu um pouco”, disse Enderson, negando que Damião seja escalado pelo alto investimento feito no jogador no início do ano (foi contratado por R$ 42 milhões junto ao Internacional, maior transferência da história entre clubes brasileiros). “Ninguém aqui está com cadeira cativa no time. Eu estou chegando, faz um mês que estou buscando o máximo, mas qualquer jogador pode ir para o banco, não depende de investimento. Eu penso no melhor para a equipe”, garantiu.
Leandro Damião chegou a ter boas oportunidades de deixar sua marca na derrota desta quinta-feira para o Galo, mas acabou desperdiçando uma grande chance de cabeça e viu Victor evitar o que seria um golaço de meia bicicleta, tudo ainda no primeiro tempo. Os lances serviram para Enderson Moreira defender seu centroavante das críticas.
“Criamos uma quatro boas oportunidades, bola na trave com Damião, uma com o Cicinho que ele poderia aproveitar melhor, outra de cabeça com o Damião também. A gente criou, mas não conseguiu transformar isso em gol e evidente que acaba pesando muito no resultado final”, explicou, evitando concordar com a tese de que seu time tenha melhorado apenas após a entrada de Geuvânio, Gabriel e Victor Ferraz. “Como eu falei, não foi só quando os meninos entraram que nosso time modificou”, concluiu.
Com retorno de Robinho, Santos vê bilheteria cair e faz cortes para pagar ídolo ( Em 25/09/2014)
Mesmo depois de repatriar o atacante e aumentar número de sócios-torcedores, clube tem sofrido com público pequeno na Vila Belmiro. A esperança é fechar com patrocinador máster
Depois de fechar 2013 com mais de R$ 40 milhões em dívidas, o Santos desafiou a matemática para repatriar o ídolo Robinho e agora assiste ao rombo financeiro aumentar. Com a responsabilidade de desembolsar mensalmente R$ 600 mil para quitar o salário do atacante, o clube já começou a atrasar os vencimentos de funcionários e fez cortes até em alimentação de atletas das categorias de base.
Com dois meses de atraso na folha salarial dos jogadores, o Santos só conseguiu fazer o pagamento de alguns funcionários que trabalham em departamentos diversos do clube dez dias depois da data. Conselheiros afirmam que a diretoria tem cortado refeições dos atletas da base para economizar e que, no último sábado, os garotos receberam apenas um “saquinho com um lanchinho”. Semana passada, por meio de nota oficial, o clube desmentiu os conselheiros e negou a prática.
A intenção do presidente Odílio Rodrigues era alavancar as vendas dos ingressos tendo Robinho na Vila Belmiro. O número de sócios-torcedores aumentou, porém, a meta da diretoria ainda não foi atingida. Antes de o atacante desembarcar em Santos, o time tinha uma média de público no Brasileirão de 8.936 torcedores; com ele, surpreendentemente, o número caiu para 7.396.
A renda de bilheteria, consequentemente, sofreu queda de R$ 50.664 do perído pré-Robinho para o e pós-Robinho. Antes da chegada dele, o clube tinha arrecadação líquida média de R$ 90.736,09; com ele, apenas R$ 40.071,89. Na Vila Belmiro, o atacante atuou nos duelos contra Corinthians, a estreia, Atlético-PR, Coritiba e Figueirense.
Já visando melhorar as cifras, o Santos faz promoção e vende ingressos para a partida contra o Goiás, domingo, no Pacaembu, a R$ 5. As entradas para o Tobogã custarão R$ 10, sendo que estudantes e sócios têm direito a meia-entrada. No jogo contra o Vitória, o mesmo foi feito e o clube colocou 14.205 no estádio – segundo melhor público do time no Brasileirão, atrás somente do duelo com o Atlético-MG, que teve 15.600 pagantes.
Mesmo com todos os problemas financeiros do Santos, Robinho já reiterou o desejo de permanecer. O Milan tem contrato com o brasileiro até 2016, e um novo empréstimo não está nos planos. Em 2010, o clube italiano pagou cerca de R$ 33 milhões por ele e ainda espera recuperar o investimento. Especula-se que o Orlando City, dos Estados Unidos, estaria disposto a contratá-lo para a disputa da MLS (Major League Soccer) na próxima temporada.
Se decidir brigar pela continuidade de Robinho, o time da Vila Belmiro terá de montar uma operação semelhante à de Neymar. À época, o clube recusou mais de R$ 100 milhões de Real Madrid e Barcelona e renovou com o craque, mediante um aumento de salário em 50% e da multa rescisória, que saltou de 35 milhões de euros para 45 milhões de euros. Patrocinadores (Banco do Brasil), marketing e plano de carreira ajudaram o Santos a honrar os compromissos com o então camisa 11. A idade avançada de Robinho (ele está com 30 anos), entretanto, atrapalha na busca por investidores.
Outro fator que complica o “fico” de Robinho é o momento político do clube. Com as eleições no fim do ano, a situação tem poucas chances de se manter no poder, uma vez que ao menos três opositores já confirmaram que concorrerão à presidência: Modesto Roma (Santos Sempre Santos), Orlando Rollo (Terceira Via Santista) e Vagner Lombardi (Resgate Santista). Uma aliança entre os grupos não está descartada.
A esperança da atual gestão é que Robinho contribua na exposição do Santos na TV Globo e ajude no acordo com um patrocinador máster, coisa que não acontece desde janeiro do ano passado. Restam apenas pouco mais de dois meses.
Robinho reitera desejo de continuar no Brasil: “Eu nasci para jogar no Santos”
Com contrato com o Milan até 2016, atacante reza para permanecer no Santos após o término do empréstimo
Eterno ídolo da torcida santista , Robinho pode alcançar a marca de 100 gols com a camisa do clube nesta quinta-feira, contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Com 211 gols em sua carreira, 99 pelo time da Vila Belmiro, o camisa 7, em entrevista à Rádio Globo , admitiu que realmente tem um desempenho diferente quando atua pelo time de Vila Belmiro.
“Eu não acho, eu tenho certeza que eu nasci para jogar no Santos. Nos outros clubes eu não fui protagonista, mas fui bem. Eu me preparo bem para jogar em todos os clubes, tanto no Real Madrid quanto no Milan, mas no Santos as coisas sempre ocorreram de uma maneira diferenciada. Isso é coisa de Deus, tem que perguntar para Deus”, disse o atacante, hoje com 30 anos, e que pode acabar saindo do clube em 2015.
O Rei da Pedalada ainda manifestou o desejo de continuar no litoral paulista. “Tomara Deus que eu fique de vez, não precisa nem falar da minha vontade de ficar no clube em que eu cresci, mas a gente tem que respeitar o Milan, que fez um investimento para me comprar, e tenho mais outro ano de contrato”, comentou Robinho, sempre ressaltando sua preferência . “Se eu puder tomar a decisão, é lógico que eu vou querer ficar aqui, mas o Milan fez o investimento e eu tenho que respeitar. Se o Milan quiser me vender para outro clube, é mais complicado, mas vamos rezar para que isso não aconteça”, admitiu.
Robinho se destacou em 2002, com a geração que acabou com um jejum de títulos do Santos justamente em cima do Corinthians. Além disso, o craque se eternizou como o Rei das Pedaladas ao protagonizar o lance histórico em cima de Rogério, no Morumbi, na final do Campeonato Brasileiro. Agora, prestes a marcar seu 100º gol pelo Santos, Robinho brincou com o rival da capital ao narrar como gostaria que fosse o gol emblemático.
“Partiu Neymar, deu dois chapéus, tocou para Pelé, que driblou o time inteiro. Robinho, bem posicionado, só colocou para dentro. Santos 1 a 0 em cima do Corinthians, final da Libertadores, ano que vem”, disse, antes de rir .
Comentários