Santos 1 x 2 São Paulo
Data: 24/03/1999, quarta-feira.
Competição: Campeonato Paulista
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo, SP.
Público: 19.150
Renda: R$ 198.361,00
Árbitro: Sidrack Marinho
Gols: Marcelinho Paraíba (26-1), Gustavo Nery (31-1) e Dodô (06-2).
SANTOS
Zetti; Michel, Argel, Jean e Gustavo Nery; Marcos Assunção, Narciso, Eduardo Marques (Lúcio) e Jorginho; Rodrigo Fabri e Viola (Rodrigão).
Técnico: Emerson Leão
SÃO PAULO
Roger; Jorginho, Nem, Bordon e Fábio Aurélio (Warlei); Alexandre, Carabali, Edmílson e Marcelinho Paraíba; Dodô e França.
Técnico: Paulo César Carpegiani
São Paulo mantém supremacia do Grupo 3
Time vence o clássico contra o Santos e aumenta o número de vitórias de sua chave sobre o Grupo 4 no Paulista
O São Paulo ajudou ontem o Grupo 3 a manter a sua supremacia sobre o Grupo 4 no Paulista ao bater o Santos, no Campeonato Pacaembu, por 2 a 1. Nessa fase do torneio, os times de uma chave enfrentam as equipes da outra.
Até agora, os times do Grupo 3 venceram 14 vezes, contra apenas três triunfos dos rivais do Grupo 4.
Os jogadores do São Paulo achavam essencial a vitória contra o Santos, pois nas próximas fases vai enfrentar adversários de sua chave. Os atletas prevêem partidas mais equilibradas.
O jogo começou com discreto domínio do Santos. A supremacia da equipe do técnico Emerson Leão deveu-se, principalmente, na eficiência do time nos passes: aproveitamento de 87,4% no primeiro tempo, segundo o Datafolha, contra 84,6% do São Paulo.
Além disso, o time foi mais efetivo na marcação: 75 desarmes, contra 63 da equipe rival.
A primeira boa chance santista foi aos 12min, com Rodrigo batendo falta com perigo. Logo depois, aos 24min, o zagueiro Argel driblou um defensor são-paulino e chutou sobre o gol de Roger.
Mesmo com a pouca criatividade na execução das jogadas ofensivas, o São Paulo abriu o placar, aos 27min. Marcelinho cobrou com perfeição uma falta: 1 a 0.
O técnico Paulo César Carpegiani teve que mudar a configuração tática de sua equipe logo depois do gol. O lateral-esquerdo Fábio Aurélio se contundiu e teve que ser substituído. O treinador optou pela escalação de mais um atacante, Warley, deslocando Marcelinho para a esquerda.
A alteração tática não teve influência no empate do Santos, aos 32min. O diferencial foi o meia-atacante Rodrigo, que fez uma boa jogada individual, driblando vários marcadores são-paulinos até a área do rival. A bola acabou sobrando para Gustavo, que finalizou: 1 a 1. No primeiro tempo, Rodrigo teve aproveitamento de 92,3% dos passes, além de executar oito dribles certos.
O Santos aumentou seu domínio depois do empate. Aos 46min, Jorginho tocou para Viola. O atacante se livrou de um marcador e chutou próximo ao gol são-paulino.
Numa rara jogada de linha de fundo, o São Paulo abriu o placar no início do segundo tempo. Aos 7min, o atacante França cruzou para Dodô cabecear: 2 a 1.
Durante a partida, Dodô foi pouco acionado. O atacante recebeu apenas nove bolas. Porém foi eficiente na finalização: três vezes, com uma certa -o gol da vitória.
França foi um dos mais acionados de sua equipe: 30 bolas recebidas, mas com apenas uma finalização -errada.
Com a necessidade de marcar, o Santos “acelerou” a partida, tentando realizar suas jogadas com mais velocidade. Porém a primeira boa chance foi aos 23min, com Rodrigão chutando com perigo. Aos 27min, o atacante cabeceou forte, na pequena área. Roger defendeu.
Aos 34min, após um erro da defesa do São Paulo, Rodrigo avançou e chutou forte. Roger fez outra boa defesa.
São Paulo busca “futuro tranquilo’ (Em 24/03/1999)
Equipe enfrenta o Santos, no Pacaembu, tentando ampliar a vantagem dos times do Grupo 3 no Paulista-99
O São Paulo enfrenta hoje o Santos, às 20h30, no estádio do Pacaembu, “preocupado com o futuro”. Além de consolidar a sua liderança no Grupo 3, a equipe de Paulo César Carpegiani precisa somar pontos para disputar com uma relativa tranquilidade as próximas fases do Paulista-99.
Pelo regulamento da competição, na primeira etapa da segunda fase, os componentes dos dois grupos jogam entre si, em turno único. Na segunda etapa, os times jogam contra agremiações de seu próprio grupo, em dois turnos. Os dois melhores de cada chave passam para as semifinais.
Até o momento, o Grupo 3 -composto por São Paulo, Palmeiras, Lusa, Rio Branco, Inter de Limeira e Matonense- é o que tem melhor desempenho técnico, projetando para as próximas etapas do Campeonato Paulista partidas com mais equilíbrio.
“Nossa chave está bem nivelada. As equipes do interior estão jogando bem, muito fechadas. Fica mais fácil até jogar contra equipes grandes, que dão espaço”, disse o zagueiro Bordon.
No confronto entre as duas chaves, os times do Grupo 3 têm aproveitamento de 64,1% dos pontos disputados, além de uma média de 2,1 gols marcados (38 no total). Foram dez vitórias e cinco empates.
As equipes do Grupo 4 ganharam apenas 25,9% dos pontos disputados, com média 1,3 gol (24 no total). Os times dessa chave conquistaram apenas três vitórias (duas do Corinthians e uma do Santos). No Grupo 3, todos os times conseguiram pelo menos uma vitória.
“É importante somar pontos agora, quando as equipes ainda não estão totalmente entrosadas”, completou Bordon.
Os números do Datafolha também mostram um desempenho superior dos times do Grupo 3.
O São Paulo, por exemplo, tem aproveitamento de passe de 82%. O Santos, do Grupo 4, tem média, no quesito, de 76,6%.
Nas finalizações, o time do treinador Paulo César Carpegiani também leva vantagem: sete certas por partida, contra seis do rival. O São Paulo tem uma média de quatro assistências (passe que resulta em finalização certa) por jogo, contra três do time santista.
O quesito em que o Santos leva grande vantagem em relação ao São Paulo é no número de faltas cometidas: média de 28,3, contra 22 do rival. “Não acho o Santos uma equipe violenta. Fui criado no futebol do Sul”, disse Carpegiani.
O treinador não quis revelar qual a escalação da sua equipe. A dúvida é no meio-campo: as opções são Reinaldo e Carabali. O goleiro Roger e o lateral Fábio Aurélio substituem, respectivamente, Rogério e Serginho, que estão com a seleção.
No Santos, o técnico Emerson Leão continua “revoltado” com a indicação do estádio do Pacaembu como o local do clássico entre Santos e São Paulo. Para o treinador, a decisão da Federação Paulista de Futebol modificou, na prática, o mando do jogo, que, de acordo com a tabela, pertence ao Santos.
“O São Paulo deixou de ser visitante para ser mandante. Não é a mesma coisa”, afirmou Leão.
O meia Caíco, que iria substituir Alessandro, convocado para a seleção, sofreu uma lesão muscular na coxa esquerda e está fora da partida. Para substituir o meia, Leão decidiu escalar Eduardo Marques no meio-campo. Rodrigo, que vinha atuando mais recuado, formará dupla de ataque com Viola. Na zaga, Jean entrará no lugar de Claudiomiro, machucado.
Santos não descarta Vila
O presidente Samir Abdul-Hak disse ontem que, no próximo clássico em que for o mandante (25 de abril, contra o Corinthians), o Santos exercerá a opção de escolher o estádio onde disputará a partida.
Abdul-Hak disse que o acordo foi firmado em reunião anteontem em São Paulo com o presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah. Se decidir enfrentar o Corinthians na Vila Belmiro, o Santos ficará com a renda da partida, mas terá de desistir da cota de R$ 600 mil por jogo paga ao clube pela federação.
A definição do local do clássico de hoje contra o São Paulo gerou uma crise interna na diretoria. O Santos teve de se submeter à decisão da Federação Paulista de levar o jogo para o Pacaembu porque não podia dispensar os R$ 600 mil, segundo Abdul-Hak.
“Abrir mão da cota é impraticável porque no final do mês o presidente é quem vai ser cobrado por não pagar os salários dos jogadores”, afirmou.
O vice-presidente José Paulo Fernandes é contra a realização de clássicos nos quais o Santos é mandante fora da Vila Belmiro e, junto com o técnico Emerson Leão, defendeu uma posição de confronto em relação à federação.
Na polêmica, o ex-jogador Pelé, homem-forte do clube, se alinhou ao presidente. “Acho que houve precipitação do Leão e do José Fernandes. Eles esqueceram que havia sido assinado um documento e havia um acordo. O Samir estava com a razão”, disse ontem no CT do clube.
A opção de atuar na Vila não significará, no entanto, que necessariamente o Santos utilizará seu estádio no clássico contra o Corinthians, informou Abdul-Hak.
Segundo ele, a decisão dependerá das circunstâncias do campeonato no momento e da posição do Santos na tabela.
Caso esteja em boas condições para obter a classificação para o quadrangular final, sem necessidade de atuar na Vila como um dos meios de obter o resultado, o Santos poderá até jogar em outro local e garantir a cota de R$ 600 mil, de acordo com Abdul-Hak.
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