Santos 7 x 2 Araçatuba
Data: 22/03/2000, quarta-feira.
Competição: Campeonato Paulista
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 13.782 pagantes
Renda: R$ 31.675,00
Árbitros: Anselmo da Costa e Luiz Edmar Caldeira.
Gols: Galván (01-1), Dodô (04-1, de pênalti), Galván (10-1), Dodô (13-1, de pênalti), Gilson (43-1), Valdir (44-1) e Núbio (47-1); Valdir (14-2) e Valdir (28-2).
SANTOS
Carlos Germano; Michel, Galván (André Luis), Márcio Santos e Dutra; Baiano, Rincón (Caio), Valdo e Robert (Eduardo Marques); Valdir e Dodô.
Técnico: Carlos Alberto Silva
ARAÇATUBA
Cristiano; Marcão (Robinho), Omar Rios e Renato Carioca; Rodriguez, Peres, Gilson, Evandro e Fábio Vidal (Zé Carlos); Alex Carioca (Pichetti) e Núbio.
Técnico: Paulo Centrone
Santos goleia na Vila, e técnico respira
Time de Carlos Alberto Silva vence o Araçatuba por 7 a 2 e se recupera da derrota para o Corinthians
A fragilidade do adversário permitiu ao Santos massacrar o Araçatuba por 7 a 2, ontem, na Vila Belmiro, e se recuperar da goleada de 5 a 1 sofrida para o Corinthians no último domingo.
O atacante Valdir, que ainda não havia conseguido marcar pelo Santos, fez três. Dodô e o argentino Galván, com dois gols cada, completaram a goleada.
Apesar do placar dilatado, a apresentação do Santos não foi brilhante. Os próprios atletas reconheceram que o Araçatuba, último colocado do Paulista, não foi capaz de oferecer resistência.
“É lógico que é uma equipe mais fraca que as demais, mas conseguimos trazer o torcedor de volta para o nosso lado”, disse o atacante Caio, em referência às vaias que o time sofreu nos últimos jogos na Vila.
Durante toda a partida, o Santos atuou em ritmo de treino. Não teve nenhuma dificuldade para fazer 4 a 1 no primeiro tempo. Aos 13min, já vencia por 3 a 0.
Os três gols iniciais ocorreram em lances de bola parada. No primeiro, Valdo cobrou falta, e Galván, sozinho, nem precisou sair do chão para cabecear.
Dodô fez os outros dois em cobranças de pênalti, aos 4min e aos 13min. No primeiro, o goleiro Cristiano ainda tocou na bola, que entrou no canto esquerdo. No segundo, a torcida gritou o nome de Rincón, mas Dodô bateu novamente e colocou a bola no canto direito.
Embora atuasse com cinco homens no meio-campo, o Araçatuba falhava na marcação e dava muito espaço para as articulações dos jogadores santistas do setor.
Na saída para o ataque, a equipe do interior errava passes, permitia a recuperação da bola pelo Santos e era frequentemente acuada em seu campo de defesa.
O Araçatuba começou a se insinuar ofensivamente somente após os 20min, quando o Santos diminuiu o ritmo. O time ameaçou pela primeira vez o gol santista aos 22min. Aos 29min, um chute do meia Gilson acertou a trave direita de Carlos Germano. O próprio Gilson, em cobrança de falta da entrada da área, fez o primeiro do Araçatuba, aos 44min.
A resposta do Santos veio no minuto seguinte, com Valdir. O atacante recebeu a bola próximo à área adversária, driblou um zagueiro e chutou no canto esquerdo do goleiro Cristiano. Após o gol, correu para o banco de reservas para abraçar o técnico Carlos Alberto Silva, xingado de “burro” pela torcida antes mesmo do começo da partida.
O Araçatuba assustou ao fazer o segundo logo a 1min do segundo tempo, em lance no qual a defesa do Santos ficou parada, e o atacante Núbio subiu sozinho para marcar de cabeça.
Mas a má qualidade do futebol do time do interior voltou a facilitar a tarefa do Santos, que ampliou aos 10min -Galván aproveitou escanteio e fez novamente de cabeça- e aos 15min -Valdir concluiu para o gol vazio ao aproveitar rebote da zaga.
Aos 28min, o volante Rincón pediu para ser substituído, a fim de se poupar. Hoje, ele se apresenta à seleção da Colômbia, que no dia 29 enfrenta o Brasil, pelas eliminatórias da Copa do Mundo.
Caio, que substituiu o colombiano, fez a jogada do sétimo gol, aos 29min. Ele arrancou pela direita, chegou à linha de fundo e cruzou para trás, para Valdir complementar.
Santos divide responsabilidade (Em 22/03/2000)
Após reunião com a diretoria, os jogadores do Santos -que hoje à noite pegam o Araçatuba, na Vila- assumiram parte da responsabilidade pelo fraco desempenho do time no Paulista.
O único que adotou uma postura diferente foi o colombiano Rincón. Desde a goleada por 5 a 1 para o Corinthians, quando foi alvo das moedas atiradas pelos torcedores adversários, ele se recusa a conceder entrevistas.
Na reapresentação, segunda-feira, e após o treino de ontem, o jogador deixou o CT do Santos dizendo que não queria falar.
Os demais atletas passaram a declarar que a responsabilidade não é exclusiva de Carlos Alberto Silva. “Na verdade, ele (o treinador) tem culpa, mas é uma culpa que nós também temos. É dividida. Na hora da vitória, ele também vence. Não somos só nós os ganhadores”, afirmou Valdir.O próprio Carlos Alberto Silva disse que contribuirá para diluir a responsabilidade entre o grupo, apontando publicamente as falhas dos jogadores. “Vou me manifestar e dizer: perdemos por isso, por isso e por isso.”
Na partida de hoje, o objetivo do time praiano é superar a pecha de time de primeiro tempo. Nas três rodadas iniciais do Paulista, quedas bruscas de rendimento na segunda etapa complicaram a equipe e facilitaram a tarefa dos adversários.
Na estréia, contra a Matonense, o time fez 1 a 0, permitiu a virada na etapa final, mas conseguiu empatar aos 44min. Na vitória de 1 a 0 sobre a Ponte Preta, saiu para o intervalo sob aplausos. Terminou o jogo, porém, pressionado pelo adversário e vaiado pela torcida.
No domingo, no clássico contra o Corinthians, sofreu três gols em oito minutos no segundo tempo e foi goleado por 5 a 1. “Temos feito primeiros tempos exuberantes. Espero agora conseguir completar 90 minutos de bom futebol”, disse Carlos Alberto Silva.
Embora tenha sido mantido no cargo pelo presidente do Santos, Marcelo Teixeira, Silva dificilmente resistirá a um resultado negativo em casa diante do último colocado no campeonato.
A vitória, entretanto, não basta. Comissão técnica e jogadores sabem que, além de ganhar, o time necessita de uma exibição convincente “Vamos em busca dos três pontos e de um bom espetáculo”, disse o lateral Baiano.
Os volantes Anderson e Claudiomiro, dois dos mais criticados nas últimas partidas, estão suspensos e não jogam. Com isso, Baiano será deslocado para o meio-campo, onde formará a dupla de volantes com Rincón. Na lateral, entrará Michel.
Santos joga para marcar gol no início
O técnico Carlos Alberto Silva quer ver o Santos sufocando o Araçatuba desde os primeiros minutos. A idéia é mostrar disposição para a torcida -e marcar um gol antes dos 15 minutos-, a fim de evitar as vaias e as hostilidades que têm caracterizado os jogos da equipe no Paulista.
Em entrevista a uma emissora de rádio, o treinador chegou a pedir o apoio dos torcedores, dizendo que o time fará “o possível e o impossível para conseguir um bom resultado”.
Ele lembrou ainda que o campeonato está no começo e as chances de o Santos reagir são grandes.
Quanto à posição da diretoria, que decidiu mantê-lo no cargo apesar da goleada sofrida para o Corinthians, considerou “louvável”. “Vamos tentar corresponder em campo às expectativas deles (diretoria e torcedores).”
3 comentários em “22/03/2000 – Santos 7 x 2 Araçatuba – Campeonato Paulista”
Gostaria de ver o vídeo desse jogo, será que é possível??
Eli, vi o seu comentário hoje, e realmente já tentei procurar o vídeo desse jogo no youtube, mas nunca consegui. Se você conseguiu, por favor, dá uma resposta. Obrigado e um abraço.
Uma partida que faz 18 anos e difícilmente se repetirá novamente. Foi a última vez que Santos e Araçatuba se enfrentaram. E é um jogo que será muito difícil acontecer novamente, já que o Araçatuba está na quarta divisão do Paulista e vem mostrando há anos não ter condições de subir. Saudades desse tempo.