Santos 1 x 0 Audax-SP
Data: 08/05/2016, domingo, 16h00.
Competição: Campeonato Paulista – Final – Jogo de volta
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 16.018
Renda: R$ 934.920,00.
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Auxiliares: Anderson José de Moraes Coelho e Alex Ang Ribeiro (ambos de SP).
Cartões amarelos: Victor Ferraz, Gustavo Henrique, Thiago Maia e Gabriel (S); Velika e Bruno Paulo (A).
Gol: Ricardo Oliveira (44-1).
SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, Gustavo Henrique, David Braz e Zeca; Renato, Thiago Maia, Lucas Lima (Paulinho) e Vitor Bueno (Ronaldo Mendes); Gabriel e Ricardo Oliveira (Joel).
Técnico: Dorival Júnior
OSASCO AUDAX
Sidão; Francis (Rodolfo), Yuri, Bruno Silva (Felipe Rodrigues) e Velicka; Tchê Tchê, Camacho e Juninho (Wellington); Bruno Paulo, Mike e Ytalo.
Técnico: Fernando Diniz
Ricardo Oliveira quebra jejum, Santos segura pressão e leva o Bi Paulista
O Santos é Campeão Paulista pela 22ª vez em sua história. Em uma partida de amplo domínio do Osasco Audax na tarde deste domingo, na Vila Belmiro, o Peixe saiu de campo vencedor graças a gol isolado de Ricardo Oliveira, aos 44 minutos do primeiro tempo. O Camisa 9 não marcava desde 4 de abril, mas, em um rápido contra-ataque, o centroavante deu uma linda caneta em Bruno Silva e só tocou na saída de Sidão.
A vitória coloca o Peixe com o mesmo número de títulos Estaduais que o Palmeiras, apenas cinco taças atrás do Corinthians. É o quinto título Paulista do alvinegro praiano em oito finais seguidas, sendo o sétimo bicampeonato.
Ao Osasco Audax, fica a lição de que a equipe precisa ser mais efetiva com seu estilo de toque de bola que, neste domingo, deu ao time quase 70% de posse de bola em plena Vila Belmiro, mas não foi suficiente para garantir um título histórico da agremiação que tem apenas 11 anos desde sua fundação.
Agora, o Santos deve mais uma vez usar todos seus reservas na quarta-feira, quando a equipe viaja ao Acre para enfrentar o Algavez, na Arena da Floresta, em Rio Branco, às 19h30, pela segundo fase da Copa do Brasil. No sábado, provavelmente com os titulares de volta, o Peixe visita o Atlético-MG, no estádio Independência, em Belo Horizonte, às 18h30, pela estreia no Campeonato Brasileiro.
Enquanto isso, o Audax, que deve ter sua equipe toda desconfigurada, já que só dois jogadores têm contrato com o time de Osasco após o Paulista e tantos outros já se acertaram com grandes equipes do país, se prepara para a disputar a Série D no Nacional, que tem previsão para começar em junho.
O jogo
A Vila Belmiro estava lotada, empolgada e ansiosa para o apito inicial do árbitro. Mas, quem ainda não acreditava que o Audax era capaz de manter o mesmo estilo de jogo independente da circunstância teve sua prova final. A equipe de Fernando Diniz praticamente silenciou a casa alvinegra durante 44 minutos com seu toque de bola envolvente, calmo e com marcação alta.
O primeiro chute a gol do Peixe aconteceu apenas aos 13 minutos, quando Ricardo Oliveira pegou na orelha da bola e sequer levou perigo. Antes, Ytalo, logo no primeiro minuto, e Velika, aos 5, já tinham assustado Vanderlei.
De pé em pé, o Audax esperava o momento certo para concluía gol. Assim, desta forma, Mike e Juninho também causaram calafrios nos santistas com finalizações de fora da área. E para piorar o cenário, Lucas Lima caiu no gramado aos 23 e pediu substituição.
O meia passou toda a semana em tratamento intensivo no CT Rei Pelé por causa de um entorse ligamentar no tornozelo direito, mas não suportou o ritmo da final e Dorival recorreu a Paulinho para dar andamento no jogo.
Mesmo com onze jogadores inteiros novamente, o Santos seguiu sofrendo. O Audax esteve perto de abrir o placar pelo menos mais três vezes, sendo a mais perigosa com Tchê Tchê, que viu seu chute cruzado da esquerda acertar a trave e passar nas costas do goleiro Vanderlei.
Na sequência da jogada, o Santos teve sua melhor chance com Ricardo Oliveira, que recebeu dentro da área e bateu rasteiro. A bola quicou no gramado e Sidão acabou efetuando a defesa com o rosto. O lance, no entanto, parecia isolado diante de tanto domínio do Audax. Mas, os 68% de posse de bola não valem de nada sem que a rede seja balançada.
E como futebol nunca foi um esporte justo, a equipe de Osasco acabou castigada. Aos 44, Vitor Bueno lançou Ricardo Oliveira em um contra-ataque mortal do Peixe. Ricardo Oliveira recebeu no mano a mano, deu uma linda caneta em Bruno Silva e só tocou na saída de Sidão. Um golaço do pastor no último lance na primeira etapa.
Fernando Diniz, precisando de pelo menos um gol, resolveu sacar Francis e colocar Rodolfo, deixando a equipe praticamente com três zagueiros e dois alas. O ritmo do jogo, porém, não se alterou, com o Santos correndo atrás do toque de bola de seu adversário. E aos 5 minutos, Vanderlei salvou o Peixe ao abafar Mike, que recebia sozinho de frente para o goleiro.
Aos 10 minutos, Vanderlei teve de trabalhar de novo para evitar gol de Velika em cobrança de falta. No rebote, Ytalo divide com o camisa 1 e a bola saiu apenas para escanteio. Apesar da vantagem no placar, o Santos seguiu sendo dominado e apostando no contra-ataque, enquanto a equipe de vermelho jogava contra o relógio. A posse de bola já era de 70% para os visitantes e o alvinegro praiano chegava a colocar seus onze jogadores atrás da linha de intermediária defensiva.
Aos 32, quando só o goleiro Sidão não estava com os pés no campo defensivo do Peixe, Tchê Tchê recebeu na esquerda e teve espaço para alçar na área. Bruno Paulo apareceu entre David Braz e Gustavo Henrique e cabeceou no travessão. Mais uma vez, Vila Belmiro aflita.
Mas, aos 37, o Santos acabou lesado pela arbitragem. Joel, que entrou no lugar do cansado Ricardo Oliveira, tabelou com Ronaldo Mendes, outro que foi para o jogo, mas na vaga de Vitor Bueno, e estufou as redes de Sidão. Mas, equivocadamente, o auxiliar assinalou impedimento e anulou o gol.
E quando a arbitragem não atrapalhou, foi o próprio jogador do Peixe que perdeu a chance de definir a vitória. Em um dos poucos contra-ataques que deram certo para os mandantes, Victor Ferraz entrou na área com liberdade e só rolou para Ronaldo Mendes, que sem goleiro isolou por cima do travessão.
Mas, nada podia impedir o quinto título do Peixe nos últimos oito anos, quando a equipe alcançou todas as finais. Após o apito final, a festa deu o tom na Vila Belmiro pelo segundo ano seguido.
Jogadores do Peixe elogiam Audax, mas valorizam inteligência santista
Depois do apito final do árbitro, a festa tomou conta da Vila Belmiro. Tanto nas arquibancadas quanto dentro das quatro linhas, os santistas comemoraram a vitória por 1 a 0 em cima do Audax na tarde deste domingo que deu ao Peixe mais um título do Campeonato Paulista. Os jogadores falaram com muito entusiasmo da conquista e não deixaram de ressaltar a estratégia montada para suportar a pressão exercida pela equipe de Fernando Diniz.
“O Audax pode até ter sido melhor que a gente, mas, a gente foi eficiente na hora de fazer o gol”, comentou David Braz, um dos mais empolgados. “O hino pode responder por mim. É um orgulho que nem todos podem ter. É um time com maior respeito na Terra, time de Pelé. Muita felicidade, muita alegria. Meu terceiro título, ganhei um com o Palmeiras”, completou o defensor.
“O Audax é um time que jogou muito futebol, mas o jeito de jogar contra eles é assim, não pode ser diferente”, explicou Zeca, esperançoso com o Campeonato Brasileiro. “Pode-se esperar tudo. O trabalho está sendo bem feito, fomos corados com o título. Agora é comemorar, agradecer a Deus, me deu oportunidade, me deixou aqui, trouxe o Dorival. O time foi se encaixando. Ano passado perdemos a Copa do Brasil, ficamos muito chateados, e agora pudemos dar essa alegria ao torcedor”, disse o lateral esquerdo.
Vanderlei, que mais uma vez se mostrou muito seguro no gol, foi outro atleta campeão neste domingo que fez questão de falar sobre o adversário. “Muito feliz. Ainda mais contra uma equipe qualificada como o Audax. Uma equipe que fica com a bola. Mas nossa equipe foi incisiva com jogadores de qualidade”.
Renato, que atuou por oito anos no Sevilla, da Espanha, disse que chegou a lembrar de quando enfrentava o Barcelona durante a final frente a equipe de Fernando Diniz. “A gente, no primeiro jogo, já teve essa oportunidade. Eles dão espaço, já vivi isso lá fora, contra o Barcelona. Ganhamos de 3 a 0. Podíamos ter matado o jogo hoje com Ronaldo Mendes, mas, foi com emoção”, analisou o camisa 8, já de olho no futuro do time.
“A gente, como os outros clubes, gosta de ter sequência com o jogador. A gente sabe como é complicado, tem o exemplo do Corinthians, que perdeu vários jogadores para a China. Mas, se sair, a vida continua. Quem sabe não surge novos talentos. Que venha o Brasileiro”.
Outro que externou toda sua alegria aos microfones foi Paulinho. Escolhido por Dorival Júnior para entrar no jogo quando Lucas Lima teve de sair, o atacante lembrou das polêmicas em que se envolveu nos últimos tempos até a conquista do Campeonato Paulista com a camisa do Peixe.
“Uma linda volta por cima. Teve aquele problema com a camisa do Corinthians, vinha sendo alvo de críticas no Flamengo por conta de festas, mas, isso é passado. Eu vim para o Santos não só para dizer que fiz parte desse elenco. Vim para ajudar e a gora é pensar no Brasileiro”, avisou o jogador, que está emprestado al alvinegro apenas até dezembro e ainda pertence ao rubro-negro carioca.
Oliveira revela sacrifício para jogar e Lucas Lima enaltece capitão
O Santos confirmou seu favoritismo na tarde deste domingo e, apesar do Audax ter ditado o ritmo o jogo todo, ficou com o título do Campeonato Paulista pela 22ª vez na história. E o gol da vitória veio dos pés de Ricardo Oliveira, que não marcava desde 4 de abril. Para aumentar ainda mais a idolatria do camisa 9 no alvinegro praiano, após o apito final, ele mesmo revelou que entrou em campo no sacrifício.
“Até antes de começar o jogo aqui eu era dúvida, mas a vontade de ajudar era grande. Só isso, porque a glória pertence a Deus somente. Os méritos são de todos. Somos campeões mais uma vez. Eu não fiz um treino com o time durante a semana e vim direto para o jogo”, contou o centroavante, sem revelar qual era seu problema para jogar.
Com a lesão no tornozelo de Lucas Lima no último domingo, ninguém cogitou em nenhum momento durante a semana que Ricardo oliveira pudesse perder a final. Mas, os próprios jogadores sabiam da situação delicada do artilheiro. “Eu estou muito feliz por ele. Ele merece. Hoje ele jogou com muita dor e deu o título para nós”, reforçou o camisa 20, que ficou em campo por apenas 23 minutos até cair e pedir substituição.
“A última decisão é minha. Aqueci sem dor, mas a gente sabe que não é a mesma coisa e eu tive a consciência de estar saindo para não prejudicar minha equipe”, explicou o jogador em meio a comemoração do título. “Foi no sacrifício, sabemos que não fizemos uma grande partida, principalmente no primeiro tempo, mas vale o sofrimento de todo mundo. Saímos campeões”, vibrou.
E se existia alguma dúvida sobre um possível corte de Lucas Lima da Seleção Brasileira por causa da lesão que o tirou da partida contra o Audax, neste domingo, o meia tranquilizou a todos. “Não preocupa, não. Cheguei a fazer exame hoje de manhã, mas não me preocupa muito. Não deu lesão ligamentar, apenas um edema”, avisou.
Dorival destaca humildade do Santos para aceitar domínio do Audax
O Santos sofreu para conquistar o Campeonato Paulista neste domingo, na Vila Belmiro. Conforme o técnico Dorival Júnior ressaltou após a vitória por 1 a 0 sobre o Grêmio Osasco Audax, a decisão foi dominada pela equipe adversária, vazada pelo centroavante Ricardo Oliveira em um contra-ataque, no final do primeiro tempo.
“Dessas 30 partidas em que estou aqui, foi a primeira vez em que uma equipe nos evolveu na Vila. É difícil marcar o Audax, que tem uma proposta definida há quatro anos e sabe se comportar”, elogiou Dorival, apesar de admitir que “a responsabilidade maior é sempre da equipe grande”.
Outras equipes grandes, no entanto, caíram diante do Audax. O time treinado por Fernando Diniz derrotou o Palmeiras na fase de grupos, goleou o São Paulo nas quartas de final e superou o Corinthians, nos pênaltis, nas semifinais.
“Fomos humildes. Demos um passo atrás para marcar e conseguimos encaixar apenas aquele contra-ataque do gol”, resumiu Dorival. “Sofremos, mas é preciso sofrer para alcançar. Tivemos humildade de jogar dentro de uma característica normal, que é o contra-ataque do Santos”, acrescentou.
Assim como os seus comandados, o técnico santista aplaudiu o adversário após a conquista do título. “O momento é do Audax também. Temos que reconhecer. Tiro o chapéu para o Audax”, afirmou.
Dorival Júnior já iniciou até campanha para que Fernando Diniz leve o seu estilo ousado, com constante troca de passes e alternância de funções entre os jogadores, para um grande clube.
“O Fernando é preparado para vestir a camisa de qualquer time. Ele terá facilidade. Já o indiquei para alguns diretores, que talvez não tenham acreditado em um profissional que está preparado. Quem sabe ele tenha essa oportunidade agora. O seu trabalho já vem dando resultado há algum tempo, com jogadores que não são conhecidos e mantendo uma base. Isso é altamente elogiável. Só o Audax envolveu o Santos aqui dentro”, repetiu Dorival Júnior, humildemente.
Oliveira explica motivo de ter feito sacrifício: “Acho que líder é isso”
Ricardo Oliveira marcou o gol da vitória do Santos sobre o Audax neste domingo e foi decisivo para a conquista de mais um título Paulista do clube. Nas três finais que disputou desde que retornou ao Peixe, o camisa 9 foi às redes em todas. E, dessa vez, o jogador de 36 anos teve de superar muita dor no joelho direito para entrar em campo e ajudar a equipe na Vila Belmiro.
“Foi uma semana difícil para mim depois do primeiro jogo. Eu tive que ficar resguardado na fisioterapia, cuidando do joelho, fazendo um trabalho especial à parte com os fisioterapeutas. Eu não fiz um trabalho com o time durante a semana e vim direto para o jogo. Esse é o futebol. Os companheiros que treinaram na minha posição esperavam atuar. Agradeço a eles pela compreensão, do Dorival também, da comissão técnica. Valeu a apena todo o trabalho”, comentou o centroavante.
O que mais surpreendeu é que em nenhum momento o jogador deu a entender que não teria condições de jogar a decisão do Estadual. Na festa do título, no salão de Mármore dentro do estádio Urbano Caldeira, Oliveira confessou que a omissão foi proposital.
“(a decisão de jogar) foi minha. Claro que em conjunto com o departamento médico, com os fisioterapeutas e com o Dorival. É uma decisão e vale um sacrifício. Eu entendo o peso de responsabilidade que eu tenho por ser um dos líderes desse elenco, por ser capitão”, disse.
“Eu acho que nós temos que contagiar. E eu acredito muito no exemplo. Acho que líder é isso, além de palavras ele tem de dar exemplo lá dentro. Eu vim com muita vontade. Fui no meu limite e, graças a Deus, está ai, mais um título”, completou.
Depois de garantir que não existe qualquer negociação para deixar o Peixe na janela de transferência do meio do ano, Ricardo Oliveira minimizou o fato de já ser considerado um dos maiores ídolos recentes dos torcedores alvinegros.
“Eu já disse que meu maior objetivo aqui nunca foi ser ídolo. Eu vim para o Santos para marcar uma história bonita e acho que essa história está sendo construída, com exemplo, com dedicação. Quase um ano e meio e são três finais e dois títulos. Obrigado. Eu sou grato ao Santos, que me fez sentir mais uma vez o peso dessa camisa, dessa grandeza, dessa história. Valeu a pena por tudo isso”, concluiu o jogador.
Peixe tem quase 90% de aproveitamento com Dorival na Vila
O estádio Urbano Caldeira, o velho alçapão da Vila Belmiro, apesar de sua aparência rústica e até castigada pelo tempo, está longe de ser uma dessas arenas ‘padrão Fifa’ e costumeiramente recebe públicos inferiores a oito mil torcedores. Mas a mística, a proximidade com o gramado e, quem sabe, a alma dos tempos áureos de Pelé ainda pairam sobre o gramado. Nele, o Santos se torna uma equipe quase imbatível, principalmente se estiver sob o comando do técnico Dorival Júnior, como aconteceu neste domingo, com a vitória por 1 a 0 sobre o Audax, que garantiu o título do Campeonato Paulista.
Os números do atual treinador do Peixe no local são impressionantes. Em três passagens pelo clube, Dorival ostenta um aproveitamento de 89% dos pontos disputados na Vila mais famosa do mundo, como dizem os torcedores santistas. São 47 vitórias, seis empates e apenas duas derrotas, com 144 gols a favor e 52 gols contra.
O título do Campeonato Paulista deste domingo, em cima do Audax, apenas prolongou a invencibilidade do Santos em seu temido território. Agora, são 24 vitórias e quatro empates em pouco mais de dez meses. O último revés aconteceu ainda quando a equipe era comandada por Marcelo Fernandes, em 5 de julho do ano passado, quando o Grêmio saiu de campo com os três pontos após vencer por 3 a 1, em duelo válido pelo Campeonato Brasileiro.
Depois disso, Dorival Júnior retornou ao clube e o torcedor nunca mais viu seu time do coração sucumbir a qualquer adversário na Vila. Em Paulistas, esse sabor é ainda mais especial, já que são mais de cinco anos sem derrota na Baixada. O Palmeiras, em 3 de abril de 2011, foi o último a bater o Peixe em sua casa graças a um magro 1 a 0.
Na atual temporada, Dorival Júnior levou o Santos a sete vitórias e três empates em partidas disputadas na Vila Belmiro. O aproveitamento dos pontos disputados chama a atenção, mas está longe do feito de 2015, quando o treinador bateu a marca de 96,5% ao liderar o Peixe em 18 vitórias e apenas um empate. Na passagem de 2010, foram 22 vitórias, dois empates e duas derrotas para se ter a marca de 87% de aproveitamento dos pontos.
Dorival Júnior como técnico do Santos, na Vila:
Geral:
47 vitórias
6 empates
2 derrotas
144 gols a favor
52 gols contra
89% de aproveitamento de pontos
Em 2010:
22 vitórias
2 empates
2 derrotas
75 gols a favor
23 gols contra
87% de aproveitamento de pontos
Em 2015:
18 vitórias
1 empate
49 gols a favor
10 gols contra
96,5% de aproveitamento de pontos
Em 2016:
7 vitórias
3 empates
20 gols a favor
7 gols contra
80% de aproveitamento de pontos
Santos reconhece grande campanha do Audax e aplaude rival no pódio
Apesar da derrota para o Santos, por 1 a 0, que causou a perda do título paulista, o Audax foi valorizado, inclusive, pelos atletas do Peixe. Quando o time de Osasco recebia as premiações pelo segundo lugar, atletas da equipe campeã se aproximaram e aplaudiram os adversários, demonstrando respeito pelo que foi produzido, ao longo da competição, por Fernando Diniz e seus comandados.
O técnico Dorival Júnior fez questão de lembrar que, pela primeira vez, o Santos viu uma equipe que jogou com posse de bola, mesmo atuando na Vila. “Estou há 30 partidas aqui, e foi a primeira vez que fomos envolvidos em casa. Muito difícil de marcar”, afirmou o comandante, que assumiu o Peixe em julho de 2015.
“O Audax é campeão, junto com o Santos. Jogaram muito, fizeram um grande trabalho, com todos os atletas participando da partida”, exaltou o zagueiro David Braz, que teve trabalho para parar o ataque dos osasquenses.
Ricardo Oliveira, autor do gol do título, também fez questão de parabenizar os vice-campeões. “Todo mundo se encantou com o Audax. Temos que aplaudir o time deles”, afirmou o camisa 9, que aproveitou contra-ataque para definir o título santista.
Ao longo do campeonato, a equipe de Fernando Diniz se notabilizou por não temer nenhum adversário. Mesmo enfrentando os grandes, o estilo de jogo não se modificou. Com isso, o Audax foi capaz de vencer o Palmeiras na primeira fase e, posteriormente, eliminar o São Paulo, nas quartas, e o Corinthians, na semifinal do Paulistão.
Com seis santistas, FPF anuncia seleção do Paulista; Diniz é o técnico
A Federação Paulista de Futebol anunciou, nesta segunda-feira, a seleção do Campeonato Paulista, encerrado no último domingo. O campeão Santos dominou a lista, colocando seis nomes entre os eleitos. A sensação Audax também marcou presença, com dois atletas e o técnico do torneio, Fernando Diniz.
Entre os escolhidos do Peixe, quatro atuam mais como defensores: o goleiro Vanderlei, o zagueiro Gustavo Henrique, o lateral esquerdo Zeca e o volante Thiago Maia. Além deles, Lucas Lima e Gabriel, convocados para a Seleção, também entraram no time.
Dois dos principais destaques do Audax, Tchê Tchê e Camacho foram recompensados com a entrada na equipe. Os jogadores devem deixar o clube de Osasco. Tchê Tchê está perto do Palmeiras, enquanto o próprio presidente da equipe, Vampeta, admitiu que Camacho deve ir para o Corinthians.
Completando a seleção, o time do Parque São Jorge teve dois selecionados: Fagner e Felipe. O centroavante Roger, que jogou pelo Red Bull e foi o artilheiro do Paulista, também foi escolhido. Ele já foi negociado com a Ponte Preta, para a disputa da Série A.
Palmeiras e São Paulo foram os grandes que não tiveram representantes na equipe ideal do Campeonato Paulista. O Tricolor caiu nas quartas, ao perder para o Audax, enquanto o Verdão parou na semifinal, caindo nos pênaltis para o Santos.
Confira a seleção do Paulistão:
Vanderlei (Santos); Fagner (Corinthians), Felipe (Corinthians), Gustavo Henrique (Santos) e Zeca (Santos); Thiago Maia (Santos), Camacho (Audax), Tchê Tchê (Audax) e Lucas Lima (Santos); Gabriel (Santos) e Roger (Red Bull). Técnico: Fernando Diniz (Audax).
Sobrando nos Paulistas, Peixe está decidido em buscar título Brasileiro
O torcedor santista se acostumou a ver seu time vitorioso em Campeonatos Paulistas. O domínio é amplo. São sete títulos nos últimos onze anos. No domingo, o sétimo bicampeonato veio em cima do Audax, de novo na Vila Belmiro. Mas, é cada vez mais forte o desejo de jogadores, torcida e diretoria pelo título do Campeonato Brasileiro, que já começa neste fim de semana. Ricardo Oliveira, capitão da equipe, foi incisivo quando questionado se o Peixe terá condições de lutar no topo da tabela nesta temporada.
“Se eu falar para você que não dá para falar que é possível, eu não sou merecedor de vestir essa camisa. Não sou merecedor. A gente está falando do Santos. Agora, é claro, Campeonato Brasileiro é muito difícil, a gente sabe”, disse o centroavante, preocupado em não deixar o alvinegro repetir os erros de 2015, que acabaram frustrante o objetivo santista mais uma vez.
“Precisamos ser fortes dentro de casa e mostrar a mesma força fora. Não se ganha um Brasileiro só vencendo dentro de casa. Você precisa vencer fora também. É um momento, após a comemoração, de refletir e colocar novos desafios. É momento da gente brigar para ganhar esse campeonato”, enfatizou.
Ano passado, o Santos sofreu no primeiro turno logo após também ter conquistado o Estadual. E, apesar da reação na segunda metade, o time terminou a Brasileiro com apenas uma vitória fora de casa, o que acabou sendo crucial para o desprestigiado sétimo lugar na tabela de classificação justamente na edição que o clube quebrou um jejum de cinco anos sem figurar no G4.
“É um campeonato muito difícil. Já tem o Atlético-MG fora, depois tem o Coritiba em casa. A gente tem que fazer diferente dos outros anos. A gente tem que começar melhor para, quando chegar a reta final, termos um tropeço ou outro, mas, continuar lá em cima”, projetou Victor Ferraz.
O Peixe não vence o Campeonato Brasileiro desde 2004 e vem amargando campanhas modestas, com exceção a 2007, quando ficou com o vice. Há oitos anos o time da Baixada não termina o nacional acima do sétimo lugar. E, em 2016, para quebrar essa escrita, a aposta é novamente nas jovens promessas.
Esse ano, com os compromissos da Seleção Brasileira com a Copa América Centenária e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a tendência é que Dorival Júnior não conte com Ricardo Oliveira, Lucas Lima, Gabriel, Thiago Maia e Zeca em muitas rodadas. Além disso, é praticamente inevitável que alguns atletas sejam negociados na janela de transferências de julho.
“Eles estão prontos. Jogaram vários jogos esse campeonato (Paulista) sem a gente. Foram bem, fizeram gols, ajudaram o time a vencer. Nosso elenco é muito forte”, disse Ricardo Oliveira, passando confiança aos coadjuvantes da equipe que terão de assumir a responsabilidade.
“Se não tiver pronto é a hora de estar. É a hora que vai precisar. Estão treinando muito, esperando a oportunidade e a oportunidade vai estar ai. Tem que dar o melhor, chamar a responsabilidade, mostrar personalidade. Mas, os meninos estão preparados”, completou Victor Ferraz, também um dos líderes do elenco.
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