Ponte Preta 3 x 1 Santos
Data: 13/09/2015, domingo, 11h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – 25ª rodada
Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, SP.
Público: 8.273 torcedores
Renda: R$ 208.610,00
Árbitro: Flavio Rodrigues de Souza (SP)
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho e Carlos Augusto Nogueira Junior (ambos de SP).
Cartões amarelos: Josimar, Borges, Fernando Bob, Felipe Azevedo e Renato Chaves (PP); David Braz e Daniel Guedes (S).
Gols: Bady (08-1), Ferron (22-1) e Borges (43-1); Rafael Longuine (47-2).
PONTE PRETA
Marcelo Lomba; Rodinei, Renato Chaves, Ferron e Gilson; Josimar (Elton), Fernando Bob e Bady (Juninho); Felipe Azevedo, Biro Biro e Borges (Alexandro).
Técnico: Doriva
SANTOS
Vanderlei; Daniel Guedes (Neto Berola), David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Lucas Otávio, Renato e Lucas Lima; Marquinhos Gabriel (Rafael Longuine), Gabriel (Leandro), Ricardo Oliveira.
Técnico: Dorival Júnior
Algoz, Ponte massacra no 1º tempo e acaba com série invicta do Peixe
A Ponte Preta assumiu o papel de algoz do Santos nesta temporada. Na manhã deste domingo, a Macaca surpreendeu o Peixe com um primeiro tempo avassalador e fez a alegria de seus torcedores no estádio Moisés Lucarelli com uma vitória por 3 a 1 nesta 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Assim, a Macaca colocou fim à série invicta do time comandado por Dorival Júnior, que já durava 13 partidas, sendo 10 só no Brasileiro. Para deixar o sentimento ruim da derrota ainda pior, os três pontos perdidos pelo alvinegro praiano acabaram com a chance do clube entrar no G4, pelo menos por enquanto. Desde 2010 o Santos não alcança o pelotão de cima e a equipe tinha exatamente este objetivo em Campinas.
Todos os gols da Ponte foram marcados no primeiro tempo. Abusando das jogadas em velocidade, pelas pontas, a equipe ponte-pretana abriu o placar com Bady, depois de rebote dado por Vanderlei. Ferron marcou o segundo, de cabeça, após confusão na área, e Borges fechou o placar, em linda jogada de Felipe Azevedo e Rodinei. Nos acréscimos da segunda etapa, Rafael Longuine descontou.
Neste domingo, a Ponte Preta mostrou que é mesmo a pedra no sapato do Peixe neste ano. A equipe foi a única a vencer o Santos na primeira fase do Campeonato Paulista (3 a 1), arrancou um empate na Vila Belmiro, pelo primeiro turno do Brasileiro (2 a 2) e agora impõe apenas a segunda derrota de Dorival Júnior sob o comando do Peixe.
A vitória faz o técnico Doriva e a torcida ponte-pretana respirarem aliviados. A derrota para o Vasco na rodada anterior deixou o clima pesado, inclusive com protestos violentos na apresentação da equipe. Agora, a Macaca chega aos 31 pontos e foge da zona do rebaixamento, depois de seis jogos sem vencer.
Já o Santos, que vinha embalado, principalmente pela boa vitória em cima do São Paulo na quarta-feira passada, estaciona nos 37 pontos e vê o sonho de chegar ao G4 um pouco mais longe.
O jogo
O primeiro tempo da partida no Majestoso foi melhor do que o mais otimista torcedor da Ponte Preta poderia esperar. O time da casa mostrou atitude e soube controlar o jogo, principalmente em função do trio ofensivo formado por Biro Biro, Felipe Azevedo e Borges. As jogadas pelas pontas deixaram o Peixe perdido.
Logo aos 8 minutos, Vanderlei espalmou de forma esquisita um chute de fora da área. No rebote, o camisa 1 fez uma grande defesa em batida de Borges, porém, em outra sobra, Bady mandou para o fundo do gol.
O Santos, que não costuma de abater quando leva gols, principalmente no primeiro tempo, foi foi cima e tentava, a todo momento, procurar a inspiração de Lucas Lima. E em um bom passe do camisa 20, Ricardo Oliveira recebeu dentro da área e bateu forte, rasteiro. Marcelo Lomba voou na bola e fez grande defesa.
Os torcedores da Macaca, então, respiraram aliviados no lance seguinte. Cobrança de falta na área e Vanderlei acabou sendo atropelado por David Braz, seu companheiro de equipe. Na sequência da jogada, Renato Chaves tocou, de cabeça, para o miolo e Ferron, também de cabeça, só empurrou para o gol. 2 a 0 antes mesmo da primeira ‘parada médica’ do jogo.
O duelo era bom e aberto. O Peixe mais uma vez não abaixou a cabeça e por pouco não diminuiu. Gabriel recebeu bola de Lucas Lima, cortou para dentro e bateu com categoria, tirando do goleiro, mas o travessão evitou o gol santista.
Marcelo Lomba ainda precisou trabalhar em finalização de Ricardo Oliveira, poucos minutos depois. Mas, antes dos times irem para os vestiários, a Ponte Preta chegou ao inesperado terceiro gol.
Em rápido contra-ataque, Felipe Azevedo tabelou com Rodinei e finalizou. A bola explodiu na trave e ficou limpa para Borges, quase em cima da linha, estufar as redes para colocar fim a uma primeira etapa espetacular para o time de Campinas.
Em busca de uma reação quase que milagrosa, Dorival Júnior partiu para o ataque colocando Neto Berola no lugar do lateral Daniel Guedes, que sofreu com os atacantes da Ponte durante todo o primeiro tempo e já havia levado um cartão amarelo.
Em cinco minutos, Berola acabou causando um cartão amarelo para Josimar e sofreu uma falta a um passo da linha da área.
Neste ritmo, o Santos forçava as jogadas rápidas no ataque. Gabriel arriscou de longe aos 7 minutos, mas a bola acabou subido. O time da casa, então, passou a apostar apenas nos contra-ataques.
Aos 9 minutos, jogada ensaiada do Peixe e Zeca colocou a bola na cabeça de Gustavo Henrique, que testou firme, mas Lomba fez mais uma linda defesa.
Com o time aberto e dando muitos espaços, o alvinegro praiano passou a sofrer com os rápidos contra-ataques da Ponte Preta. Aos 15 minutos, Biro Biro teve a chance de marcar o quarto gol, ao ficar cara a cara com Vanderlei. A finalização, porém, foi ruim e o camisa 1 do Peixe defendeu com tranquilidade.
Aos poucos, o Santos foi perdendo sua força. O time sentiu o cansaço da maratona de jogos a que vem sendo submetido e também encontrou muitas dificuldades para jogar no péssimo gramado do estádio Moisés Lucarelli.
Já a Ponte Preta teve duas grandes chances de ampliar sua vitória. Felipe Azevedo e Alexandro pararam em Vanderlei, que evitou uma goleada em Campinas.
Por outro lado, Marcelo Lomba também não fez por menos. O goleiro da Ponte defendeu uma bola espetacular de Gustavo Henrique e segurou a vitória da Macaca. Apenas nos acréscimos, o Santos diminuiu com Rafael Longuine, depois de bonita assistência de Leandro, mas, a reação era tardia, e a vitória ficou com a Ponte.
Dorival evita desculpas e reconhece: “A Ponte foi melhor e mereceu”
Neste domingo, Dorival Júnior perdeu apenas sua segunda partida no comando do Santos. A derrota por 3 a 1, em Campinas, acabou com uma invencibilidade de 13 partidas, somando os três jogos da Copa do Brasil, e evitou que o Peixe entrasse no G4 do Campeonato Brasileiro, pelo menos de forma momentânea. Ao analisar a jogo, o técnico do Peixe fez questão de enaltecer a partida feita pela Macaca, que marcou seus três gols antes do intervalo.
“A Ponte jogou mais que o Santos no primeiro tempo. Construiu o resultado e soube segurar. O jogo se resumiu a isso. Essa é a verdade. O terceiro gol praticamente selou a sorte da partida e complicou bastante uma recuperação. A Ponte foi melhor pelo primeiro tempo e mereceu o resultado”, sentenciou Dorival.
Agora, a sequência santista promete colocar o elenco à prova. Para buscar a reabilitação do Brasileiro, o Peixe encara o vice-líder Atlético-MG na quarta e, em seguida, pega o líder Corinthians. Preocupado em manter o foco da equipe, Dorival não quer muita lamentação por causa da derrota neste domingo de manhã.
“Ela iria acontecer. Temos que ter agora equilíbrio, tranquilidade. Voltar a uma normalidade, sabendo que teremos uma semana muito difícil, complicada. Ainda tem a Copa do Brasil no meio de semana. Assim como não ficamos comemorando muito quando vencemos, não temos muito o que lamentar, não. A partir de hoje, já saindo do vestiário pensando no jogo do Atlético”, determinou Dorival, evitando culpar o desgaste físico de seus atletas pela derrota.
“Se tivesse o resultado a favor, tudo teria ocorrido as mil maravilhas, com uma bela
recuperação…Então, temos que enaltecer. A Ponte foi melhor. A Ponte também teve um desgaste grande, com muitas viagens. Não tivemos uma bela manhã hoje. Não jogamos dentro de uma normalidade”, ressaltou.
Apesar das falhas individuais, Dorival diz que time inteiro decepcionou
Os três gols sofridos pelo Santos em menos de 45 minutos na manhã deste domingo chamaram atenção. Cheio de confiança depois da vitória no clássico contra o São Paulo, o time atuou de maneira irreconhecível contra a Ponte Preta e acabou pagando caro por isso. Além de tudo, algumas falhas individuais pesaram na derrota. Mesmo assim, Dorival Júnior evitou analisar algum atleta individualmente depois do placar sacramentado em 3 a 1.
“Em todas as vitórias, nunca pontuamos em razão deste ou daquele elemento. Jamais faremos isso numa derrota. Todos estiveram abaixo, porém, temos que reconhecer que a Ponte mereceu, foi muito feliz nas situações que apareceram”, explicou o treinador santista, tentando acabar com qualquer tipo de cobrança extra em cima de seus comandados. “Não temos que ficar procurando situações. É enaltecer o adversário”, completou.
As maiores reclamações vieram dos jogadores que compõem o sistema defensivo. Vanderlei foi criticado no lance do primeiro gol e David Braz acabou tirando o goleiro da jogada no segundo da Ponte. Daniel Guedes, que teve de substituir Victor Ferraz em cima da hora, sofreu na marcação pela direita, levou um cartão amarelo e acabou substituído já no intervalo. E Lucas Otávio este longe da efetividade de Thiago Maia, suspenso neste domingo, tanto na hora de defender, quanto nos momentos de aparecer como homem-surpresa no ataque.
Na frente, Lucas Lima teve uma atuação apagada e, depois de servir a Seleção Brasileira em dois amistosos e desfalcar o Santos por três jogos, esteve longe do seu melhor futebol. Dorival Júnior, então, fez questão de amenizar a pressão sobre seu meia armador.
“Vai continuar sendo assim. Jogador importante, sempre vem acrescentando. Hoje, coletivamente não fizemos uma grande partida, incluo todos os jogadores. No primeiro tempo, pecamos em demasia. Mesmo que tivéssemos mudado no segundo tempo, não foi o suficiente para a recuperação”, analisou o treinador.
Para Vanderlei, primeiro tempo ‘apático’ determinou derrota em Campinas
A invencibilidade santista no Campeonato Brasileiro já durava dez partidas. O sonho de chegar ao G4 era real nesta 25ª rodada, mas a Ponte Preta aprontou e derrotou o time de Dorival Júnior neste domingo, em Campinas, por 3 a 1. Após a partida, os jogadores deixaram o campo rapidamente e só Vanderlei falou sobre o tropeço inesperado, principalmente pela forma como aconteceu.
“A gente pagou pelo mau primeiro tempo. Entramos apáticos. A Ponte fez três gols em erros nossos”, comentou o camisa 1.
A Macaca marcou seus três gols no jogo ainda na etapa inicial e Vanderlei tem uma boa dose de razão para reclamar dos erros da equipe santista. No primeiro gol, o goleiro fez duas defesas e mesmo assim, a terceira sobra ainda ficou para o time da casa, quando Bady abriu o placar.
No segundo, Vanderlei foi tirado do lance pelo companheiro de zaga, David Braz, e a bola sobrou para Ferron. Para fechar, Borges mais uma vez mostrou que a Ponte estava melhor posicionada em campo e deixou o seu depois de mais um rebote, desta vez da trave.
“No segundo (tempo), tivemos chances, fizemos um golzinho. Mas estamos em uma crescente”, finalizou Vanderlei, evitando muita lamentação, já que suas defesas também evitaram uma goleada ponte-pretana na etapa final.
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