Sport Recife 1 x 1 Santos
Data: 06/09/2015, domingo, 18h30.
Competição: Campeonato Brasileiro – 23ª rodada
Local: Ilha do Retiro, em Recife, PE.
Público: 6.129 pagantes
Renda: R$ 158.430,00
Árbitro: Emerson de Almeida Ferreira (MG)
Auxiliares: Pablo Almeida da Costa e Celso Luiz da Silva (ambos de MG).
Cartões amarelos: Matheus Ferraz (SR)
Gols: Ricardo Oliveira (20-1) e André (27-1).
SANTOS
Vanderlei; Victor Ferraz, David Braz, Gustavo Henrique e Zeca; Thiago Maia, Renato, Marquinhos Gabriel (Neto Berola) e Rafael Longuine (Serginho); Gabriel (Leandro) e Ricardo Oliveira.
Técnico: Dorival Júnior
SPORT RECIFE
Magrão; Ferrugem, Matheus Ferraz, Durval e Renê; Rithely, Wendel (Régis), Marlone e Diego Souza (Hernane); Maikon Leite (Samuel) e André
Técnico: Eduardo Baptista
Santos segura empate na Ilha e chega a 12 jogos sem perder
O Santos mantém a sua recuperação impressionante no Campeonato Brasileiro. Neste domingo, diante do forte Sport, na Ilha do Retiro, a equipe praiana conseguiu segurar um empate por 1 a 1. Ricardo Oliveira foi quem marcou o gol dos alvinegros, mais uma vez abrindo o placar, enquanto o ex-menino da Vila, André, empatou para os donos da casa.
A ressalva fica por conta do impedimento claro não marcado pela arbitragem no tento santista. No momento em que Gustavo Henrique cabeceia, Ricardo Oliveira está muito à frente da defesa pernambucana. No segundo tempo, o juiz aliviou para Matheus Ferraz, que deu entrada violenta em Marquinhos Gabriel e foi poupado da expulsão, levando o único amarelo da partida.
Com a igualdade, o Peixe chega ao 12º jogo seguido sem derrota, contando todas as competições. No Brasileiro, desde que perdeu para o Palmeiras, na 14ª rodada, são seis vitórias e três empates, 34 pontos, quatro atrás do São Paulo, primeiro time do G4. O Leão, por sua vez, soma o nono jogo sem vencer, mas está apenas um ponto atrás dos paulistas.
Na próxima rodada, os comandados de Dorival Júnior terão pela frente o próprio São Paulo, quarta, às 22h, na Vila, tentando provar sua força em clássicos após duas vitórias convincentes sobre o Corinthians, pela Copa do Brasil. Os rubro-negros, por sua vez, visitam o Goiás no Serra Dourada, na quinta, às 19h30.
O jogo
O primeiro tempo de partida começou morno, apesar do bom gramado da Ilha do Retiro e da presença razoável da torcida da casa. Ciente da força dos pernambucanos, o Peixe se limitou a segurar as investidas do rival pela direita no início, marcando bem Ferrugem e Maikon Leite. Bastou Ricardo Oliveira entrar no jogo, porém, para que os alvinegros mudassem o panorama.
Aos 20 minutos de bola rolando, o centroavante tentou de fora da área e descolou um escanteio. Marquinhos Gabriel cobrou rápido para Rafael Longuine, que levantou a bola na área. Gustavo Henrique ganhou de cabeça e exigiu bela defesa de Danilo Fernandes. No rebote, Ricardo Oliveira, em completo impedimento, ignorado pela arbitragem, estufou a rede. Festa do camisa 9, que nada tem a ver com isso.
Quando parecia que o Santos ia administrar a vantagem, no entanto, o Leão mostrou força em seus domínios. Apenas sete minutos depois de ser vazado, o anfitrião foi para cima e buscou o empate. Marlone recebeu a bola pela direita e deu bom passe para André. David Braz não conseguiu cortar e o centroavante, mesmo abafado por Vanderlei, conseguiu bater no único espaço entre o goleiro e a trave esquerda, igualando tudo.
O Sport continuou buscando mais o gol, mas o erro do Santos se limitou à falha de Braz. Bem postado, o Peixe, acostumado a deixar mais espaços atrás e sair em velocidade, soube conter o ímpeto do adversário, mesmo que isso tenha custado algumas tentativas de contra-ataque.
Na volta para a etapa final, tudo poderia ter mudado com menos de dois minutos. Marquinhos Gabriel entrou costurando a defesa pela esquerda e sofreu entrada violenta de Matheus Ferraz, que deu um carrinho saltando, pegando o tornozelo esquerdo do santista. O árbitro mineiro Emerson de Almeida Ferreira, porém, achou que um amarelo resolveria o lance.
Pouco depois, aos nove minutos, o Peixe quase aproveitou mais uma de suas estocadas e quase fez o segundo. Após o juiz marcar falta duvidosa de Renê, os visitantes fizeram jogada ensaiada. De Marquinhos Gabriel para Ricardo Oliveira, na entrada da área, do centroavante para o lado direito, onde Victor Ferraz cruzou na segunda trave. Longuine, livre, testou firme, mas mandou em cima de Ferrugem, que estava embaixo do gol.
A posse de bola e a pressão, no entanto, continuaram no lado do Sport. Mesmo sem conseguir penetrar a defesa santista, os pernambucanos tiveram o controle das ações. Nas únicas vezes em que mostraram mais paciência para tentar um toque elaborado, as chances apareceram. Foi assim que Régis, após longa troca de passes, deixou André livre. O centroavante, no entanto, pegou mal na bola e perdeu o gol, mandando por cima da meta.
A partir do momento em que o Leão se lançou à frente sem medo de sofrer gols, o Santos conseguiu mais espaço para criar. Novamente com Ricardo Oliveira, aos 36, o tento da vitória quase saiu, mas Danilo Fernandes saiu bem e fez a defesa. Na sobra, Gabriel mandou por cima. Um minuto depois, Gabriel recebeu na área e chutou fraco, desperdiçando a última chance clara do jogo.
Ricardo Oliveira celebra ponto e desconversa sobre impedimento
O artilheiro do Campeonato Brasileiro foi novamente essencial na reação santista na competição. Ricardo Oliveira abriu o placar neste domingo, diante do Sport, e alcançou seu 15º gol na competição, apesar de estar em claro impedimento no lance. O jogador, de 35 anos, agora tem 50% de tentos a mais do que Lucas Pratto, o vice-goleador do torneio, com dez.
“Na minha opinião, fiquei na linha da defesa e não estava impedido, não”, disse o atacante na saída para o intervalo, claramente sem ter a noção exata do seu posicionamento. No momento em que Gustavo Henrique cabeceia, ele está pelo menos dois metros à frente da linha do último defensor. Aproveitando-se da condição, aparece livre no rebote de Danilo Fernandes e coloca a bola para dentro.
Mesmo sem saber que seu gol foi irregular, o camisa 9 reconheceu que o ponto conquistado na Ilha do Retiro pode ser muito importante na caminhada santista. Sem perder no torneio há nove rodadas, conquistando 21 de 30 pontos disputados, o clube está a quatro pontos do G4 e não fala mais sobre qualquer briga contra o rebaixamento.
“Podemos dizer que foi um resultado importante, diante de um grande time”, admitiu o centroavante, que elogiou a segurança demonstrada pela retaguarda alvinegra durante os 90 minutos. “Conseguimos segurar (o empate), gerar algumas situações de gol, mas infelizmente não deu para fazer mais”, observou.
A visão do capitão, no entanto, não foi compartilhada por todos os companheiros. O volante Renato, por exemplo, lamentou as chances desperdiçadas na etapa final, quando o Peixe esteve duas vezes cara a cara com Danilo Fernandes, mas não soube vencer o arqueiro rival.
“Nosso objetivo era vir aqui e conquistar a vitória. Viemos todos com o pensamento de continuar buscando três pontos para que pudéssemos estar mais perto do G4. Mas sabemos que aqui é difícil. Tivemos oportunidades, poderia ter saído o segundo gol”, apontou.
Dorival vê Santos superior e elogia empenho do time
O técnico Dorival Júnior avaliou a partida do Santos como muito boa após o empate por 1 a 1 contra o Sport, neste domingo, na Ilha do Retiro. O resultado, construído com um gol irregular de Ricardo Oliveira e um tento de André, levou o Peixe para 34 pontos conquistados no Campeonato Brasileiro, continuando uma reação do time que somou 21 dos últimos 30 disputados.
“Da maneira como a equipe jogou, estou mais do que satisfeito. Buscamos o resultado a todo momento, trabalhamos a bola. Com certeza tivemos a maior parte do tempo com ela”, analisou o comandante, exagerando na avaliação. Mesmo controlando as ações ofensivas do adversário, o Peixe se defendeu na maior parte do tempo, principalmente após o empate dos pernambucanos, aos 27 minutos da etapa inicial.
Para o treinador, a equipe poderia até ter saído com um resultado melhor caso aproveitasse melhor as suas chances. “De modo geral o Santos fez uma grande partida, talvez merecesse melhor sorte. Ainda acho que esse ponto vai ser muito importante na nossa sequência”, comentou.
Dorival procurou deixar claro que o Peixe agora tem de fazer valer o seu mando de campo contra o São Paulo, na quarta-feira, na Vila Belmiro, para continuar na reação e impulsionar ainda mais o ponto conquistado na casa dos rivais pernambucanos.
“É um perde, ganha constante. Cada rodada em que você alcance um ponto no mínimo ele já tem uma importância muito grande. Se continuarmos assim, vai ser bom para a nossa sequência”, encerrou.
Santos reclama de sequência, mas terá outro mês de maratona
Tanto os jogadores do Santos quanto o técnico Dorival Júnior foram unânimes em reclamar da sequência de jogos que o clube encarou no último mês, misturando Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. O discurso, que pareceu ensaiado até mesmo antes da bola rolar no empate por 1 a 1 contra o Sport, no domingo, na Ilha do Retiro, dominou os comentários feitos pelos alvinegros.
Desde a vitória por 3 a 0 sobre o Coritiba, no dia 8 de agosto, o Peixe somou outros oito jogos até a igualdade em Pernambuco. No total, foram nove partidas disputadas em um espaço de menos de um mês, em uma média de um embate a cada três dias.
“É desumano”, sentenciou o treinador, realçando o esforço feito pelos jogadores ao levar para casa um ponto na bagagem. “Nós temos todos esses jogos seguidos, aí temos de vir para cá, encarar uma viagem de três horas de avião, que somando tudo, entre ida ao aeroporto e chegada ao hotel, dá quase cinco horas. Isso depois de jogar na quinta, com um dia a menos de descanso do que o Sport”, avaliou.
Caso queria se manter firme na briga por uma vaga no G4, porém, o Peixe terá de encarar outra maratona. Da partida de quarta-feira, contra o São Paulo, pelo Brasileiro, até o dia 4 de outubro, quando recebe o Fluminense, na Vila Belmiro, serão oito jogos no espaço de 25 dias, mantendo a média encarada recentemente.
Além de difíceis empreitadas pelo Brasileiro, o alvinegro terá neste meio os dois duelos contra o Figueirense, pela Copa do Brasil, competição que ganhou força devido às vitórias empolgantes nos embates diante do arquirrival Corinthians, pelas oitavas de final. “Vamos ter de redobrar a atenção com o físico para não perder ninguém e chegar inteiro nos jogos mais importantes”, analisou o centroavante Ricardo Oliveira.
“É praticamente impossível, se não der um jeito no nosso calendário, não vai dar”, esbravejou o lateral direito Victor Ferraz, com medo de que a interminável sequência acabe lesionando algum companheiro. “O pessoal reclama que a gente jogou pior contra o Sport do que nos outros jogos, mas não tem como. No fim, cinco jogadores nossos estavam com cãibra porque está todo mundo muito desgastado”, encerrou.
Dorival já prevê jogos ruins e detona: “Dirigente não entra em campo”
Depois do empate em 1 a 1 com o Sport, em Recife, o Santos já pensa no clássico contra o São Paulo, que será disputado nesta quarta-feira, na Vila Belmiro. E Dorival Júnior não esconde sua preocupação com a queda de rendimento da equipe evidenciada contra os pernambucanos, além de protestar pela vantagem tricolor para o duelo da 24ª rodada do Campeonato Brasileiro.
“O São Paulo jogou sábado, e nós jogamos domingo no último horário. As cobranças são as mesmas de sempre. Tem que fazer o resultado sempre. Só mostro o que pode vir a acontecer. Está na hora de mudar, porque dirigente não entra em campo”, esbravejou o treinador santista, que em seguida terá de preparar o time para enfrentar a Ponte Preta, em Campinas, às 11 horas do domingo.
“Não são ouvidos quem faz parte do espetáculo. Só são cobrados. Nós jogaremos na quarta. Pegamos a Ponte domingo de manhã. Tanto para nós, quanto para a Ponte será desgastante. Será sol a pino. Jogo lento, com cansaço”, projetou.
O técnico do Peixe quer que o torcedor entenda o momento e os motivos da equipe não conseguir manter o mesmo nível de alguns jogos atrás. Diante disso, Dorival também começa a preparar terreno para iniciar um rodízio na escalação dos jogadores em função do desgaste de alguns e de lesões de outros. Aliás, a alternância dos nomes em campo, hoje tão usual, fez Dorival comparar a diferença na cobrança dada pela imprensa nestes casos.
“Típica situação para que o brasileiro tenha que amadurecer. Quando fizeram, era ‘professor pardal’. De repente, a aceitação muda um pouco, porque o Osorio, que faz um belo trabalho, e o Aguirre vieram com outro perfil. Já usavam isso em seus clubes de origem”, lembrou, citando os exemplos do técnico colombiano do Tricolor Paulista e o ex-treinador uruguaio do Internacional de Porto Alegre.
“O brasileiro tem que mudar. Se poupar e os resultados não acontecerem, a cobrança bate no treinador. Foi assim com o Aguirre. Preferíamos que tivéssemos seis jogos no mês. Seria ótimo. Esses garotos aqui são heróis”, cravou.
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