Ponte Preta 2 x 2 Santos
Data: 03/09/1978
Competição: Campeonato Paulista – 1º turno – 4ª rodada
Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, SP.
Público: 33.155 pessoas (30.502 pagantes e 2.653 menores)
Renda: Cr$ 868.480,00
Árbitro: Almir Peixoto Ricci Laguna.
Gols: Dicá (30-1), João Paulo (da Ponte, 14-2), João Paulo (do Santos, 38-2) e Juary (40-2).
PONTE PRETA
Carlos; Toninho, Oscar, Polozzi e Odirlei; Vanderlei e Marco Aurélio; Lucio, Dicá, Dario e João Paulo (Afrânio).
Técnico: Osvaldo Brandão
SANTOS
Vitor; Nelsinho Baptista, Joãozinho, Neto e Fernando; Clodoaldo, Pita e Nélson Borges (Claudinho); Nilton Batata, Juary e João Paulo.
Técnico: Chico Formiga
Ponte cede o empate ao Santos em campinas após abrir 2 a 0
O estádio Moisés Lucarelli recebeu grande público à tarde para o primeiro jogo da Macaca em casa, mas a torcida saiu frustrada pois não contava com a reação dos meninos do Santos. A Ponte abriu 2 a 0 e por pouco não saiu derrotada.
Muitos esperavam um grande jogo já que Santos e Ponte iniciaram muito bem o Campeonato Paulista. Mas o Santos, que vêm usando a velocidade como sua principal arma, apresentou-se com um jogo defensivo e cauteloso, embora no primeiro minuto da partida Nilton Batata tenha surpreendido o goleiro Carlos e perdido grande chance de inaugurar o placar.
A Ponte, entretanto, organizou-se melhor taticamente e começou a exigir bastante do Santos, que recuou seu time para tentar surpreendê-la nos contra-ataques.
A Macaca mostrava boa coordenação entre sua defesa e ataque, mas encontrava dificuldades em vencer a defesa santista, que contava com boa cobertura de seus meio-campistas à entrada da área, onde Clodoaldo, Pita e Nélson Borges eram ajudados ainda pelos recuos de Nilton Batata, o que tirava sua força ofensiva.
Para vencer o bloqueio defensivo do Santos a ponte começou a explorar as jogadas pelas pontas, uma velha tática do técnico Osvaldo Brandão. Foi aí que o lateral Nélson enfrentou problemas para marcar João Paulo, usando até de violência.
Enquanto a ponte explorava seus ponteiros, o Santos mantinha seu esquema defensivo, deixando o centroavante Juary isolado, já que Nilton Batata e João Paulo recebiam poucos lançamentos e não encostavam para ajudar o atacante a enfrentar a boa defesa pontepretana.
A Ponte abriu o placar aos 30 minutos com Dicá, que aproveitou um rebote de Vitor e bateu de pé direito, contando ainda de um desvio em Joãozinho para deslocar o goleiro santista: 1 a 0.
No final do 1º tempo o Santos teve chance para empatar. João Paulo cobrou uma falta para Nilton Batata que dominou e chutou forte, mas Carlos, bem posicionado, fez grande defesa.
Para o 2º tempo todos esperavam que o Santos voltasse disposto a lutar pelo empate, mas o seu esquema de jogo não sofreu alteração, os santistas voltaram fechados aguardando a oportunidade de contra-atacar.
Tanto os santistas chamaram a Ponte para o seu campo que esta aceitou, e foi mostrando um futebol aberto e ofensivo que chegaram ao segundo gol. O pontepretano João Paulo recebeu de Marco Aurélio e à saída de Vitor chutou forte de pé direito: 2 a 0.
Pelo futebol que vinham apresentando os pontepretanos não esperavam ser surpreendidos pela reação santista. Aos 37 minutos, o santista João Paulo diminuiu a vantagem da equipe de Campinas, e aos 40 minutos ao artilheiro Juary empatou a partida.
O Santos melhorou seu desempenho de tal forma que aos 45 minutos teve oportunidade de desempatar a partida, quando Ordilei impediu a entrada da bola num chute de Nilton Batata com o goleiro Carlos já batido.
Brandão
O empate contudo não deixou o técnico Brandão aborrecido, embora no vestiário da Ponte ninguém mostrasse felicidade com o resultado.
“ – Esse empate foi conseqüência do entusiasmo, estávamos ganhando por 2 a 0 e o time foi à frente, tentar o terceiro gol. O Santos soube como aproveitar e tirou partido do nosso descuido. Eles vinham jogando em contra-ataques e, em dois deles, pegaram minha defesa desprevenida.”
O técnico da Ponte Preta aproveitou o resultado da partida – mais precisamente a virada do Santos – para usar o ensinamento aos seus jogadores:
– É bom até que resultados como esse aconteçam agora. Há tempo de a gente se recuperar e de a equipe aprender que dentro de uma partida tudo pode acontecer, especialmente quando nos deixamos entusiasmar muito cedo.”
Formiga
Nos vestiários do Santos, todos estavam satisfeitos, mais ainda com o espírito de luta do time, que não se abateu com o resultado adverso do primeiro tempo e grande parte do segundo. O técnico Formiga não poupava elogios aos seus jogadores:
“ – O empate só aconteceu porque meus jogadores tiveram muita vontade e jamais deixaram de acreditar nas suas possibilidades, que poderiam até acabar em vitória. Nem mesmo perdendo por 2 a 0 o time deixou de lutar.”
“- O Santos de hoje – acrescentou Clodoaldo – é uma equipe jovem e de muita voluntariedade. Não renuncia facilmente à luta nem mesmo diante de uma derrota.”
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