Corinthians 4 x 2 Santos
Data: 23/07/1995, domingo, 11h00.
Competição: Campeonato Paulista
Local: Estádio Major Levy Sobrinho, em Limeira, SP.
Público: 19.387
Renda: R$ 198.860,00
Árbitro: José Mocellin
Cartões amarelos: Marques e Zé Elias (C); Marcelo Passos, Jamelli e Carlinhos (S).
Cartão vermelho: Gallo (S).
Gols: Marques (25-1) e Marcelinho Carioca (30-1); Giovanni (07-2), Marques (27-2), Tupãzinho (31-2) e Marcelo Passos (36-2).
CORINTHIANS
Ronaldo (Ricardo Pinto); Marcelinho Souza, Célio Silva (Cristiano), Henrique e Silvinho; Ezequiel, Zé Elias (Tupã), Marcelinho Carioca e Marques; Elivélton e Viola (Tupãzinho).
Técnico: Eduardo Amorim
SANTOS
Edinho; Ronaldo (Silva), Maurício Copertino, Cerezo e Marcos Paulo; Gallo, Carlinhos, Giovanni e Jamelli; Macedo (Camanducaia) e Marcelo Passos.
Técnico: Joãozinho Rosa
Corinthians vence Santos e busca 2º título neste ano
O Corinthians derrotou o Santos por 4 a 2 ontem em Limeira e se classificou para a decisão do Campeonato Paulista contra o Palmeiras.
É a segunda vez, em pouco mais de um mês, que o Corinthians chega a uma decisão. No dia 21 de junho, ganhou a Copa do Brasil ao bater o Grêmio por 1 a 0, em Porto Alegre.
O time corintiano, que só precisava do empate para chegar à final do Paulista, dominou o clássico de ontem desde o início. Segundo o Datafolha, o Corinthians finalizou 20 vezes e o Santos, 11.
A equipe do técnico Eduardo Amorim procurou jogar sempre pelas pontas, principalmente por meio de lances individuais de Marcelinho (pela esquerda) e Elivélton (pela esquerda).
O Corinthians rondou a área santista sempre com perigo até que, aos 23min, Marques recebeu passe de Marcelinho Souza, entrou na área e marcou o primeiro gol.
Sete minutos depois, Marcelinho ampliou numa cobrança de falta de longe, pela meia esquerda. A bola quicou no gramado e enganou Edinho, que foi mal no lance.
Dali até o final do primeiro tempo, só deu Corinthians. Pelo Santos, Giovanni atuava mal e a bola quase não chegava ao ataque.
Os jogadores santistas, além disso, estavam dispersivos. Em toda a partida, o Santos perdeu 55 bolas, e o Corinthians, 37.
O jogo se modificou um pouco no início do segundo tempo, quando o Santos apertou a marcação e partiu para diminuir a diferença.
Aos 7min, Giovanni recebeu de Jamelli na área e marcou.
Aos poucos, porém, o Corinthians voltou a dominar, agora em contra-ataques.
Essa situação se intensificou a partir dos 25min, quando o santista Gallo, que já tinha cartão, derrubou Marcelinho e foi expulso.
Pouco depois, num contra-ataque pela esquerda, Marcelinho cruzou e Marques fez mais um.
O Corinthians fez o quarto aos 30min. Marcelinho recebeu um tiro de meta mal cobrado por Edinho e chutou por cobertura, mas a bola bateu no travessão.No rebote, Marques cruzou e Tupãzinho marcou de cabeça.
Marcelo Passos ainda conseguiu descontar para o Santos aos 36min.
‘Não falhei’, diz Edinho
Após sofrer o quarto gol, o goleiro Edinho, do Santos, foi abordado por um torcedor santista que invadiu o campo para reclamar dele. Por pouco, os dois não se agrediram.
Edinho disse que não falhou em nenhum gol.
Repórter – O que o torcedor disse a você quando invadiu o campo?
Edinho – Ele me xingou.
Repórter – Ele também o agrediu?
Edinho – Não. Só poderia me agredir se fosse por trás. Pela frente, ele precisaria ser muito corajoso.
Quando me encarou, viu que não poderia me agredir porque também sou homem. Ficamos só batendo boca.
Repórter – O que achou da atitude dele?
Edinho – Fiquei chateado, porque joguei no sacrifício, com o pé e o braço machucados e estava ali para defender o time dele.
Mas acho que esse torcedor não representa a torcida do Santos, que tem muito carinho por mim.
Repórter – Você acha que falhou em algum dos gols do Corinthians?
Edinho – Sinceramente, acho que não. Levei quatro gols inevitáveis e fiz algumas grandes defesas.
No gol de falta do Marcelinho, a bola quicou naquele campo esburacado e me enganou. Se fosse num gramado bom, eu poderia saber a direção da bola.
Santos quer vitória para tirar o arqui-rival da final ( Em 23/07/1995 )
O Santos enfrenta hoje o Corinthians prometendo vencer e ajudar a desclassificar o adversário da final do Campeonato Paulista. A partida está marcada para as 11h, em Limeira.
Caso o Santos derrote o Corinthians e a Portuguesa vença o União São João, a vaga para a final ficará com a Portuguesa.
“Nossas armas serão os contra-ataques rápidos com Jamelli e Macedo, as bolas altas na área para o aproveitamento de Giovanni, Gallo e Copertino e as cobranças de faltas de Marcelo Passos”, disse Joãozinho.
Sem problemas na equipe, o técnico terá todos os titulares para o jogo desta manhã.
“Este está sendo o primeiro Campeonato Paulista que disputo. Quero manter a escrita de nunca perder para o Corinthians”, afirmou o meia ofensivo Giovanni.
No primeiro turno, empataram em 0 a 0, no Pacaembu. No segundo turno, em partida na Vila Belmiro, o Santos venceu por 3 a 1, com dois gols de Marcelo Passos e um de Macedo.
Na primeira fase do octogonal, houve empate em dois gols, em Ribeirão Preto.
Goleador da equipe com 18 gols, Giovanni acha que ainda pode alcançar o atacante Paulinho, da Portuguesa, na artilharia do torneio, com 20 gols.
“Não gosto de ficar prometendo gols. Mas ser artilheiro do campeonato, na primeira vez em que participo dele, é a minha maior motivação”, disse Giovanni.
O atacante Macedo assume o pensamento de boa parte da torcida do Santos.
“Vencer e desclassificar o Corinthians é tudo o que o time quer. Quem sabe a gente até faça uma churrascada na segunda-feira para comemorar”, afirmou.
Técnico e os jogadores criticaram a decisão da Federação Paulista de Futebol de marcar o jogo para as 11h. A antecipação se deve à final da Copa América, entre Brasil e Uruguai, que será à tarde.
Joãozinho quer reforços
O técnico Joãozinho acredita que ajudou a resgatar “uma boa parte do prestígio do Santos” neste Paulista.
Para o Brasileiro, ele promete jogadores de nível de seleção brasileira.
Repórter – O Santos fez boa campanha, mas morreu na praia. Qual o seu maior desgosto?
Joãozinho – Foi o clube não ter tido condições financeiras de reforçar a equipe, a falta de opções quando algum jogador não atravessava um bom momento.
Mas não concordo que o Santos tenha morrido na praia.
Repórter – Como assim?
Joãozinho – O Santos nunca foi um dos favoritos ao título, como o São Paulo, o Corinthians e o Palmeiras.
O São Paulo sim, com toda a sua estrutura, acabou morrendo na praia.
Repórter – Você se sente derrotado?
Joãozinho – Não. Nosso trabalho resgatou uma boa parte do prestígio do Santos. No Brasileiro, teremos jogadores de nível de seleção.
Fonte: Jornal Folha de SP
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