21/11/1998 – Santos 2 x 1 Sport Recife – Campeonato Brasileiro

Santos 2 x 1 Sport Recife

Data: 21/11/1998, sábado, 16h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – Quartas de finais – Jogo 2 de 3
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 25.229 pagantes
Renda: R$ 252.075,00
Árbitro: Jorge dos Santos Travassos (RJ).
Cartões amarelos: Baiano, Athirson e Viola (S); Édson, Russo e Jackson (SR).
Gols: Eduardo Marques (32-1); Róbson (16-2) e Róbson Luís (30-2).

SANTOS
Zetti; Baiano, Argel, Sandro e Athirson; Marcos Bazílio, Narciso e Eduardo Marques; Alessandro (Messias), Viola e Róbson Luís.
Técnico: Emerson Leão

SPORT RECIFE
Bosco; Russo, Alexandre Lopes, Ronaldo e Édson; Sangaletti, Lima, Wallace Goiano e Jackson; Leonardo (Leandro) e Irani (Róbson).
Técnico: Mauro Fernandes



Juiz dá gol ilegal, volta atrás, mas Santos vence Sport na Vila

O Santos venceu o Sport, ontem, na Vila Belmiro, por 2 a 1, num novo confronto confuso entre as equipes pelas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro.

O tumulto desta vez aconteceu aos 22min do segundo tempo, quando o meia santista Eduardo Marques bateu de fora da área, a bola passou por fora da trave e abriu um buraco na rede, mas o juiz Jorge Travassos deu o gol.

Depois, em nova consulta com o auxiliar, anulou o lance.

Os incidentes do primeiro jogo -jogadores santistas brigaram com jornalistas e policiais pernambucanos- trouxeram tensão para a partida de ontem.
Foram estendidas ao redor do campo faixas como “A Vila (Belmiro) é nossa casa. Preserve-a”, para que não fossem atirados objetos no campo e o time corresse o risco de perder mando de jogo.

A PM da Baixada Santista, 220 homens, foi inteira para a Vila. A FPF enviou 40 seguranças. Além disso, a Polícia Civil destacou 10 homens para garantir a segurança dos jornalistas pernambucanos. Mas só apareceram duas das dez rádios esperadas. Não houve problema fora de campo.

Mas dentro, em três ocasiões, atletas dos dois times trocaram empurrões. No segundo tempo, o santista Athirson fez falta violenta em Róbson e só não foi expulso por complacência do juiz.

O nervosismo santista era evidente desde o início do jogo, pressionado pela necessidade de retomar a vantagem. O time tinha dificuldade na ligação do meio-campo com o ataque e insistia nos cruzamentos.

Assim, os melhores lances santistas eram criados em cobranças de falta do zagueiro Sandro. Aos 21min, ele bateu à esquerda, e aos 28min acertou a trave.

Quatro minutos depois, aproveitando falha do sistema defensivo do Sport, o Santos abriu o placar. Baiano cruzou, Eduardo Marques dominou e bateu cruzado.

Na segunda etapa, o Santos continuou com uma pressão estéril. Eduardo Marques, em jogada individual, criou a primeira chance aos 15min.

Em seguida, porém, Róbson escorou de cabeça cobrança de falta de Lima e empatou.

Nove minutos após o falso gol do Santos, houve um verdadeiro. Robson Luís recebeu dentro da área e acertou chute forte no ângulo do gol de Bosco.

Para Leão, juiz “afinou’

Para o técnico do Santos, Emerson Leão, o juiz carioca Jorge Travassos foi covarde na partida de ontem. Apesar da vitória, o treinador deixou o campo reclamando de dois gols anulados pelo árbitro.

“Ele afinou. A bola pode ter entrado por fora, mas ele deu o gol. Voltou atrás e afinou”, disse o técnico a respeito do lance em que Eduardo Marques chutou, e a bola abriu um buraco na rede por fora, aos 22min do segundo tempo.

O juiz consultou o bandeirinha e validou o lance. Depois, em nova consulta, anulou o gol. “Essa situação só pode ser resolvida de um jeito: acabar com todos eles (juízes). Estou cansado. Cansado. Em todo lugar é a mesma coisa”, declarou Leão.

Segundo ele, os critérios adotados pelos árbitros sempre acabam prejudicando sua equipe. “Futebol é isso aí. Quem manda é o juiz”, afirmou o zagueiro do Sport Ronaldo.

Ontem, a diretoria santista decidiu a renovação de contrato do técnico Leão para o ano que vem.



Santistas enfrentam Sport sob ameaça de eliminação (Em 21/11/1998)

Equipe paulista tem que ao menos empatar para seguir no Brasileiro

A pressão psicológica amedronta mais o Santos do que o time do Sport, adversário das 16h de hoje, pelas quartas-de-final do Campeonato Brasileiro, no estádio da Vila Belmiro, em Santos.

Como foram derrotados na primeira partida, em Recife, os jogadores santistas entram em campo com a obrigação de pelo menos empatar para não dar adeus ao Brasileiro. O Sport, agora, passou a ter a vantagem de jogar por dois empates.

Os fatores campo e torcida também contribuem para aumentar a responsabilidade, já que na partida disputada em Recife os atletas santistas entraram em choque com policiais e jornalistas que trabalhavam no jogo.

Os jogadores, no entanto, preferem mostrar mais preocupação com as qualidades do adversário.

“Na Vila, nós não vamos dar o espaço que eles tiveram lá”, afirmou o zagueiro Argel, que terá um novo companheiro no setor: Sandro.

O técnico Emerson Leão, que criticou o comportamento tático de seu time na derrota, irá modificar a equipe hoje.

Além da entrada de Sandro na zaga, no lugar de Jean, o técnico promove a volta de Alessandro no ataque, com Robson Luís sendo recuado para o meio-campo.

Leão quer o time atacando, mas não de forma desordenada. “Temos de ter tranquilidade para saber o momento certo de atacar. Não podemos ir com volúpia em busca do gol e dar espaço para o contra-ataque. Sabemos do potencial do adversário”, disse Leão.

Paz

A diretoria do Santos pede à torcida que evite atirar qualquer tipo de objeto dentro do campo. A preocupação é evitar que o árbitro detecte problemas e relate na súmula do jogo, o que pode impossibilitar o Santos, em caso de vitória ou empate, de mandar a terceira partida na Vila Belmiro.

Já o Sport quer definir hoje sua classificação às semifinais do Brasileiro para evitar o prolongamento do “clima de guerra” instalado após a partida de Recife.

“Reconheço que a briga entre os jogadores santistas, jornalistas e policiais em Recife criou um clima ruim”, afirmou o treinador Mauro Fernandes. “Nós, que não tivemos nada a ver, fomos os maiores prejudicados”, acrescentou ele.

Durante os treinos da semana, o técnico preparou a equipe para suportar dois tipos de pressão: a do time do Santos e a da torcida. “Eles vão partir com tudo para cima de nós”, afirmou Fernandes.

Paralelamente aos treinamentos técnico e tático, a equipe pernambucana realizou durante a semana um trabalho psicológico para tranquilizar principalmente os jogadores mais novos.

Comissão técnica e atletas se reuniram e conversaram pelo menos 30 minutos antes dos treinos. Jogadores mais experientes, como Lima e Sangaletti, reforçaram as palavras de Mauro Fernandes, que pediu calma durante a partida.

“Ninguém pode se envolver em provocações”, recomendou o treinador. “No campo não se deve fazer nada além de jogar futebol”, afirmou. “Estamos com a cabeça boa”, assegurou Alexandre Lopes.

“Vamos para Santos jogar bola, não lutar”, disse Sangaletti. “A única briga vai ser na bola.”

Viola descarta vingança na Vila

O atacante Viola, um dos protagonistas do tumulto em Recife no último domingo, afirmou que não encara a partida com o Sport como forma de se vingar do time pernambucano.

“O problema foi fora de campo. Somos profissionais, sabemos que o Santos lutou para conseguir o direito de mandar seus jogos decisivos na Vila Belmiro. Não podemos dar motivos para o Sport reclamar. Vamos ganhar o jogo dentro de campo. Temos condições.”

Segundo o atleta, o Santos não pode entrar em campo obcecado com a vitória.

“O time precisa pelo menos empatar para forçar a terceira partida. Temos condições de alcançar o objetivo, não importa quem marque o gol. Aqui prevalece o conjunto. Não temos um jogador de US$ 10 milhões, mas bons atletas que estão dando conta do recado”, disse o jogador, afastando a responsabilidade de ser o único atleta do Santos com a obrigação de marcar gols.

Viola afirmou que jogar na Vila Belmiro é um fator de tranquilidade para o time. “Aqui a equipe sente-se à vontade, toca a bola, sabe sufocar o adversário. É isso o que faremos, mas sem ir com muita sede e levar o contra-ataque.”

Pernambucanos buscam usar desespero do rival

Apesar do discurso de que seu time atacará até com seis atletas, o técnico do Sport, Mauro Fernandes, pela forma como treinou a equipe, deve privilegiar os contra-ataques para tentar aproveitar possíveis falhas de marcação decorrentes da necessidade de o Santos vencer a partida.

No esquema preparado, o meia Lima deve jogar recuado para ajudar o volante Sangaletti na marcação. Wallace e Jackson se revezarão na tarefa de dar assistência a Leonardo e Irani no ataque.

O lateral Russo cumprirá função tática considerada importante pelo treinador, atuando pelo setor direito como eventual terceiro atacante. “Podemos atacar com até seis jogadores e defender com nove”, disse Fernandes.

Utilizando esse mesmo esquema, o time pernambucano conseguiu encurralar o Santos em seu campo de defesa e vencer o primeiro jogo, em Recife, por 3 a 1.

Sabendo das dificuldades de finalização de seus jogadores, Fernandes diz achar que não poderá abrir mão por muito tempo do estilo de jogo “agressivo” que, afirma, foi o responsável pela boa campanha do Sport até agora.


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