Santos 2 x 1 São Paulo
Data: 17/07/2005, domingo, 16h00.
Competição: Campeonato Brasileiro – 12ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 8.648 pagantes
Renda: R$ 109.382,00
Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (Fifa-SP)
Auxiliares: Ana Paula da Silva Oliveira (Fifa-SP) e Aline Lopes Lambert (SP).
Cartões amarelos: Bóvio e Mauro (S); Jean, Fábio Santos e Roger (SP).
Cartões vermelhos: Flávio Donizetti (SP); Ávalos (S).
Gols: Halisson (18-1) e Hernanes (36-1); Carlinhos (43-2).
SANTOS
Mauro; Paulo César, Ávalos, Hallisson e Carlinhos; Fabinho (Altair), Bóvio, Ricardinho e Giovanni; Basílio (Geílson) e Douglas (Danilo).
Técnico: Gallo
SÃO PAULO
Flávio; Adriano, Flávio Donizetti e Edcarlos; Jean, Renan, Marco Antônio (Artur), Souza, Hernanes e Fábio Santos; Diego Tardelli (Roger).
Técnico: Paulo Autuori
Com chuteira de Robinho, Carlinhos decide o clássico
A chuteira de Robinho, a camisa de Léo. Com este figurino, o lateral-esquerdo Carlinhos, 18 anos, decidiu neste domingo o clássico entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro. O jogador da equipe do litoral marcou o segundo gol dos donos da casa, aos 43min do período complementar, e definiu a vitória de seu time por 2 a 1.
“A chuteira era do Robinho. Foi um presente dele para mim. Fico muito feliz por ter ajudado a minha equipe, ainda mais porque o gol aconteceu em um momento importante”, contou o novo dono da camisa 3 do Santos.
Carlinhos, aliás, foi uma das principais novidades do Santos nas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro. Com a saída do titular Léo, que foi para o Benfica, o jogador promovido das categorias de base herdou a camisa 3.
Com a vitória deste domingo, Carlinhos começa a consolidar a imagem de um novo Santos para a torcida do litoral paulista. Afinal, as três principais estrelas da equipe não atuaram (além de Léo, Deivid retornou para o Bordeaux e Robinho alegou não ter condições psicológicas de entrar em campo).
Para o São Paulo, a derrota deste domingo representa a ratificação de uma campanha irregular. Os reservas do Morumbi, que foram titulares nas últimas rodadas do Brasileiro (os principais nomes da equipe foram poupados devido à disputa da Libertadores), disputaram cinco partidas e acumularam duas vitórias (sobre Botafogo e Flamengo) e três derrotas (para Internacional, Ponte Preta e Santos).
O São Paulo ainda mostra desempenho muito fraco nas partidas que fez fora de casa neste Campeonato Brasileiro. A única vitória do clube como visitante aconteceu no Morumbi, no dia 8 de maio, quando o time de Autuori venceu o clássico contra o Corinthians por 5 a 1.
O único ponto positivo para o São Paulo é que, assim como o Santos, o time do Morumbi confirmou neste clássico a presença de uma boa revelação na equipe. O gol dos visitantes foi marcado pelo meia Hernanes, que disputou a quinta partida como profissional e balançou as redes pela segunda vez.
As duas equipes voltam a campo na próxima quarta-feira, às 21h45. O Santos volta a jogar em casa e recebe o Vasco na Vila Belmiro. O São Paulo viaja ao Distrito Federal para encarar o Brasiliense.
Festa frustrada
O clássico deste domingo foi a primeira partida do São Paulo depois que a equipe de Paulo Autuori conquistou o terceiro título de sua história na Copa Libertadores. A decisão do torneio sul-americano aconteceu na última quinta-feira, no Morumbi, e os donos da casa golearam o Atlético-PR por sonoros 4 a 0.
Assim, o Santos frustra a festa da torcida do São Paulo pela segunda vez na temporada. No Campeonato Paulista, o time do Morumbi precisava apenas de um empate no clássico para ficar com o título e a equipe da Vila Belmiro mudou o local do confronto para Mogi Mirim. Tudo para evitar que os torcedores rivais comemorassem no estádio do litoral.
Expectativa frustrada
O Santos é o atual campeão do Brasileiro. O São Paulo é o atual campeão da Copa Libertadores, maior torneio de clubes da América do Sul. No confronto entre estas duas equipes, contudo, chamou atenção o baixo nível técnico.
Isso porque os dois goleiros trabalharam pouco no clássico deste domingo, sobretudo no segundo tempo. Demonstrando clara falta de entrosamento, Santos e São Paulo erraram muitos passes na intermediária e quase não conseguiram fazer a bola chegar a seus atacantes.
O clássico ficou ainda mais pobre em emoções depois da expulsão do zagueiro Ávalos, do Santos, aos 43min da etapa inicial. Isso porque o técnico Gallo decidiu remontar a defesa e seu time recuou demais no período complementar.
Nenhum dos três gols do clássico deste domingo saiu de um atacante. O Santos marcou com o zagueiro Halisson e o lateral-esquerdo Carlinhos. O São Paulo balançou as redes com o meia Hernanes.
Por isso, chamou atenção a participação negativa dos jogadores ofensivos das duas equipes. No Santos, Basílio e Douglas foram figuras apagadas e pouco fizeram para levar perigo ao goleiro Flávio.
A situação foi ainda pior no São Paulo. Isolado na frente, Diego Tardelli pouco tocou na bola durante o clássico. O problema é que o camisa 19 era o único titular entre os atletas que a equipe do Morumbi levou a campo neste domingo (depois da saída de Luizão para o futebol japonês, o técnico Paulo Autuori confirmou que o jogador será o companheiro de Amoroso na frente).
Enquanto isso, Giovanni foi o jogador ofensivo mais perigoso no Santos. O camisa 10 mostrou muita categoria e participou da maioria dos lances ofensivos dos donos da casa. Entretanto, não encontrou alguém para corresponder.
O jogo
Carlinhos arrancou pela esquerda, driblou para o fundo e tomou um carrinho de Flávio Donizetti. O lance aconteceu a 1min do primeiro tempo e rendeu cartão vermelho ao defensor do São Paulo. Com isso, o time visitante atuou com apenas dez homens durante quase todo o clássico deste domingo.
No entanto, o São Paulo ignorou a inferioridade numérica. E assim, assumiu o controle do jogo. Prova disso é que o time do Morumbi poderia ter aberto o placar aos 6min. Diego Tardelli fez grande jogada individual pelo meio e tocou na direita para Souza. Dentro da área, o meia teve espaço para concluir e bateu fraco, no meio do gol, para defesa de Mauro.
Quando o São Paulo era melhor, contudo, o Santos inaugurou o marcador em uma bola parada. Ricardinho cobrou escanteio da esquerda aos 18min. Halisson subiu dentro da área e tocou de cabeça, no canto direito do goleiro estreante Flávio.
O gol acabou com o ímpeto do São Paulo e, a partir de então, o Santos passou a ter mais posse de bola. Porém, os donos da casa erraram muitos passes no campo de ataque e não conseguiram levar perigo ao gol adversário.
Assim, o Santos foi castigado em um contra-ataque. Jean recebeu na direita aos 36min e cruzou. A bola passou por toda a área e encontrou Hernanes. O meia driblou Fabinho duas vezes e chutou de pé direito, no canto direito baixo do goleiro Mauro, que não conseguiu alcançar.
Na comemoração, Hernanes fez como se estivesse embalando um bebê e depois deu uma série de piruetas no ar. “Foram duas coisas diferentes. A primeira foi uma homenagem para a minha prima, que vai nascer em Pernambuco daqui a algum tempo. A outra foi a minha característica”, contou.
A situação do jogo, que já era boa para o São Paulo, ficou ainda melhor aos 43min. Ávalos deu carrinho em Hernanes junto à linha lateral. Por conta disso, foi expulso de campo e deixou o Santos com somente dez homens em campo.
Para recuperar o equilíbrio do Santos, o técnico Gallo recompôs a defesa (entrou o zagueiro Altair no lugar do volante Fabinho) e trocou o atacante Douglas pelo velocista meia Danilo, de 18 anos.
Só que as mudanças de Gallo arrumaram apenas o setor defensivo do Santos. Na frente, o time da Vila Belmiro seguiu ineficiente e não levou perigo ao São Paulo. E os visitantes, que encontraram uma zaga bem acertada, também não conseguiram produzir.
Neste momento, o Santos contou com um lance individual para desempatar. Carlinhos carregou a bola da esquerda para o meio aos 43min e chutou de fora da área, rasteiro, no canto esquerdo do goleiro Flávio.
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