05/11/1994 – Santos 3 x 0 Vasco – Campeonato Brasileiro

Santos 3 x 0 Vasco

Data: 05/11/1994, sábado
Competição: Campeonato Brasileiro – 2ª fase – Grupo F – 9ª rodada
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo, SP.
Público: 9.465 pagantes
Renda: R$ 58.275,00
Árbitro: Ivo Tadeu Scatolla (PR).
Cartões amarelos: Índio e Júnior (S); Cláudio Gomes (V).
Gols: Neto (01-1), Macedo (34-1); Paulinho Kobayashi (28-2).

SANTOS
Gilberto; Índio, Júnior, Maurício Copertino e Silva; Dinho, Gallo, Carlinhos e Neto (Paulinho Kobayashi); Macedo e Guga (Demétrios).
Técnico: Serginho Chulapa

VASCO
Carlos Germano; Pimentel, Ricardo Rocha, Sidnei e Cláudio Gomes (Bruno Carvalho); Leandro Ávila, Preto, William e Gian; João Paulo e Jardel (Hernande).
Técnico: Sebastião Lazaroni



Santistas querem deixar a Vila Belmiro

Os jogadores do Santos querem trocar a Vila Belmiro pelo Pacaembu. A goleada sobre o Vasco por 3 a 0, sábado à tarde, ressaltou uma qualidade que o time julgava de poder desprezível, mas que foi ressaltada pelo bom gramado do estádio paulistano.

“Mostramos que somos uma equipe técnica, que sabe tocar a bola bem e rápido”, disse o meia Neto, um dos favorecidos.

O gramado mal cuidado e recheado de buracos da Vila Belmiro prejudica, segundo o meia, as jogadas técnicas. Já o campo do Pacaembu, que ao menos não é tão esburacado, favoreceu as qualidades do time.

A mudança do local de jogo –que deve acontecer também na partida contra o Corinthians, no próximo dia 17– foi determinada pela CBF, que não viu garantias de segurança no estádio santista.

“Na Vila, quando recebo a bola, tenho que ficar olhando sua trajetória, para não ser surpreendido. Só depois é que levanto a cabeça para fazer um lançamento”, reclama Neto.

A construção de jogadas facilitou os jogadores velozes, como o atacante Macedo. “No estádio do Santos, não arrisco correr atrás de longos lançamentos porque não sei para onde vai a bola. No Pacaembu, ao contrário, as jogadas funcionaram.”

Também o técnico Serginho aprovou a mudança de campo, percebendo um crescimento no rendimento de sua equipe.
“Foi mais fácil para o time repetir as jogadas ensaiadas que nos próprios treinamentos”, disse.

Todos os elogios, porém, ainda não convenceram os dirigentes, que pretendem lutar pela realização dos jogos na Vila Belmiro para diminuir os custos.
“Não temos nenhuma intenção de deixar nosso estádio”, disse o diretor Clodoaldo Santana.

Time melhora troca de passes

Os números colhidos pelo Datafolha comprovam a eficiência do time do Santos em um campo de jogo mais bem conservado. A equipe do técnico Serginho acertou 344 dos 424 passes que deu durante a partida, totalizando uma porcentagem favorável de 81%.

“É uma evolução, porque normalmente ficamos na média dos 70%”, disse o meia Neto, que disputou apenas o 1º tempo, mas acertou 18 dos 22 passes que deu.

A confiança em praticar um bom futebol favoreceu também a incidência de desarmes –os santistas promoveram 86 desarmes completos, contra 45 incompletos e uma recuperação de bola.

O Santos liderou também os índices de violência. O time cometeu 26 faltas durante a partida, recebendo apenas 8. Desse total, boa parte foi chute por trás (nove) e empurrão (nove), faltas passíveis de punição com um cartão amarelo e até expulsão.

“O que acontece é que o time se sentiu motivado a jogar, exagerando um pouco em algumas jogadas”, disse o volante Dinho.

Serginho promove a tática do ‘bateu, levou’

O técnico Serginho decidiu transferir para os jogadores seu método incomum de tratamento. Ele quer que o time se estimule em campo, xingando e até denunciando aqueles que julgam não estar ajudando a equipe.

“Quero que os jogadores se cobrem durante a partida. Tem que haver gritaria, um apontando os erros do outro para que eu possa fazer a correção. E, aquele que for dedurado, tem que comentar sobre os outros também.”

Serginho não teme que o método provoque desunião no time ou mesmo permita a instalação do caos no comportamento.

“Eles me conhecem e sabem que tenho o controle total sobre o time. Vou ouvir todas as reclamações, mas a decisão final é minha”, disse o treinador.
Um exemplo do “método Serginho” foi perceptível na partida contra o Vasco. Inconformado com o pouco aproveitamento do lateral Índio pela ponta, no 2º tempo, o treinador o criticou.

Índio aproximou-se do banco de reservas e disse ao treinador que, com a saída de Neto no intervalo, o meio-campo tinha diminuído os lançamentos para aquela ponta. Imediatamente, Serginho chamou o volante Gallo e passou a crítica ao jogador, que passou para os outros meio-campistas.
Em seguida, Índio voltou a ser acionado. O Datafolha computou 47 bolas recebidas pelo jogador na partida, o segundo maior índice (perdeu apenas para as 50 recebidas por Gallo).

“Não ligo se o jogador errar lançamentos ou passes. Mostra que está tentando. Só não vou admitir má vontade de ninguém”, disse Serginho.


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