Santos 1 x 0 Paraná
Data: 11/11/2006, sábado, 18h10.
Competição: Campeonato Brasileiro – 35ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 8.234 pagantes
Renda: R$ 71.684,00
Árbitro: Carlos Eugênio Simon (Fifa-RS)
Assistentes: José Javel Silveira e José Otávio Dias Bitencourt (ambos de RS).
Cartões amarelos: Adriano (S); Beto, Batista e Edmilson (P).
Cartão vermelho: Adriano (S)
Gol: Rodrigo Tabata (44-1).
SANTOS
Fábio Costa; Luiz Alberto, Ávalos (Fabinho) e Ronaldo; André, Heleno, Cléber Santana, Rodrigo Tabata (Adriano) e Kléber; Reinaldo e Wellington Paulista (Manzur).
Técnico: Wanderley Luxemburgo
PARANÁ
Flávio; Alex (Peter), Edmílson, Gustavo e Edinho (Maicossuel); Pierre, Batista, Beto e Sandro; Cristiano (Gérson) e Leonardo.
Técnico: Caio Júnior
Santos encerra série negativa e vence ‘decisão’ contra Paraná
Três rodadas sem vencer (duas derrotas e um empate) mudaram o astral do Santos. Antes candidato ao título, o time alvinegro viu ameaçada a classificação para a Copa Libertadores de 2007. Mas se recuperou neste sábado, com um triunfo sobre um rival direto. Jogando na Vila Belmiro, a equipe mandante superou o Paraná por 1 a 0 e se manteve no grupo que garante vaga no torneio continental.
“Como diz aquela frase repetida tantas vezes, o jogo contra o Paraná valia seis pontos. Não só por se tratar de um rival direto, mas exatamente porque abrimos seis pontos de vantagem para eles [o time paranaense é o melhor entre os que não estão na zona de classificação para a Libertadores]. A três rodadas do fim, essa é uma vantagem importante”, enalteceu o treinador santista Vanderlei Luxemburgo.
O êxito deste sábado levou o Santos a 59 pontos ganhos no Campeonato Brasileiro. Com isso, o placar projetou a equipe alvinegra para a terceira colocação da tabela (um ponto à frente do Grêmio, que tem uma partida a menos). O Paraná ficou estagnado nos 53 pontos, foi ultrapassado pelo Vasco e caiu da quinta para a sexta posição.
“Estamos em uma fase decisiva do campeonato e o espírito dos jogadores está bom. Perdemos dois jogos decisivos na seqüência [o Paraná havia sido superado pelo Vasco na rodada passada] e isso é complicado. Mas vamos seguir em busca desse sonho enquanto tivermos chance e precisamos trabalhar muito para isso”, cobrou o treinador Caio Júnior, do Paraná.
As duas derrotas consecutivas no Campeonato Brasileiro, ambas como visitante, confirmaram o momento ruim que o Paraná vive longe de seus domínios. O time tricolor não vence fora de casa desde o dia 8 de outubro, quando fez 3 a 1 sobre o Santa Cruz. Desde então, visitou quatro rivais e angariou três derrotas e um empate.
Mal fora de casa, o Paraná contrasta com o rendimento do Santos como mandante. O time alvinegro sofreu apenas duas derrotas em sua casa neste Campeonato Brasileiro (para o Vasco e para o São Paulo). Nas outras partidas, somou 13 vitórias e dois empates.
As duas equipes voltarão a campo apenas no domingo, dia 19 de novembro. O Paraná receberá o vice-líder Internacional no estádio Durival de Brito, em Curitiba, às 16h. Mais tarde, às 18h10, o Santos visitará o Cruzeiro no Mineirão, em Belo Horizonte.
O jogo
Pressionado por ter passado três jogos sem triunfar, o técnico Vanderlei Luxemburgo optou por uma formação cautelosa para o Santos neste sábado. Escalado com três zagueiros, o time paulista teve pouca participação ofensiva de seus laterais e abusou de lançamentos longos para os atacantes Reinaldo e Wellington Paulista.
“Foi até por causa da velocidade deles que eu optei por essa dupla. Na partida anterior, quando precisávamos segurar um pouco mais a bola na frente, coloquei o Jonas como titular”, lembrou o técnico alvinegro.
Só que os lançamentos longos do Santos ainda foram mais do que o Paraná fez no primeiro tempo. O time visitante foi montado por Caio Júnior no 4-4-2, mas o volante Pierre recuou para compor o sistema defensivo.
A idéia da equipe tricolor era conter os avanços alvinegros, sobretudo pelas laterais. Mas o que realmente aconteceu foi uma pressão dos mandantes, que tiveram muito espaço para trocar passes.
Prova disso é que o Santos teve quatro oportunidades claras para marcar na etapa inicial. A primeira aconteceu logo aos 6min, em jogada individual de Cléber Santana que o goleiro Flávio defendeu. Aos 14min, Wellington Paulista foi lançado na direita, invadiu a área e chutou à direita.
O lance mais trabalhado pela equipe mandante aconteceu aos 38min, quando Rodrigo Tabata e Fabinho tabelaram pela esquerda. O camisa 16 cruzou rasteiro para trás, Reinaldo chutou de pé direito e um desvio no meio do caminho quase matou Flávio, que havia pulado para o canto esquerdo. Dois minutos depois, Kléber desceu pela esquerda e cruzou para Wellington Paulista, que girou o corpo e acertou a trave esquerda.
A insistência do Santos em jogadas trabalhadas foi premiada em um lance inusitado. Rodrigo Tabata cobrou falta da esquerda para a área aos 43min do primeiro tempo, Cléber Santana não conseguiu alcançar de cabeça e Flávio cometeu uma falha incrível, deixando a bola passar ao lado de sua mão esquerda.
“Eu tentei cruzar e fui feliz”, comemorou o santista. “Além de o Cléber Santana não ter desviado, eu fui enganado quando a bola bateu no chão”, admitiu Flávio, cabisbaixo depois do erro.
Em desvantagem, o técnico Caio Júnior resolveu mudar o Paraná. Durante o intervalo, ele tirou o atacante Cristiano (que estava acompanhando demais os volantes do Santos) e colocou Gerson em campo. “O Luxemburgo escalou uma equipe cautelosa e com muita movimentação no meio. A idéia foi preencher um pouco mais esse setor”, explicou o comandante tricolor.
Com mais gente no meio-campo, o Paraná interrompeu a pressão que o Santos havia exercido no primeiro tempo. Contudo, o time tricolor não conseguiu aproveitar isso para atacar e derrubou o nível técnico da partida na Vila Belmiro. “As duas equipes estavam muito concentradas na marcação e em não errar”, contou o zagueiro paranista Edmílson.
Depois de alguns minutos de equilíbrio, porém, o Santos voltou a pressionar. Os dois melhores lances foram protagonizados pelo centroavante Reinaldo, aos 36min (quando ele recebeu toque de cabeça de Wellington Paulista e chutou forte, exigindo grande defesa de Flávio) e aos 38min (quando ele invadiu a área com liberdade pela esquerda e chutou à direita do goleiro).
Contudo, o bom momento do Santos no segundo tempo ruiu aos 37min. O volante Adriano, que havia entrado no lugar de Rodrigo Tabata, levou seu segundo amarelo e foi expulso. Com isso, o técnico Vanderlei Luxemburgo foi obrigado a trocar Wellington Paulista pelo zagueiro Manzur. E assim, o Paraná cresceu e dominou o jogo nos minutos finais, mas sem eficiência para chegar ao empate.
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