Santos 2 x 0 Corinthians
Data: 28/05/2006
Competição: Campeonato Brasileiro – 8ª rodada
Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos, SP.
Público: 8.783 pagantes
Renda: R$ 130.010,00
Árbitro: Alicio Pena Júnior (Fifa-MG)
Auxiliares: Marco Antônio Gomes (Fifa-MG) e Márcio Eustáquio Santiago (MG)
Cartões amarelos: Eduardo, Xavier, Wendel e Rafael Moura (C); Fabinho e Rodrigo Tabata (S).
Cartão vermelho: Rubens Júnior (C)
Gols: Cléber Santana (20-1) e Rodrigo Tabata (48-2).
SANTOS
Fábio Costa; Ávalos, Ronaldo Guiaro (Domingos) e Luiz Alberto; Denis, Maldonado, Fabinho (Wendell), Cléber Santana e Kléber; Rodrigo Tabata e Rodrigo Tiuí (Geílson)
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
CORINTHIANS
Silvio Luiz, Betão, Sebá e Wendel; Eduardo, Xavier, Rosinei, Marcelinho (Renato) e Gustavo Nery (Rubens Júnior); Nilmar e Rafael Moura
Técnico: Geninho
Santos ratifica status diante de desfigurado Corinthians
O Santos tinha uma lista de fatores que o colocavam como favorito no clássico contra o Corinthians, neste domingo, na Vila Belmiro. Melhor na tabela do Campeonato Brasileiro, diante de um rival cheio de desfalques, o time do litoral tem excelente retrospecto como mandante. E todo esse favoritismo foi confirmado com triunfo dos donos da casa por 2 a 0, que colocou a equipe do litoral mais próxima da “pole” da competição nacional e o rival do Parque São Jorge mais longe no “grid”.
A vitória do Santos, porém, poderia ter sido muito mais tranqüila. O time do litoral jogou com um homem a mais durante mais da metade do segundo tempo (Rubens Júnior foi expulso). Nesse período, desperdiçou uma penalidade cobrada por Cléber Santana e uma oportunidade clara de Rodrigo Tiuí, ambas defendidas por Sílvio Luiz.
“Eu perdi um pênalti, e a equipe perdeu muitas oportunidades. O placar poderia ter sido mais elástico, mas o importante é que conseguimos conquistar os três pontos e estamos em busca das primeiras posições do Campeonato Brasileiro”, ressaltou Cléber Santana, autor do primeiro gol do Santos neste domingo.
As defesas de Sílvio Luiz, que havia falhado no gol do Santos, animaram o time visitante para tentar uma reação. No entanto, o Corinthians não teve o mesmo ímpeto que havia apresentado no domingo passado, quando chegou a estar perdendo por 2 a 0 para o Vasco e virou o placar para 4 a 2.
“Corremos e tivemos muita vontade. Mas infelizmente, as coisas não deram certo para o Corinthians hoje [domingo]. Jogamos um pouco atrás demais no primeiro tempo e agora precisamos reagir”, ponderou o centroavante Nilmar, que teve atuação apagada neste domingo.
Sem poder de reação, o Corinthians acabou com uma série de dois triunfos consecutivos como visitante e angariou sua segunda derrota seguida nesta temporada. O time alvinegro estacionou nos nove pontos, perdeu a chance de se aproximar dos líderes do Campeonato Brasileiro e caiu para a décima colocação.
O Santos, em contrapartida, aparece em rota ascendente no Campeonato Brasileiro. O time da Vila Belmiro acabou com uma série de duas partidas sem vitória (revés por 1 a 0 para o Fluminense e empate por 2 a 2 com o Flamengo), alcançou 17 pontos e se aproximou do topo da tabela da competição nacional.
A vitória do Santos ainda confirmou dois fatores favoráveis ao time alvinegro. O primeiro é a Vila Belmiro, estádio em que o time do litoral somou 14 vitórias e um empate nas 15 partidas que disputou em 2006.
Além da superioridade em casa, o Santos viu consolidada a postura do técnico Vanderlei Luxemburgo. Desde que deixou o Corinthians, em 2001, o comandante nunca foi derrotado pela equipe do Parque São Jorge. De lá para cá, enfrentou a ex-equipe sete vezes e saiu de campo com quatro vitórias e três empates (dirigindo Palmeiras, Cruzeiro e Santos).
O Santos voltará a campo na próxima quarta, quando visitará o Grêmio, às 21h45, em Porto Alegre. Com um dia a mais de descanso, o Corinthians receberá o Goiás na nona rodada do Campeonato Brasileiro, às 20h30 de quinta-feira, no Morumbi.
O jogo
Desfigurado por uma extensa lista de desfalques, o Corinthians ao menos pôde comemorar as presenças de Gustavo Nery e Nilmar neste domingo. Os dois eram dúvidas para o confronto com o Santos, mas apareceram como titulares. O time do litoral, também surpreendente, apostou em um esquema 3-5-2, adiantou Rodrigo Tabata para o ataque e teve Cléber Santana isolado na criação de jogadas.
A justificativa para a escalação do Santos com três zagueiros ficou evidente desde o início. A equipe da casa adiantou seus alas (sobretudo Denis, que foi muito acionado pela direita) e pressionou a saída de bola do Corinthians, desde a defesa, dando espaço apenas para os volantes Xavier e Wendel (que se revezaram entre o meio-campo e a zaga). Assim, os visitantes ficaram acuados e não conseguiram trocar além de sua intermediária.
“O Santos foi muito dedicado. Todo mundo correu demais e nós marcamos o Corinthians desde o campo de ataque. Mas o esquema só funcionou porque tivemos a participação de todo mundo. Assim, o trabalho da defesa no primeiro tempo diminuiu”, comemorou o zagueiro Ronaldo Guiaro.
Com uma marcação muito eficiente, o Santos ainda contou com a postura defensiva do Corinthians para impor sua superioridade. O time visitante marcou muito mal e deu espaço para os jogadores da equipe mandante atacarem com tranqüilidade. Aos 9min, por exemplo, Cléber Santana arrancou com a bola desde a intermediária, invadiu a área e finalizou de pé esquerdo. Sílvio Luiz, no reflexo, espalmou e evitou o gol.
Diante do espaço dado pelo Corinthians, o Santos arriscou até a evolução de homens de trás. Foi assim aos 12min, quando o zagueiro Ávalos apareceu na grande área e foi lançado por Rodrigo Tiuí. O camisa 2 girou o corpo e chutou de pé direito, mas Sílvio Luiz defendeu em seu canto esquerdo. “Demos muito espaço para o time deles tocar a bola. Nosso time demorou para acertar a marcação e eles aproveitaram”, lamentou o camisa 1 da equipe visitante.
A pressão do Santos teve efeito aos 20min, quando o time da casa abriu o placar. Rodrigo Tabata cobrou escanteio da esquerda para o primeiro pau, Sílvio Luiz saiu mal do gol e Cléber Santana tocou de cabeça para marcar. “Foi uma bola treinada durante a semana e conseguimos aproveitar a movimentação para conseguir a vantagem”, revelou o autor do gol.
Em desvantagem, o Corinthians partiu para o ataque e passou a ser mais ofensivo. No entanto, o time alvinegro mostrou como única arma a bola lançada pelo meia Marcelinho Carioca para o atacante Nilmar, em velocidade. O problema é que a defesa do Santos conseguiu neutralizar com facilidade as investidas dos visitantes, que não conseguiram traduzir em oportunidades o volume de jogo que tiveram.
A superioridade técnica e tática do Santos ficou ainda mais evidente no segundo tempo. O time da casa voltou a marcar com eficiência a saída de bola do Corinthians e voltou a ter mais domínio da bola. “Precisamos fazer a bola girar para podermos encontrar espaço na defesa deles”, cobrou o meia-atacante Rodrigo Tabata.
Melhor em campo, o Santos viu sua situação ser potencializada aos 12min. O lateral-esquerdo Rubens Júnior, que havia entrado no lugar do lesionado Gustavo Nery, colocou a mão na bola e recebeu seu segundo cartão amarelo no jogo. Com isso, foi expulso pelo árbitro Alício Pena Júnior e deixou os visitantes com um a menos.
Logo depois, o Santos teve duas oportunidades para consolidar seu momento no jogo. Aos 15min, Alício Pena Júnior marcou um pênalti inexistente em Rodrigo Tiuí, que chutou o chão e caiu dentro da área. Cléber Santana cobrou forte, no canto direito de Sílvio Luiz, e o goleiro defendeu. Depois, aos 21min, Denis foi lançado na direita e cruzou rasteiro. A bola passou por toda a área e Rodrigo Tiuí, com liberdade, concluiu muito fraco. Novamente, o camisa 1 do Corinthians conseguiu evitar.
Animado pelas defesas de Sílvio Luiz, o Corinthians saiu para o ataque. A despeito da inferioridade numérica, o time visitante adiantou a marcação e passou a ter mais domínio da posse de bola. Para isso, um fator fundamental foi a entrada de Renato no lugar de Marcelinho Carioca, que estava apagado.
Apesar da evolução do Corinthians, a melhor oportunidade de gol no fim do segundo tempo foi favorável ao Santos. Geílson recebeu passe de Maldonado dentro da área, completamente livre, e demorou demais para chutar. Sílvio Luiz, que já havia caído, conseguiu se recuperar e defendeu.
Quando o placar parecia definitivo, o Santos aproveitou um contra-golpe e chegou ao segundo gol. Rodrigo Tabata foi lançado por Maldonado aos 48min, carregou a bola e tocou na saída de Sílvio Luiz para definir a partida.
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