Agora é de verdade. Levir Culpi não é mais técnico do Santos. Por volta das 20h45 desse sábado, pouco depois da derrota do Peixe para o São Paulo no Pacaembu, o clube divulgou uma nota oficial em que confirma a demissão do treinador. O auxiliar Luiz Matter e o preparador físico Rodolfo Mehl também foram desligados. Elano comandará o time no próximo sábado, contra o Atlético-MG, de forma interina.
Não é a primeira vez que a diretoria decide demitir Levir Culpi. Recentemente, o presidente Modesto Roma Júnior foi demovido da ideia após uma reunião com os jogadores. O próprio técnico já chegou a afirmar que pensou em ‘abandonar o barco’ e, nesse sábado, reclamou de uma cobrança excessiva, na sua visão, em cima da equipe alvinegra.
Sob o comando de Levir Culpi desde o início de junho, o Santos fez 25 jogos, conquistou 11 vitórias, 11 empates e sofreu apenas três derrotas. A equipe acabou eliminada pelo Flamengo, na Copa do Brasil, e pelo Barcelona-EQU, na Copa Libertadores da América, ambas nas quartas de final em plena Vila Belmiro.
No Campeonato Brasileiro, Levir deixa o time provisoriamente na terceira colocação, com 53 pontos. Os quatro tropeços nos últimos cinco jogos da competição por pontos corridos acabaram frustrando os santistas que ainda sonham em buscar o líder Corinthians e pesaram na decisão da diretoria.
Confira a nota oficial do Santos:
“O técnico Levir Culpi não é mais o treinador do Santos FC. Logo após a partida contra o São Paulo, na noite deste sábado (28), válida pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, o ex-comandante foi desligado do comando do Peixe pelo presidente Modesto Roma Júnior. Além do técnico, o auxiliar Luiz Matter e o preparador físico Rodolfo Mehl também foram demitidos. Elano assume o time até o término do Campeonato Brasileiro.”
O Alvinegro Praiano agradece o trabalho de Levir Culpi nestes quatro meses no clube e deseja boa sorte ao treinador que comandou o Peixe no Campeonato Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.
O Santos já havia decidido demitir Levir Culpi na manhã desta sexta-feira. Porém, após um pedido do elenco, o presidente Modesto Roma Júnior mudou de ideia e decidiu manter o técnico no cargo.
Após o empate em 1 a 1 com o Sport, na última quinta-feira, a delegação santista chegou a São Paulo sob forte protestos de torcedores no começo da tarde. Na descida da serra, o elenco soube da decisão da diretoria de demitir Levir.
O treinador já sabia da demissão, mas seria informado formalmente somente quando a delegação chegasse ao CT Rei Pelé. O assessor de Levir, Adriano Rattmann, inclusive, chegou a publicar uma nota oficial confirmando a saída.
Porém, durante a reunião entre Modesto e Levir, o elenco entrou e solicitou a permanência do treinador. Mesmo contrariado, o presidente acabou aceitando o pedido e decidiu manter o comandante até o final do ano.
Treinador de 64 anos chega ao Peixe e assume a equipe a partir da próxima segunda-feira. Estreia será no clássico contra o Palmeiras, dia 14
O Santos anunciou a contratação do técnico Levir Culpi nesta quinta-feira. A negociação estava acertada desde a última terça após dois dias de longas reuniões entre diretoria e treinador. O novo comandante assume a equipe a partir da próxima segunda-feira e fará a estreia no clássico contra o Palmeiras, dia 14, na Vila Belmiro.
Levir esteve no Pacaembu na última quarta-feira na vitória por 1 a 0 do Santos sobre o Botafogo, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro, mas deixou o estádio antes do gol de Victor Ferraz, nos acréscimos. Após a confirmação do clube, o técnico escreveu em suas redes sociais suas primeiras palavras como treinador do Peixe.
– Completo esse ano 50 anos de futebol e ganhei de presente o convite para treinar o Santos. Estou motivado com a oportunidade de ter pela frente uma Libertadores, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro como objetivos. Juntos estaremos mais próximos das conquistas, separados não teremos chances. Falando num português bem claro: “Tamojunto” – escreveu o técnico.
Ao vivo em uma rede social, o treinador fez elogios à qualidade da equipe e convocou a torcida para ajudar nesse processo de recuperação no Campeonato Brasileiro. O Peixe ainda tem pela frente as quartas de final da Copa do Brasil, contra o Flamengo, e as oitavas da Taça Libertadores, sem adversário.
– O Santos tem um ótimo time. Se estivermos juntos, unidos, com a torcida do nosso lado, a chance de vitória é muito grande. Quero extrair o melhor de cada jogador, envolver todos ao máximo no trabalho. Vamos dar tudo de nós. Vamos para cima deles – disse.
Levir tem 64 anos e estava desempregado desde novembro de 2016, quando foi demitido do Fluminense. Nesse período, chegou a ser cotado para assumir a Chapecoense, Bahia e Internacional.
Com passagens por diversos clubes do futebol brasileiro, Culpi vai dirigir o Peixe pela primeira vez. Seus títulos de maior expressão são os da Copa do Brasil pelo Cruzeiro, em 1996, e pelo Atlético-MG, em 2014.
Péssimas arbitragens, diversos gols anulados, STJD, Atlético-PR e até seqüestro não foram páreos ao Santos FC
Muitos gols regulares anulados, perdas de mando no tapetão e o Atlético-PR não obtiveram êxito em derrotar um elenco predestinado a ser campeão.
Em três anos, foram dois títulos de campeão brasileiro e um vice. O Santos, hoje, é quem dá a bola no futebol brasileiro. E a atropelada no Atlético-PR nas últimas rodadas este ano ficará para sempre na memória dos santistas.
A trajetória do Peixe não foi nada tranqüila. Além dos obstáculos naturais, o Santos precisou lidar com as perdas de mando de campo (foram cinco neste Brasileiro) além de duro fator externo: o seqüestro da mãe de Robinho. O Rei do Drible desfalcou o time da 40ª à penúltima rodada devido ao rapto de Marina de Souza, no dia 6 de novembro.
Além disso, ao contrário do Cruzeiro em 2003, que levou o título por antecipação, o Santos repetiu apenas em parte o domínio da Raposa no ano anterior. Embora tenha liderado o Brasileirão em 20 rodadas contra 10 do Atlético-PR, a equipe de Vila Belmiro assumiu a primeira colocação de maneira definitiva no penúltimo jogo com os 3×0 sobre o São Caetano. A primeira vez do Peixe no topo da tabelafoi na 15ª rodada, após bater o flamengo por 2×0. Este triunfo, por sinal, foi o sétimo consecutivo na oportunidade. Se não tivesse perdido para o Fluminense na partida seguinte (1×0), o Santos igualaria a maior seqüência vitoriosa do Clube na história do Brasileiro, obtida em 1990.
O duelo travado com o Furacão também foi um capítulo à parte. No segundo jogo, quando empataram por 1×1 na Vila Belmiro, as duas equipes praticamente começaram um briga que se estenderia até o final. Na época, o Santos liderava logo à frente do time paranaense graças ao número de vitórias. A partir de então, apenas os dois times se alternaram na primeira colocação até o final.
Outro capítulo da guerra entre paulistas e paranaenses se deu no dia 15/11/2004 faltando 5 rodadas para o fim do campeonato, quando o Atlético liderava o campeonato com 78 ponto, dois a mais que o Santos. O técnico atleticano Levir Culpi disse que a equipe dele estava no “piloto automático” rumo ao título Brasileiro. A declaração não repercutiu bem na Vila Belmiro, e alguns jogadores irritados responderam a declaração.
“Ouvi dizer que o Levir falou isso. Mas, se ninguém fizer nada, esse avião pode cair”, ironizou o lateral-esquerdo Léo. “Se continuarmos vencendo, poderemos ser campeões, porque acho que o Atlético vai bobear. Acho que podemos mandar um míssil nesse avião”, completou Léo, que tem o apoio de outros companheiros.
“Eu acho que ainda não tem nada definido. Estamos só a dois pontos do Atlético-PR. Se eles acham que já ganharam, podem quebrar a cara”, emendou o atacante Deivid.
Em pé: Mauro, Preto Casagrande, Deivid, Ávalos, André Luis, Leonardo, Flávio, Tápia, Zé Elias e Fabinho. Agachados: Paulo César, Ricardinho, Elano, Léo, Robinho, William, Marcinho e Basílio.
O Santos conquistou o seu segundo título do Campeonato Brasileiro em três anos na tórrida São José do Rio preto, mas a conquista foi de desenhada uma semana antes. A cena final da vitória de 3×0 sobre o São Caetano, que fez o time ultrapassar o Atlético na penúltima rodada, tinah muito a dizer. O goleiro chileno Tápia (titular da seleção de seu país), o zagueiro Antônio Carlos (ex-seleção e futebol europeu) e o volante Zé Elias (idem), todos reservas absolutos do time, embora consagrados, pulavam feito garotos no centro do campo, comemorando o triunfo junto aos colegas, muitos menos famosos, que haviam roubado suas posições.
Talvez esta tenha sido a mais exata descrição da trajetória do Santos no campeonato. Um time que uniu forças e superou vaidades. O Peixe, que desmanchou o time no início da competição (com as vendas de Diego, Renato, Alex, Paulo Almeida e Claiton, entre outros) chegou a ocupar a 20ª colocação. Depois de uma grande arrancada, chegou à liderança, mas foi ultrapassado pelo Atlético-PR.
Luxemburgo diz ter topado com ao menos dois obstáculos inesperados. O primeiro foi a diretoria santista “ter se curvado à pressão da TV Globo” e desistido de escalar um time reserva na Copa Sul-Americana. “Se não tivéssemos cedido ao interesse da televisão, o time estaria voando nas sete rodadas finais, com condições de ser campeão com antecedência.” Segundo Luxa, apenas após a eliminação na Sul-Americana frete o Cienciano que a equipe pôde voltar o foco para o Brasileiro e encostar novamente no Atlético-PR.
O segundo obstáculo segundo Luxa foi o seqüestro da mãe do Robinho, o craque do time. “Aquilo arrebentou com todo mundo”, afirmou o treinador, que contornou com habilidade o episódio, isolando o atacante do grupo.
O fato é que, com tudo jogando contra, o Santos não perdeu o foco: o título brasileiro. O jogo chave foi contra o Goiás, a segunda partida após o seqüestro. O craque estava escalado, mas não jogou. O time perdia por 1×0 mas, faltando 10 minutos para o fim do jogo, conseguiu uma virada espetacular. O resultado manteve o Santos na briga pelo título e provou que o time (desfalcado ou não, esfacelado ou não, abalado ou não) podia, de fato, tudo.
Perdas de mando de campo
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Elenco:
Clique aqui e conheça o elenco que disputou o Brasileirão de 2004.
Campanha:
Clique na ficha técnica para ver o resumo da partida e o vídeo, se disponível.
Créditos:
Vídeos: Comunidade Santos FC – Acervo Digital
Fichas técnicas: Jornal Folha de São Paulo e internet.
Fotos: Retiradas da internet e acervo pessoal do Rodrigo Ferreira.
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